A Mascote do Tirano - Capítulo 63

63: Algumas piadas foram meio sérias 63: Algumas piadas foram meio sérias “Não sabia que tinha um lago aqui.”

Aries exclamou, sentada na grama ao lado do pequeno lago escondido no Jardim das Rosas. Abel acabara de levá-la até este lugar e agora, eles estavam à toa perto do lago, usando o casaco de Abel como toalha enquanto ela se sentava e ele estava deitado de costas.

Ela virou a cabeça para a direita, encarando o semblante iluminado de Abel. Ele estava deitado de costas, usando o braço como um travesseiro. Parecia tão despreocupado para um imperador, deixando de lado seus deveres apenas para rolar na grama e passar uma tarde preguiçosa com ela.

Um sopro suave escapou dos lábios dela, que se voltaram para o lago. “Você acha que Sir Conan saberá que estamos aqui?” ela perguntou, quebrando o silêncio entre eles.

“Ele saberá, mas vai demorar um pouco,” ele respondeu preguiçosamente, com os olhos ainda fechados. “Tempo muito agradável… Sinto que vou derreter literalmente se me relaxar ainda mais.”

‘Só derrete,’ era o que ela queria dizer a ele. Mas, como de costume, ela guardou seus pensamentos para si. Ela já havia feito muitas observações sarcásticas a ele. Ela temia que outro comentário sarcástico pudesse encurtar sua expectativa de vida.

“Você sempre vem aqui?” ela perguntou de novo, olhando ao redor para este oásis escondido no jardim. Ela se corrigiu. O jardim principal no palácio do imperador não era o melhor. O do palácio Rosa era.

“Não.”

“Por quê?” Aries levantou uma sobrancelha, lançando-lhe um olhar.

Abel abriu lentamente os olhos, e seu olhar imediatamente a capturou. “Eu raramente saio do meu trono.” O canto de seus lábios se curvou em um sorriso enquanto suas sobrancelhas se franziam.

Não seria que ele quer dizer que raramente sai de seu escritório? Neste momento, Aries não tinha energia para desvendar os enigmas ocultos em suas palavras. Ela estava simplesmente treinando-se para levar suas palavras como elas eram. Analisar demais cada declaração sua estava apenas arruinando seus pensamentos.

“Querida, deixe-me falar sobre mim.” Ela voltou os olhos para ele, encarando-o enquanto as sombras da árvore dançavam em seu rosto. “Sou o tipo de pessoa que enlouqueceria se parasse de fazer algo. Os diabos na minha cabeça começariam a cochichar, e eles são muito irritantes.”

“O que você está fazendo agora é o completo oposto, porém.” Ela apontou com inocência em seus olhos.

Ele sorriu. “Eu sei, né?”

“O que isso significa?” ela franziu a testa, um pouco confusa. Se Abel era alguém que não pararia de fazer nada para se distrair, por que ele estava com ela? Fazer essa pergunta internamente a fez apertar os lábios enquanto olhava para o lado.

‘Não é porque ele está comigo, certo?’ ela se perguntou, não gostando da conclusão que tinha em sua cabeça. ‘Isso é cafona e fora do caráter dele.’
Abel soltou uma risada baixa enquanto olhava para trás dela. Mesmo que ela não estivesse dizendo o que estava em sua mente, ele podia dizer que ela estava em negação por sua expressão. Não era como se ele fosse tão gentil a ponto de dizer-lhe o motivo. Pensando bem… talvez pudesse.

Sua sobrancelha se arqueou quando uma ideia surgiu em sua mente. “Significa que estar com você me acalma,” ele confessou, observando o rosto dela se enrijecer. Seus lábios se esticaram ainda mais, vendo o horror surgir em seu rosto.

“Talvez eu tenha me apaixonado por você e não tenha percebido até agora, que estou dizendo isso.” Ele falou sinceramente. “Hmm… Eu te amo.”

Enquanto isso, Aries virou a cabeça para ele como um robô. Ela quase ouviu o rangido do pescoço enquanto fazia isso. Mas, em contraste com o tom dele, a expressão dele era brincalhona. Naquele instante, ela sabia que ele não estava falando sério. Como poderia cair nessa confissão horrível?!

