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Capítulo 682: O monstro embaixo da cama dela
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OFEGANTE!
Aries ofegou enquanto abria os olhos de repente. Seus olhos tremiam até ela reconhecer o rosto e os olhos carmesim brilhantes pairando sobre ela.
“Abel,” ela chamou aliviada, e sem pensar duas vezes, estendeu os braços para abraçar o pescoço dele.
Aries o apertou nas costas, enterrando o rosto em seu ombro. Seu corpo inteiro tremia, e por razões óbvias, ela se sentiu aliviada por poder sentir seu corpo. Por um momento, ela sentiu como se o tivesse perdido. Quando a grande palma dele gentilmente acariciou suas costas, a calma lentamente invadiu seu coração.
Ela estava de volta, foi o que veio à sua cabeça. E como se ele pudesse ler sua mente, Abel sussurrou: “você voltou.”
“Mhm.” Sua voz soou abafada, apertando-o ainda mais. “Sim, eu voltei.”
Abel a observou, afastando seu corpo da cama até que ambos estivessem sentados. Aries ainda se agarrava a ele como uma criança assustada após um pesadelo. Ele sabia que era ruim, embora não tivesse visto seu pesadelo. Fazia um tempo desde que ela tinha sido apanhada em um sonho ruim.
Aries costumava ter pesadelos todas as noites quando colocou os pés no Império Haimirich, mas eles haviam desaparecido aos poucos. Apenas recentemente ela começou a ter esses pesadelos, que chamou de visões. Aries tinha sido muito franca sobre essas visões recorrentes da árvore de tília e das mulheres enforcadas nela.
Mas Aries havia lidado muito bem com essas visões e elas não a afetavam nem um pouco. Embora a fizessem ficar distraída de vez em quando. Só esta noite ela agiu tão assustada, mas Abel podia entender. Afinal, Abel sentiu como se não a acordasse, ela desapareceria para sempre.
Isso o assustou profundamente. Ter os sonhos dela se tornando o pesadelo e a realidade dele.
“Já está calma?” ele perguntou depois de minutos acariciando suas costas, espiando-a.
“Não. Não vá,” veio sua voz abafada, apertando ainda mais seu abraço. Seu corpo já havia parado de tremer, mas ela não o soltaria.
“Eu não vou, querida.” Abel soltou um leve suspiro, descansando o lado da cabeça contra a dela. “De jeito nenhum eu a soltaria.”
O silêncio desceu novamente sobre seus ombros, espalhando-se pelo palácio imperial. Abel acariciava suas costas com os dedos, observando sua respiração cuidadosamente. Nenhum dos dois sabia quanto tempo havia passado desde que ela acordou no meio da noite, mas Aries eventualmente se acalmou e o soltou.
Erguendo o rosto para encontrar o dele, tudo o que ela viu foi o leve sorriso que Abel lhe ofereceu.
“Água?” ele perguntou, acariciando sua bochecha com o polegar.
“Mhm.” Aries assentiu, mas assim que ele se moveu, ela segurou sua mão.
Ele olhou para ela com as sobrancelhas levantadas. “Eu não estou indo a lugar algum,” ele observou, apontando para a mesa ao lado da cama. “O copo está bem ali.”
Aries seguiu lentamente a direção apontada por ele e engoliu em seco, percebendo que era um hábito seu manter um copo d’água consigo. Seu aperto na mão dele afrouxou enquanto ele se inclinava, esticando os braços para pegar o copo.
Abel tirou a tampa do copo e entregou para ela. Quando Aries acordou, estava suando muito. Portanto, vê-la beber tudo de uma vez era compreensível.
“Obrigada,” ela sussurrou, devolvendo o copo para ele.
“Qualquer coisa por você.” Abel colocou a tampa de volta e colocou o copo na mesa de cabeceira. “Você está bem agora, querida?”
Aries pressionou os lábios e assentiu. “Um pouco, sim.”
Ela manteve os olhos nele antes de abaixar o olhar. Ambos não sabiam o que dizer naquele momento. O sonho ruim — aquele pesadelo deixou esse terror persistente em seu coração. Era como se ela tivesse caído em um mundo que não podia controlar, agarrando seus ossos e não querendo soltá-la.
Só de pensar nisso seu coração acelerava e começava a suar frio.
“A voz dele…” ela sussurrou, levantando os olhos de volta para Abel. “… eu consigo senti-la em minha alma.”
Um homem?
As pálpebras de Abel caíram, avaliando o medo que dominava sua expressão. Mas no fundo de seu coração, ele desejava não conhecê-la nesse segundo. Porque ele conhecia sua esposa por dentro e por fora, e reconhecia que a fonte do medo dela não vinha de alguém que tinha medo de se machucar.
Era o oposto.
Era como se ela temesse ser a pessoa que machucaria os outros — Abel, em particular. O medo de estar consciente de não rejeitar completamente o pesadelo que tinha.
“Estou assustada, Abel,” Aries continuou. “Estou aterrorizada.”
O sentimento era mútuo.
Abel levantou uma mão e segurou seu maxilar, acariciando sua bochecha com o polegar.
“O que devo dizer neste momento?” ele ponderou. “Como faço para que você se sinta melhor?”
Se Abel não sabia, como ela saberia? Afinal, fazê-la se sentir melhor era sua especialidade. E ela também era boa em melhorar o humor dele. Mas para eles mesmos? Não tinham ideia. Se apenas soubessem, não precisariam um do outro para consertar os pedaços quebrados um do outro.
Aries segurou sua mão que estava apoiada em seu maxilar, pressionando-a contra sua bochecha para sentir o calor de sua palma.
“Vamos ficar assim,” ela sussurrou enquanto olhava nos olhos dele. “Não me solte esta noite, Abel.”
“Quem disse que eu soltaria?”
Abel espalhou seu braço ao redor dela e puxou-a para seu abraço, sentindo o tecido de sua camisola.
Por algum motivo, a noite estava estranhamente silenciosa. Ainda assim, todos estavam cientes da tensão em ebulição no império, como sapos presos nas águas, se perguntando se deveriam pular agora ou esperar que atinja o ponto de fervura.
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Enquanto isso, em uma das estalagens nos arredores da capital, um homem estava sentado perto da janela onde a lua filtrava-se através do vidro. Sua perna descansava sobre a outra, o cotovelo apoiado no braço da cadeira, com o maxilar apoiado nos nós dos dedos.
Ele estava olhando para sua outra mão. Entre o polegar e o indicador estava um anel com filigrana de um crânio. Ele manteve sua atenção nele por um momento antes de desviar o olhar para a janela.
“Que dilema,” murmurou o homem. “Este não é o papel que eu esperava nesta história — que se dane.”
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