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Capítulo 666: Tão ciumento que ele foi capaz de te machucar tanto
[ TEMPO PRESENTE ]
“Então? Ainda nada?”
Para o resto que sempre soubera que o pai do Conan estava ao alcance, eles não tinham consciência em mantê-lo no escuro. Aries era a única pessoa que sempre pretendeu contar ao Conan, mas a razão pela qual ela não havia dito até agora era que ela esperava o momento certo.
“O que…” Conan moveu seus olhos dilatados para Aries, ainda atordoado com essa surpresa que ele não esperava nem desejava. “O que ele está fazendo aqui?”
“Como você pode ver, ele ainda está… se recuperando,” explicou Aries, voltando seus olhos para a cama. “Quando Sunny chegou em Haimirich, ela não estava sozinha.”
“Ele está aqui há tanto tempo?”
“Não podíamos te contar — acho que você já sabe o porquê.”
Conan lentamente fechou suas mãos em um punho, cerrando os dentes até seu maxilar ficar tenso. Ele podia sentir seu coração acelerar, fazendo-o quase ficar sem fôlego.
“Por que ela trouxe ele para cá?” ele respirou, mal controlando seu corpo de tremer.
“De acordo com ela, este homem é Tilly — amigo da irmã do Abel. Sunny ajudou-o por causa da amizade deles e o trouxe para cá. Pela condição dele, todos nós concordamos em assumir que o novo monarca tomou um caminho sangrento para derrubar o trono,” ela detalhou, seguida por mais detalhes importantes dos quais Aries estava ciente, evitando adicionar mais de suas próprias suposições, visto que não estavam confirmadas ainda.
“Havia muitas coisas que ainda não descobrimos, mas do que temos certeza é que uma menina salvou este homem, e outra pessoa cruel subiu ao poder.” Aries lentamente voltou-se para Conan; o último não se moveu um centímetro de seu lugar. “E essa pessoa, Maximus IV, seu irmão, está vindo para Haimirich por razões que desconhecemos.”
Conan manteve seu olhar em Aries, engolindo a tensão frustrante em sua garganta.
“Ela não deveria ter salvado ele,” ele disse, arrastando os pés para dentro até que estivesse a um metro dela. “Ela deveria ter deixado ele matá-lo.”
Aries abriu os lábios mas os fechou novamente. Ela desviou o olhar dele, voltando seus olhos para o homem na cama.
“Não tenho certeza das raízes do seu ressentimento para com este homem, mas acho que Sunny fez a escolha certa. Minha intuição me diz que precisaremos dele em algum momento, e meu instinto nunca falhou comigo, Conan.” Sua expressão tornou-se rígida à medida que sua respiração acalmava.
Conan engoliu mais uma vez, segurando seu punho tremendo ao lado firmemente. “Se você manteve isso em segredo de mim, por que está me contando agora?”
“Obviamente, porque é do seu próprio sangue que está prestes a causar um problema com o meu.” Ela lançou-lhe um olhar de esguelha. “Eu jurei proteger Haimirich e meu povo nele, e isso inclui você. Acho que mantivemos em segredo tempo suficiente, e é hora de você enfrentar essa verdade, independentemente da vingança pessoal que você tinha contra eles.”
“Além disso, eu preciso de você mais do que de qualquer um agora,” ela continuou, e desta vez, seu tom estava mais suave. “Abel conhecia eles — aqueles no continente — mas sua obsessão por emoções fortes tornou-se uma parte de sua existência. Sunny sabe uma coisa ou outra e o que ela diz é tudo o que há. Ninguém mais neste império sabe sobre o continente e a família real mais do que você.”
Aries girou lentamente sobre o calcanhar para enfrentá-lo diretamente. “Lutar contra alguém não é o problema, mas lutar sem conhecer o inimigo é perigoso. Eu… não posso me dar ao luxo de baixar minha guarda.” Ela acenou com a cabeça encorajadoramente.
“Ajude-me… proteger Haimirich, nossos amigos e nossa família.”
Aries e Conan se olharam em silêncio. Quanto mais ele a olhava, mais seu punho eventualmente se soltava enquanto seus ombros tensos se relaxavam.
“Você imaginou que eu teria despedaçado a escória da forma dele se você não tivesse me pedido para deixar minha espada para trás?” ele perguntou, desviando o olhar dela para o homem dormindo na cama. “Se eu tivesse a minha espada, eu teria dividido seus ombros da espinha dele.”
“Não manteríamos em segredo por tanto tempo se não estivéssemos cientes do que você poderia fazer a um homem indefeso.”
“Indefeso… a vida é assombrosamente incrível. Uma vez nobre, agora indomado.” O lado dos seus lábios ergueu-se em zombaria; isso era o mínimo que ele poderia fazer para expressar seu ressentimento ao pai. “Um lugar onde ele era excelência… ele foi manchado, traído por suas próprias ideias nobres que ele teria servido.”
Aries espiou-o silenciosamente, pressionando seus lábios em uma linha fina. Seus olhos eram afiados e revelavam profunda malícia, revelando seu desprezo pelo próprio pai. Ela não sabia as raízes de seu ódio, e ela pode não saber o verdadeiro motivo disso nesta vida. Não era como se ela estivesse pronta para ouvir como esse rancor profundo foi formado.
“Por enquanto, vamos mantê-lo e talvez usá-lo como alavanca,” falou Aries depois de um longo silêncio. “Mesmo que tivéssemos uma ideia, o continente pode ter planos para derrubar as paredes que protegeram suas terras. Pode haver mais planos subjacentes que ainda temos que descobrir. É melhor usar tudo — pequeno ou grande — ao seu potencial máximo.”
“Eu não vou matá-lo,” assegurou Conan, já que era isso que ela estava lhe dizendo indiretamente. Ele virou a cabeça para Aries, com uma expressão firme. “Dar a ele a libertação da morte é misericórdia. É melhor vê-lo tão indefeso e sem controle sobre sua vida. É satisfatório quando alguém que estava tão cheio de si mesmo, e pensava que tudo deveria aderir às suas palavras, chega a este ponto patético em sua vida.”
“É reconfortante ouvir isso,” ela sussurrou, ficando com Conan por vários minutos a mais.
Os dois apenas ficaram no mesmo lugar, olhando em silêncio para a pessoa na cama. Depois de um momento, Aries se desculpou para voltar ao seu posto. Relutância estava aparente em seus olhos, mas ela optou por confiar em Conan e em seu nível de racionalidade para controlar seus impulsos de matar seu pai.
Sozinho ao lado da cama, Conan manteve os olhos em seu pai. Ele parecia exatamente o mesmo de como ele o havia visto pela última vez.
“Você… tem tanta sorte.” Sua voz tranquila perfurou o ar parado. “Mas acho que aquele maldito filho seu tem mais sorte. Eu sou tão invejoso que ele foi capaz de machucar você tanto.”