Aries o encarou, levantando a mão para mostrar como ela a tinha fechado em um punho. “Vou arriscar minha vida e te bater uma vez.” Quem se importa com a morte? Nesse ritmo, ela morreria de um ataque cardíaco.

“Querida, se acalme!” ele exclamou, de olhos arregalados, e levantou as duas mãos em sinal de rendição. “É uma má ideia. Não me bata!”

Abel levantou as sobrancelhas enquanto ela apenas o encarava com olhos fulminantes. O olhar dela estava cavando um buraco em seus olhos, mas ele se conteve de falar e simplesmente assistiu à mudança de ar ao redor deles.

“Você sempre diz palavras como se elas não significassem nada?” ela perguntou depois de algum tempo, clicando a língua irritada. “Palavras têm seu poder! Elas podem machucar alguém em um lugar onde armas nunca alcançariam.”

“Querida, não é você uma gracinha? Palavras só têm poder quando uma pessoa tem poder.” Abel arqueou uma sobrancelha, sempre feliz em discutir com ela suas opiniões diferentes. Era sempre divertido para ele.

“Você acha que aqueles que estão no fundo do poço podem dizer que suas palavras têm poder? Aposto que eles concordariam comigo. Porque alguém que é impotente nunca é ouvido, não importa o quanto gritem ou implorem. Ninguém escuta alguém que não provou seu valor.”

“Esse é o ponto.” Ela afirmou enquanto abaixava a mão. “Você é o imperador. Logo, suas palavras são sua obrigação. Suas palavras sozinhas podem salvar dezenas de milhares de pessoas ou aniquilar um reino.”

Aries fez uma pausa enquanto soltava o ar com força, desviando os olhos dele. “Não brinque comigo assim.”

“Por quê?” ele apoiou o cotovelo para se sentar ereto, inclinando a cabeça, olhos nela. “Não me diga que minhas palavras tocaram uma parte do seu coração que — ”
Antes que ele pudesse terminar a frase, a palma dela cobriu seus lábios. Ela ostentava um sorriso falso para esconder sua irritação.

“Sua Majestade, considero suas palavras tão preciosas quanto ouros,” ela riu, mas a veia em sua têmpora salientava. “Vamos economizá-las, hmm?”

As sobrancelhas dele se ergueram, alcançando o pulso dela para baixá-lo. “Claro,” ele disse. “Mas, pensando bem, eu estava falando sério –”
Mais uma vez, ambas as palmas dela cobriram seus lábios enquanto ela o encarava. Aries queria que ele mudasse de assunto, mas quanto mais ela queria que parasse, mais ele estava ansioso para continuar. Ele sorriu por trás da palma dela, puxando a cabeça para trás.

“O que eu estou dizendo é…” ele interrompeu e riu quando ela se enfureceu e tentou cobrir sua boca mais uma vez.

“Ouros! Está chovendo ouro! Não vamos desperdiçá-los — ai!” era o que ela continuava gritando enquanto tentava impedi-lo de falar bobagens. Mas enquanto fazia isso, Abel pegou o pulso dela, fazendo-a cair sobre ele.

Uma leve brisa passou por eles, mudando a atmosfera caótica para uma parada total.

Os olhos dela se dilataram enquanto seu rosto pairava a uma palma de distância do rosto dele. Aries segurou a respiração, ouvindo as próprias batidas do coração no ouvido. Abel, por outro lado, exibia um sorriso enquanto um brilho piscava em seus olhos penetrantes.

“Por que, querida? Minhas palavras, talvez, te comoveram?” ele demorou, sorrindo diante da bela visão diante dele. “Meus sentimentos são minha responsabilidade, não sua. Não deixe se comover. Você não vai aguentar.”

Abel ergueu a cabeça e a inclinou um pouco para reivindicar o que estava ali para buscar; os lábios dela. Desta vez, porém, ele manteve os olhos abertos enquanto olhava para os olhos dela se dilatando. Ele sorriu contra os lábios dela pela reação dela antes de fechar os olhos.

‘Eu estava falando sério, embora,’ ele sussurrou em sua mente que apenas se dispersou e nunca mais seria dito.