Capítulo 691: Por baixo da máscara também havia uma máscara.

[ DE VOLTA AO BANQUETE ]

Diferente do banquete habitual, a festa desta noite estava silenciosa. Os murmúrios mínimos se misturavam à orquestra; cada movimento dos convidados era gracioso e, ainda assim, calculado. No geral, era tranquilo e acolhedor.

Toque! Toque! Toque!

Aries arqueou as sobrancelhas ao ouvir o som alto de um talher batendo no copo. Quando virou a cabeça para seguir o som, viu Máximo se levantando de sua cadeira. Seus olhos então voltaram para Abel, e seu marido apenas deu um sorriso malicioso, com seu olhar fixo na multidão à frente.

“Gostaria de propor um brinde a todos.” A voz de Máximo ecoou quando os convidados direcionaram sua atenção para onde estavam os membros da família real. Ele segurava uma taça de vinho, exibindo um sorriso para Abel e Aries.

‘O que ele está planejando agora?’ Aries se perguntou, enquanto tomava um gole da taça de vinho com elegância.

“Estou honrado e emocionado com a calorosa recepção de todos. Como todos sabemos, todos aqui foram considerados traidores fugitivos no continente.” As observações de Máximo fizeram alguns convidados franzirem a testa. “Sei que alguns de vocês não ficaram satisfeitos com esse título. Portanto, peço desculpas, em nome da família real, por lhes atribuir títulos tão maliciosos.”

“O continente — nós, vampiros — nos isolamos por séculos. Estivemos aqui por muito tempo e entendo o desejo de sair para o mundo exterior. Eu, pessoalmente, fui cativado pelo que acontece aqui, algo que nunca ocorreu no continente.” Máximo fez uma pausa enquanto o canto de seus lábios se curvava em um sorriso amigável. “Como o novo rei do continente, estou pedindo que comecemos com uma nova página.”

Ele então se voltou para Abel, sorrindo de orelha a orelha. “Com a ajuda de Sua Majestade e de Suas Majestades, daremos as mãos para trazer o melhor para ambas as terras e fazer do continente um território oficial reconhecido mundialmente.”

“Os vampiros não viverão mais escondidos, nem terão que esperar a noite para o seu momento.” Máximo lentamente virou-se para todos com um sorriso antes de fixar os olhos novamente em Abel. “Posso te servir uma bebida, meu amigo?”

“Desde que seja de livre vontade, claro,” Abel sorriu triunfantemente, observando Máximo abaixar sua taça para pegar o vinho recém-aberto.

“Esperei pacientemente por este dia em que podemos compartilhar este vinho, meu amigo. Espero que goste dele.” Máximo serviu Abel. “Espero que Sua Majestade também compartilhe um brinde comigo.”

“Não vejo problema, desde que eu possa acordar amanhã,” Aries brincou, fazendo-o rir.

“Claro.” Ele então indicou a um servo para passar o copo para Aries, que estava sentada ao lado de Abel. Assim que o copo chegou a Aries, Máximo também levantou sua taça.

Aries e Abel se levantaram lentamente, segurando a taça de vinho servida por Máximo. Com sorrisos nos rostos, os três trocaram olhares amistosos antes de se virarem para os convidados. Ao fazerem isso, os convidados também foram servidos com as novas bebidas que Máximo trouxe para todos desfrutarem.

“Trouxe apenas os vinhos mais requintados e selecionados que amadureceram por séculos,” declarou Máximo, esperando até que todos fossem servidos. “Para o futuro do Império Haimirich e do continente, faço este brinde por um futuro promissor desta aliança. Que esta bebida limpe todos os nossos registros terríveis e as dolorosas memórias do passado.”

Máximo ergueu sua taça de vinho, virando a cabeça para Abel e Aries. Abel sorriu para ele antes de se virar para Aries, oferecendo-lhe um sorriso encantador. As bochechas dela coraram naturalmente sob o olhar dele, levantando sua taça levemente antes de encarar a multidão.

Os convidados sorriram ao observar a relação amistosa entre os três, tranquilos ao perceber que Abel e Aries, seus monarcas, haviam encontrado o mesmo equilíbrio com Máximo. Como a maioria dos vampiros que viviam fora do continente tinha muitos motivos para ter partido, eles estavam cientes das regras rígidas daquela terra.

