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Capítulo 701: Bem-vindo ao playground deles
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[ TEMPO PRESENTE ]
Essa foi a última vez que Abel teve uma conversa com sua irmã mais nova, Ameria, pois dias depois, ela fugiu do continente com seus ‘amigos.’ De acordo com a carta que ela deixou, Ameria saiu para procurar Soran porque ele não havia retornado desde que deixou sua terra.
Conhecendo Ameria e aqueles jovens nobres que partiram com ela, os anciãos presumiram que foi apenas uma escolha impensada sobre a qual nenhum deles refletiu duas vezes. Mas, no fundo dos ossos de Abel, ele sabia que Ameria tinha um motivo para deixar o continente com aqueles jovens lordes das potências da terra.
Todos que foram com ela eram herdeiros ou herdeiras. Ela tinha um plano e ninguém saberia qual era realmente, já que ela morreu como esposa de outra pessoa.
Máximo soltou um grito enquanto Abel finalmente o encurralou. Caindo de costas com um baque, duas espadas ao seu lado fincadas no chão, Máximo olhou para o par de olhos finos pairando sobre ele. Abel tinha o pé sobre o peito de Máximo, o outro pé ao lado.
Diferente da habitual ferocidade em seus olhos portando suas armas, seus olhos mostravam amargura e tristeza ao pensar em sua irmã.
“Ela morreu…” sussurrou Abel sem olhar nos olhos de Máximo. “E você tem a audácia de pronunciar o nome dela como se a conhecesse.”
Ele ergueu os olhos lentamente, encontrando os olhos malignos de Máximo. “Como eu gostaria de tê-la visitado antes de sua partida. Nesse caso, teria ouvido uma palavra final diferente.” — embora, no fundo do coração, ele soubesse que sua irmã lhe diria as mesmas palavras que proferiu antes de fugir do continente.
Não odeie Marsella demais.
“Se ela pode ver o futuro, deveria saber que meu eu atual não é o mesmo Abel que ela costumava conhecer.” Abel puxou a espada que estava cravada no chão. “Ódio… corre profundamente em meus ossos.”
A respiração de Máximo falhou enquanto Abel erguia as lâminas, sua ponta apontando entre os olhos dele. “Eu… vou matar Marsella depois de você —”
Abel desceu a espada para acabar com Máximo, apenas para sentir uma força do lado antes que a ponta das lâminas alcançasse o espaço entre os olhos dele. Com um estrondo alto, Abel foi lançado para o lado, fazendo Máximo suspirar de alívio.
“Ugh…” Abel rolou pelo chão até conseguir parar sua queda. Ajoelhando-se a vários metros da posição de Máximo, ele ergueu o olhar para ver a figura parada perto de Máximo. “Marsella.”
“Olá, meu querido irmão.” Marsella jogou o cabelo para trás e seus olhos recaíram sobre Máximo. “Que patético, Max.”
Máximo rangeu os dentes diante do escárnio que rodopiava nos olhos de Marsella. Ele grunhiu, apoiando o cotovelo contra o chão para se sentar. A outra espada de Abel ainda estava cravada profundamente no chão ao lado de Máximo, alcançando através do ombro dele para ajustar o osso quebrado.
“Ele é um Grimsbanne,” disse Máximo. “Eu precisaria da sua ajuda se pudesse derrotar um Grimsbanne tão facilmente? Eu ainda reuni uma parte de mim naquele corpo velho.”
“Que corpo velho?” De repente, a voz de Conan foi ouvida não muito longe. Seus olhos estavam afiados, observando Máximo lhe lançar um olhar. Conan estava de pé na direção oposta a Abel enquanto Marsella e Máximo estavam no meio.
“O que ele está fazendo aqui?” perguntou Máximo enquanto segurava o olhar de seu irmão.
“Bem, aquele garoto é problemático.” Marsella coçou a cabeça de forma despreocupada, fixando seus olhos de volta em Abel. “Estou terminada com ele. Afinal, não acho que você sobreviverá em um duelo contra aquele monstro.”
Marsella lambeu os lábios. “Ele é meu para matar.”
Máximo lançou um olhar a Marsella, mas não podia argumentar com ela. Ele já tinha dado tudo de si, mas Abel nem mesmo tinha um arranhão. Embora Máximo tivesse um motivo e estivesse em um estado mais fraco por causa do problema relacionado à transferência do anfitrião, ele não se demorou nisso para prolongar uma conversa com ela.
Em vez disso, Máximo virou a cabeça na direção de Conan. “Ele era o receptáculo perfeito. Infelizmente, ele era, de fato, um tolo.”
“Não o mate.” Marsella sibilou, observando Abel se levantar e abrir a mão livre, fazendo a espada cravada ao lado de Máximo voar de volta para sua empunhadura. “Esse corpo é simplesmente patético.”
Máximo sorriu, mantendo seu olhar em Conan. “O rosto dele também não é terrível. Posso viver com isso.”
Máximo lentamente se levantou, ficando de costas para Marsella, de frente para Conan. Marsella, por outro lado, manteve sua atenção total em Abel. Tanto Abel quanto Conan encaravam seus irmãos sem um traço de apego familiar.
“Marsella, uma pergunta.” Abel girou suas espadas uma vez, levantando o queixo. “Por que você arruinou os planos de Ameria?”
“Por quê?” Marsella riu com os lábios fechados. “Porque Ameria é simplesmente feliz demais. Me faz sentir horrível que ela esteja vivendo uma boa vida enquanto o resto de nós sofre.”
Abel balançou a cabeça. Sua resposta era suficiente, ele pensou. Ele não precisava ouvir mais. Afinal, ele estava apenas tentando obter uma confirmação. Abel já havia suposto aquele motivo superficial para Marsella interferir nos outros.
Inveja.
O precursor da ira.
Que semente perigosa pode passar despercebida nos corações das pessoas, se não forem vigilantes.
“Que criatura lamentável você se tornou, Marsella.” Abel piscou com ternura enquanto Marsella avançava em sua direção. “Venha. Eu farei você lamentar meu nome.”
CHOQUE!
Máximo sorriu diante das explosões de aura vindas de Abel e Marsella. Seus olhos ainda estavam fixos em Conan, observando-o de cima a baixo. Ele levantou os olhos quando Conan falou.
“Então era verdade?” perguntou Conan, erguendo a sobrancelha de Máximo. “As especulações de Sunny e Abel. Era verdade?”
“Heh. Isso importa, meu irmão?”
“Sim…” Conan suspirou, apertando sua espada até ela tremer. Máximo apenas sorriu, e isso foi suficiente para Conan entender a drástica mudança em seu pai e irmão naquela época. Quem quer que estivesse dentro daquele corpo e o espelhando por meio daqueles olhos malignos era o culpado. Ele era a fonte de seu sofrimento e infortúnio.
“Você não sairá daqui vivo, você.” Conan respirou fundo enquanto a calma substituía a fúria em seus olhos. O canto de seus lábios se curvou enquanto Máximo apertava os olhos, olhando ao redor, apenas para ouvir a orquestra do salão de banquetes.
“Aquele cara, Joaquim… e aquele outro.” Um brilho passou pelos olhos de Conan. “São frágeis demais para enfrentar aquele feiticeiro insuportável.”
“Marsella —!” Máximo gritou, apenas para morder a língua ao bloquear o ataque de Conan.
“Tarde demais, irmão,” Conan sorriu. “Bem-vindo ao nosso playground.”
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