Capítulo 686: A cortina se abre
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“Podemos dispensar os honoríficos,” Máximo comentou enquanto Aries lhe servia uma xícara de chá. “Acho que isso vai te deixar mais confortável.”
“Eu não me importo, mas temo que isso te deixe desconfortável.”
“Hah… Estou ainda mais desconfortável agora que todos me chamam de forma diferente e com um respeito tão estrangeiro.” Ele deu de ombros, sorrindo de forma brincalhona. “Só posso culpar a mim mesmo, no entanto. É o caminho que escolhi, e devo estar preparado para isso.”
Aries sorriu, satisfeita, sentando-se diante de Máximo.
“Eu entendo,” ela refletiu, pegando a xícara de chá e acrescentando enquanto endireitava as costas. “O trono sempre tem um preço, e a coroa é mais pesada do que parece.”
“Não posso negar isso,” ele riu, inclinando-se para pegar a xícara de chá. Ele cheirou o aroma e o canto de seus lábios se curvou, levantando os olhos para ela. “Tem um cheiro agradável.”
“A planta que adicionei tem um cheiro agradável quando feita como chá.”
“E a pegadinha?” Máximo arqueou uma sobrancelha cuidadosamente. “Neste ponto, o que aprendi ao sair para o mundo exterior é que nem tudo o que parece bonito deve ser tomado pelo seu valor aparente. Sempre há uma pegadinha — grande ou pequena.”
Uma risada escapou dos lábios de Aries. “Ela tem propriedades venenosas. Não se preocupe, é seguro.”
“O veneno sempre esteve no meu sangue,” ele brincou, levantando a xícara levemente. “Espero que isso não vá contra as regras de etiqueta.”
“Não há necessidade de preocupação. Eu sou a única que testemunhou como seus hábitos ao beber vinho são iguais aos de beber chá,” ela respondeu com humor, sorrindo de volta para ele enquanto o observava tomar um gole. Seus olhos brilharam enquanto seus cantos se apertavam. Seu sorriso fino desapareceu lentamente.
“Está tão bom quanto eu esperava,” Máximo elogiou, satisfeito com o sabor que permanecia em sua boca. Quando ele colocou a xícara de chá de volta na mesa, levantou os olhos para ela. “Vou direto ao ponto, Daniela. Ou devo te chamar pelo seu verdadeiro nome em Rikhill? Ou pelo nome que você terá que assumir no futuro?”
“O que quer que te agrade, Sua Majestade.” Seu sorriso retornou, mas desta vez não alcançou seus olhos. “Como as pessoas me chamam nunca importou. Desde que você se sinta confortável com isso.”
“Então vou presumir que posso falar de maneira casual,” ele disse e assentiu com um sorriso. “Como eu estava dizendo, o motivo desta visita tem algo a ver com aquele núcleo que você está segurando.”
“Eu imaginei que tivesse algo a ver com isso.”
Máximo ofereceu um leve sorriso. “Maléfica. A bruxa mais poderosa que já existiu. A mãe de todas as bruxas. Muitos não sabem sobre ela, nem mesmo o poderoso descendente do demônio, o Grimsbanne. A única pessoa que sabia sobre ela e as verdades por trás dela e de nossa raça é o rei.”
“Sabe o que é ainda mais interessante? Esse conhecimento é passado ao próximo rei,” ele continuou. “Seja o próximo que sucedeu ao trono por meios legais ou pela força. Por isso é importante que o rei seja poderoso, porque qualquer um poderia tomar esse conhecimento.”
“De fato, interessante.” Aries balançou a cabeça, levando seu precioso tempo em vez de se aprofundar sem pensar.
“Com isso posto na mesa, eu pedi que você abdicasse do abismo,” ele comentou, sem rodeios. “O que eu quis dizer com isso é o poder que você possui.”
O canto dos lábios de Aries se curvou em um sorriso de escárnio. “E por que eu faria isso?”
“Porque Maléfica… não deveria ter nascido.” O sorriso fino em seu rosto desapareceu lentamente, sendo substituído por nada além de solenidade. “E sua existência deveria ser selada… para sempre.”
“Porque ela é poderosa demais e você tem medo de que ela seja uma ameaça ao seu poder?” Aries arqueou sua sobrancelha, inclinando a cabeça para o lado. “Você não precisa ter medo, Máximo. A menos que esteja planejando me confrontar.”
“Você não entende.”
“Esclareça-me. O que há que eu não compreendi sobre este assunto?”
“O Grimsbanne vai te matar assim que o abismo te aceitar como sua portadora.” A expressão de Aries desapareceu enquanto linhas rasas apareciam entre suas sobrancelhas diante da resposta rápida dele. “Ou você pode matar eles.”
Máximo riu ao ver sua reação sutil. “Se você não acredita em mim, então pode perguntar ao seu marido. Tenho certeza de que ele já tem uma ideia.”
“Ninguém conhece o futuro, e ninguém o possui. Portanto, essa afirmação tem pouco valor.”
“Isso é porque o passado tirou isso de qualquer pessoa. O passado amaldiçoou o Grimsbanne; eles foram abençoados com força inacreditável, mas aqueles que não foram escolhidos tiveram vidas mais curtas. As bruxas foram agraciadas com talentos ridículos, mas incapazes de usá-los sem um sacrifício.” Cada palavra era mais clara que a anterior enquanto seus olhos mantinham o olhar de Aries. “O mesmo vale para os vampiros; fomos criados para tirar de outros para sobreviver. Sob a lua cheia, os lobos tinham de arriscar suas vidas para impedir a transformação de seus corpos ou romper relacionamentos só porque seu lobo reconhecia outro companheiro.”
“Se eu contar a história deste mundo, um dia não será suficiente,” Máximo acrescentou. “Mas para resumir meu ponto, Maléfica é apenas uma entre as poucas pessoas escolhidas pelos que se chamam deuses.”
Aries observou sua respiração enquanto levantava levemente o queixo. “Uma entre as poucas. Por isso, você quer dizer…?”
“Maléfica e os doze Zodíacos, as sete sementes escolhidas do filho do mal; o Grimsbanne, o rei dos vampiros, os parentes do cordeiro e do lobo, o homem mais forte que carregava a bênção da luz; o homem que carregava a espada da luz.” Máximo fez uma pausa antes de sorrir. “Se todos existissem ao mesmo tempo, uma guerra pior do que qualquer uma que já se testemunhou poderia acontecer.”
“Portanto, estou te pedindo gentilmente que negue Maléfica,” ele continuou, desta vez com um tom muito mais leve. “Ou, se você não acredita em mim, eu te ofereço uma aliança.”
“Uma aliança?” Aries arqueou a sobrancelha, surpreendida pela oferta dele.
“Sim.”
“Contra quem?”
“O Grimsbanne,” ele disse com um sorriso. “Você pode achar essa oferta ridícula, mas quando chegar a hora, podemos conversar sobre isso.”
Máximo acariciou levemente suas coxas. “Eu tomei muito do seu tempo e será em minha consciência se tomar mais. De qualquer forma, um banquete oficial de boas-vindas será realizado daqui a dois dias. Espero muito que você possa vir. Será bom passar um tempo com vocês dois.”