Capítulo 680: Almas gêmeas

“Senhor Fabian é o seu nome. Sua arma se esconde na forma de um anel de caveira, e eu acho muito legal como ele esfrega com o polegar antes de empunhá-la!”

“Um anel de caveira, é?” Abel repetiu com uma sobrancelha delicadamente arqueada, lembrando-se da caveira que havia vislumbrado antes de deixar a praça.

“Sim! Ele então se transforma em uma lança negra que pode matar vampiros. Se você for tocado por ela, a ferida nunca cicatrizará. O Senhor Fabian é realmente legal, embora as pessoas digam que o sorriso dele é irritante sem motivo,” Sunny acrescentou, apenas para Leon intervir.

“Essa pessoa tem uma moral questionável,” Leon frisou, ciente do carinho de Sunny pelo referido mordomo. Portanto, ela era tendenciosa. “Sua Majestade, como alguém que conheceu pessoalmente seus parentes e seu povo, eu encontrei essa pessoa algumas vezes. Há apenas uma coisa que posso lhe dizer sobre ele, e é que ele só escuta duas pessoas. Os pais de Sunny.”

“O Senhor Fabian escuta a Sunny.” Sunny franziu a testa, sabendo que o mordomo da família também era muito afeiçoado a ela. “Por que está perguntando, Vovô? O Senhor Fabian veio buscar a Sunny?”

“Duvido,” Conan respondeu por Abel, com uma expressão impassível. “Eu não confio nessa pessoa. Embora ele tenha salvo Sua Majestade, ainda é questionável a intenção dele por não ter aparecido diante de você até agora.”

A carranca de Sunny aprofundou-se, recostando-se e abraçando seu coelhinho de brinquedo mais perto.

“Ele não vai machucar a Sunny,” Leon comentou com convicção. “Tenho certeza disso.”

“Ele… é revoltante,” Abel interveio após um longo silêncio, arremessando o seixo para Sunny, que pousou ao lado dela. “A pessoa que jogou isso e matou um La Crox me revira o estômago.”

Sunny pegou o seixo com seus dedos fofos e gorduchos, inclinando a cabeça para o lado. “Sunny não entende.”

“Sou… o único que se sentiu repelido por isso?” Abel estreitou os olhos, estudando a expressão inocente de Sunny e então Leon. Vendo que Leon exibia uma expressão de confusão, Abel desviou seu olhar para Conan e depois para Isaiah.

Ninguém parecia ter compartilhado o mesmo sentimento que Abel.

“Então, sou só eu, é?” Abel fechou os olhos brevemente, coçando a sobrancelha com o dedo indicador. “Você… vai encontrar essa pessoa?”

“Sua Majestade, não deveríamos priorizar a questão relacionada a Maximus IV?” dessa vez, Isaiah não conseguiu mais ficar em silêncio.

“É raro eu concordar com ele, mas o grande duque tem um ponto, Sua Majestade.” Conan o apoiou com um aceno de cabeça. “Em alguns dias, Maximus entrará no palácio imperial. Mas, como sabemos que ele já está na capital, precisamos monitorar todos os seus movimentos o tempo todo.”

“Eu… concordo com eles,” Leon também expressou seu pensamento. “O Senhor Fabian é uma pessoa estranha, mas pode ter tido um motivo para não aparecer. Ele não causará problemas.”

“É melhor você aprender a mentir melhor, Leon.” Abel apontou, fazendo o homem pigarrear.

“Ele é uma pessoa que pode causar problemas, mas acho que ele o respeita o suficiente como tio de seu mestre para lhe dar um desconto.”

“Acho que esse respeito só vai até não aparecer na minha frente,” Abel argumentou calmamente, mas com firmeza. “Lidar com o atual soberano no continente é necessário. No entanto, preciso confirmar se posso suportar a presença da minha esposa ou se ela pode ficar diante de mim sem me matar, uma vez que ela despertar sua bruxa.”

Seus olhos brilharam ameaçadoramente, movendo seu olhar para Sunny antes que seu olhar caísse sobre o seixo. Ele havia segurado até agora para se acostumar com o odor repugnante deixado pela pessoa que o lançou.

“Se meu palpite estiver correto… Eu não acho que Aries deveria despertar sua bruxa,” ele acrescentou em voz baixa. “Eu posso matá-la… ou ela pode matar.”

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Enquanto isso…

O vento soprou por Aries, fazendo a barra de seu vestido de noite e seus cabelos esvoaçarem lindamente para trás. Ela segurou o xale contra o peito, olhos na figura imponente de costas, que estava não muito longe de seu ponto de vantagem no Jardim das Rosas.

“Quem… é você?” Aries perguntou após se aproximar da pessoa, observando a pessoa se virar lentamente. O último estava vestindo uma capa com um capuz sobre a cabeça, e com apenas a lua como fonte de luz, ela não podia ver o rosto da pessoa claramente.

Seus olhos caíram sobre a flor recém-colhida na mão delicada e esguia da pessoa, mas seu foco não estava na flor, mas no anel de caveira no dedo indicador dele.

“Eu…” a voz barítona e arrepiante de um homem saiu de seus lábios. “… tenho a mesma pergunta, minha senhora. Quem é você?”

Aries lentamente levantou a cabeça e, após um momento, os olhos se ajustaram à escuridão. Olhando de volta para ela estavam um par de olhos finos que não demonstravam confusão, curiosidade, ou qualquer coisa negativa ou positiva. Se algo, seus olhos lhe diziam… ele estava contemplando.

“Eu sou —” Aries mordeu o lábio e engoliu em seco, percebendo que não havia motivo para se apresentar. Mas, no entanto, ela não conseguia desviar o olhar dele.

Os olhos finos da pessoa se estreitaram ainda mais quando o canto de seus lábios se curvou levemente.

“Uma pessoa vingativa me disse uma vez que ela desejava que eu encontrasse alguém que me faria questionar a mim mesmo apenas porque eu lhe disse que o amor tira a funcionalidade adequada do cérebro,” o homem falou calmamente e friamente, enquanto Aries só podia olhá-lo com os lábios levemente entreabertos. “Sabe o que eu lhe disse em resposta?”

“O… o que você disse a ela?”

“Que eu acabaria com essa pessoa se algum dia encontrasse uma.”

Seus lábios tremeram enquanto ela respirava, “você já encontrou essa pessoa?”

“Mhm.”

“Você vai matá-la?”

“Você me permitiria..?” O homem sorriu, oferecendo a flor a ela. Aries apenas olhou para ela, e parte dela queria aceitar, mas ela não fez. Ela mordeu o lábio e apertou a mão, olhando para ele novamente.

Ele acrescentou, “matar… minha alma gêmea?”