Capítulo 688: A véspera sagrada
“Papai, por que você gosta tanto de astrologia?” A jovem Aries perguntou, olhando para o pai, que estava na varanda, contemplando as estrelas.
Um homem de meia idade sorriu, olhando para sua bela filha, que tinha a mesma cor de olhos que ele. Ele segurou a mão da jovem Aries delicadamente; um gesto que sempre fazia com que ela se sentisse segura.
“Porque elas são interessantes, minha pequena Aime,” disse o Rei de Rikhill, olhando para o céu glorioso com mil sóis na noite. “Quando você ainda estava dentro de sua mãe rainha, eu tive dificuldade em escolher um nome adequado para uma criança abençoada.”
“Foi nessa época que me interessei pela astronomia pela primeira vez.” Sua voz era suave e cheia de orgulho, os olhos refletindo o brilho das estrelas e o sorriso benigno da lua. “Áries. O primeiro signo do zodíaco. Corajoso e ambicioso, sempre querendo ser o primeiro.”
O pai de Aries apertou sua pequena mão e lentamente se virou para ela. Ele sorriu e agachou-se, pegando sua pequena princesa nos braços.
“Mas eles também são apaixonados, motivados e líderes confiantes que constroem uma comunidade com determinação implacável,” ele continuou. “É por isso que te chamei de Aries.”
Aries piscou inocentemente. “Papai, você acha que Aime se tornará líder um dia?”
“Quem sabe?” Seu sorriso se alongou. “Mas o que eu posso dizer é que você é minha filha, e seja o que for que minha filha queira ser, tenho certeza de que ela terá sucesso.”
“Sério?” ela perguntou, e seu pai assentiu. “Posso me tornar rainha um dia?”
Seu pai riu. “Você pode, se quiser.”
“Devo me casar com Davien?”
“Haha! Eu não acho que seu irmão aprovaria isso.” O Rei de Rikhill balançou a cabeça diante da pergunta boba dela.
Ambos ficaram momentaneamente em silêncio enquanto ele olhava para o belo céu cheio de estrelas.
“Aime, minha filha, a coroa é pesada.” Sua voz cortou o ar mais uma vez. “Sacrifícios são feitos para o bem de muitos, independentemente de se essa decisão irá devastá-la.”
“Papai, você está triste?”
“Não.” Ele balançou a cabeça, voltando seus olhos gentis para ela.
“Mas papai não parece feliz.”
Seu pai exibiu um sorriso fino, levantando-a ligeiramente. “Seu pai está apenas cansado.”
“É por causa de Davien ser travesso?”
“Haha!” ele riu. “Sim. Seu irmão é rebelde, mas Davien não é o que está me causando aflição.”
“Então quem?” ela inclinou a cabeça para o lado. Seu pai não respondeu e apenas olhou para ela com um sorriso mais gentil.
“Aime, minha filha.” O rei ergueu a outra mão e acariciou a cabeça dela com carinho. “Meu coração sempre desejou uma boa vida para você. Eu sempre soube que você não viveria uma vida simples, então eu sempre desejei que você escolhesse felicidade em vez de poder, contentamento em vez de ganância e perdão em vez de vingança.”
“Como eu queria te dizer para não viver como você deseja,” ele acrescentou baixinho, mas isso era algo que Aries era jovem demais para entender, quanto mais analisar suas palavras. “Eu deveria ter feito uma pesquisa mais extensa antes de te dar um nome.”
Aries ainda mantinha a cabeça inclinada para o lado. “Meu nome Aries é terrível?”
“Não.” Ele balançou a cabeça. “É apenas perfeito para você… e às vezes isso me preocupa.”
“Por quê, Papai?”
“Porque a história diz muitas coisas.” Sua resposta foi vaga, desviando os olhos dela. O Rei de Rikhill sempre amou a história, não apenas a inspiradora história de Rikhill, mas também a história de outras terras.
Foi o mesmo motivo que levou Aries a gostar do assunto. Os benefícios de aprender sobre os costumes e práticas de outros países eram apenas um bônus.