Vampiros como eles jamais pisariam no continente, a menos que quisessem morrer. Mas agora que havia um novo rei, seus corações acreditavam que não tinham mais nada a temer. A falta de hostilidade de Abel trouxe uma sensação de leveza para todos, pois os vampiros no Império Haimirich lhe deviam a paz que agora tinham.

Enquanto todos sorviam suas bebidas, ninguém notou o brilho que passou pelos olhos de Máximo. O canto de seus lábios curvou-se em um sorriso malicioso enquanto ele lambia os lábios e abaixava sua taça.

“Agora… tudo ficará claro.” A voz de Máximo era baixa, girando a taça enquanto observava todos beberem.

“Sua Majestade.”

As sobrancelhas de Abel se ergueram quando um cavaleiro se aproximou de seu lado. Quando olhou para trás, notou a seriedade e o pânico nos olhos do cavaleiro.

Tum.

Antes que o cavaleiro pudesse se aproximar mais do imperador, um leve baque ecoou no ar, seguido pelo som de vidro quebrado. Abel lentamente olhou para o salão de banquetes, apenas para ver os convidados caindo no chão um após o outro.

“Hah…” Abel passou a língua pelo interior da bochecha, desviando sua atenção para Máximo. “Você não me contou que planejava matar meu povo. Espero que esteja preparado para as consequências.”

Máximo riu do tom preguiçoso de Abel. “Você não me deixaria servir as bebidas que preparei sem esperar por isso. Não me faça parecer o vilão aqui, meu amigo. Você sabe o que eu faria e permitiu que acontecesse. Definitivamente não sou o pior aqui. Só sou ruim.”

“Ahh…” Enquanto isso, Aries tocou o lábio superior, apenas para ver sangue em seus dedos. “Esse é um tipo de veneno que eu nunca experimentei, hein?”

Abel olhou para ela, e sua expressão relaxada lentamente se tornou firme. Ele virou as costas contra Máximo para encará-la.

“Querida, você está bem?” ele perguntou preocupado, segurando o braço dela levemente.

“Não se preocupe comigo.” a firmeza em seus olhos permaneceu apesar de seu nariz sangrando. “Acho que preciso descansar.”

“Não me surpreende que você, meu amigo, vire as costas para seu inimigo. No entanto, devo dizer que vocês dois estão bastante relaxados diante da situação,” comentou Máximo, inclinando a cabeça para o lado. “Eu não vi meu irmão nem o duque. Acho que vocês estão tão preparados quanto eu.”

Abel olhou sobre o ombro. “Está preocupado que seus esforços sejam em vão?”

“De modo algum.” O sorriso de Máximo alcançou seus olhos. “Era esperado.”

“Hah —” Abel o ignorou e se virou para Aries. “Vou acompanhá-la, querida.”

A pele de Aries ficou pálida enquanto gotas de suor se formavam em sua testa. Quando acenou, ela segurou seu braço e deu passos irregulares para longe do palco onde estavam. O cavaleiro, que havia originalmente vindo para relatar algo a Abel, aproximou-se deles novamente.

“Sua Majestade —”

Aries e Abel congelaram subitamente, e até o cavaleiro quase mordeu a língua ao sentir um forte cheiro de sangue. Desta vez, a expressão de Abel tornou-se ainda mais séria, enquanto seus olhos brilhavam em um vermelho intenso.

“Meu irmão.” Aries segurou o braço de Abel enquanto suas pupilas se dilatavam, voltando o olhar para Máximo, apenas para ver o homem encarando-a de volta com um sorriso malicioso.

“Meu amigo, por que não fazemos uma aposta?” A expressão de Máximo iluminou-se enquanto Abel o encarava. “Por que não adivinhamos qual personagem principal morrerá primeiro? Hmm?”

“Por que você está aqui?” Abel questionou o cavaleiro, mas manteve os olhos fixos em Máximo.

“Ele escapou,” relatou o cavaleiro com firmeza. “O que estava na penitenciária máxima. Joaquim Imperial escapou.”