“Guerra santa…” ele sussurrou, e Aries mal o ouviu, apesar de estar nos braços dele. “… e a iminente Guerra do Vácuo.”
“Papai?” Aries chamou enquanto seu pai apenas murmurava, fazendo com que ele olhasse novamente para ela.
Ele sorriu mais uma vez. “Está tarde, Aime. Papai deve ler uma história para você dormir?”
“Mhm!” seu rosto se iluminou, incitando-lhe uma risada.
“Tudo bem. Mas não conte ao seu irmão,” ele disse, marchando para longe da varanda com Aries nos braços. “Ele ficará chateado.”
“Ohh… Quero provocar.” Ela fez um biquinho.
Aries sempre se lembrou de como seu pai costumava ler histórias para dormir antes de ela se tornar adolescente. Era sua época favorita do dia, com a mãe rainha não se sentindo bem devido a outra gravidez. Mas só agora Aries se lembrou dessa memória.
Agora que ela estava caminhando em direção ao banquete onde era uma imperatriz, vivendo a vida que escolheu. Havia apenas uma coisa que ela poderia dizer ao pai, se ele ainda estivesse vivo.
Aries não tinha arrependimentos.
“A única lua do império chegou!” gritou o mestre de cerimônias enquanto Aries se posicionava diante da porta, vestindo um elegante vestido sangria e uma coroa que somente ela poderia usar. “Prestem respeito a Sua Majestade, a Imperatriz!”
A porta se fechou firmemente antes de ranger ao abrir, revelando o acolhedor salão de banquete. Quando ela entrou, todos se curvaram e fizeram reverências, exceto Máximo e Abel, que estavam sentados na grande mesa separada, de frente para os convidados.
Aries ergueu o queixo, observando todos pelo canto dos olhos. Ninguém ousava levantar a cabeça em sua presença até que ela estivesse sentada.
“Estou feliz que você nos honrou com sua presença, minha imperatriz,” disse Abel, levantando-se de seu assento ao se aproximar. Ele ofereceu sua mão, que ela segurou delicadamente, então a guiou até o braço.
“Achei que você não viria.” Abel se inclinou mais perto do lado dela, seu hálito tocando a concha da orelha dela. “Senti sua falta.”
Aries sorriu, mas não chegou aos olhos. Ela lançou-lhe um breve olhar.
“De forma alguma… eu perderia o banquete de hoje à noite, meu amor,” ela brincou, parando perto da mesa onde o Imperador, a Imperatriz e seus ilustres convidados, rei dos vampiros, Máximo, iriam se sentar.
Máximo também se levantou de seu assento e ofereceu a Aries um sorriso. “Estou honrado em estar em sua presença, Sua Majestade. Que bom que o imperador e a imperatriz organizaram um banquete tão grandioso para um rei humilde como eu.”
Aries abriu a boca, mas decidiu fechá-la novamente. Ela apenas deu um sorriso a Máximo e assentiu.
“Espero que você tenha uma boa noite, Rei Máximo IV.” Sua voz era atraente, com um toque de sedução. “Sua Majestade e eu preparamos este banquete.”
“Ele terá.” Abel inclinou a cabeça para ela, colocando a mão em suas costas como um cavalheiro. “Vamos nos sentar?”
Aries assentiu e permitiu que Abel a ajudasse a sentar-se. Seu lugar estava à direita de Abel e, então, Máximo à esquerda dele. A mesa deles estava de frente para os poucos convidados que foram convidados, um grande espaço no meio para dançar e mesas altas para colocar as bebidas dos convidados.
Este não era o banquete usual que seria realizado no palácio imperial. Era um banquete para as criaturas da noite pintarem a cidade de vermelho.
Quando o mestre de cerimônias anunciou, “o banquete desta noite, agora começará!” a orquestra começou a tocar uma melodia pesada e harmoniosa para combinar com o clima sombrio da véspera sagrada.