A Mascote do Tirano - Capítulo 49

49: Quanto mais eles se aproximam, mais distantes estavam. 49: Quanto mais eles se aproximam, mais distantes estavam. “Áries.”

Áries virou a cabeça, apenas para recuar com a máscara horrenda à sua frente. Ela bateu no peito, rangendo os dentes enquanto Abel deslizava a máscara para o lado e sorria maldosamente.

“Céus…” ela apertou a mão, suprimindo a vontade de dar-lhe um tapa, pelo menos uma vez. “… você vai ser a minha morte,” ela desabafou.

“Por mim tudo bem.” Ele riu, observando a máscara horrenda em sua mão. “Não é uma má ideia. Devemos pegar duas. Uma para mim e outra para você. Vamos assustar Conan de verdade. O que acha?”

Abel levantou uma sobrancelha, estudando sua expressão neutra. Era seguro dizer que ele estava se divertindo, enquanto ela mais parecia uma acompanhante. De qualquer forma, Abel estava se divertindo. Isso era o mais importante.

“Diga.” Áries pigarreou, aproximando-se dele até que estavam ombro a ombro. “Você está um pouco irritado com Sir Conan, certo?”

Abel olhou para ela com uma leve surpresa. “Querida, só porque eu valorizo o esforço dele nessa ideia, não significa necessariamente que eu concorde com os métodos dele. Eu não gosto quando os outros pensam que podem decidir por mim.” Ela prendeu a respiração ao notar o brilho que cintilava em seus olhos.

Ele não estava com raiva, isso era certo. Mas Áries reconheceu imediatamente aquele brilho em seus olhos. Ele se sentiu ofendido. Para alguém que já experimentou todo tipo de insulto e vergonha, uma pontada atingiu seu peito ao vê-lo assim.

“Por favor, não mate Sir Conan.” Ela sorriu, desviando o assunto para ‘salvar’ Conan. “De qualquer forma, você tem certeza de que quer essa máscara?”

“Por quê? Você acha que é horrível?”

“Bem, claro que não…”

“Sim ou não?”

“Uhm…” Áries tentou manter a calma, mas essa brincadeira que ele estava fazendo lhe dava dor de cabeça. Ele apenas continuava fazendo perguntas e fazendo com que parecesse uma pergunta complicada. A essa altura, ela já tinha acabado.

“Sim. É horrível,” saiu uma voz morta, aceitando seu destino assim. Algo que ela não se surpreenderia era sua ótima reação.

“Ótimo! Vamos levar!” Abel jogou algumas moedas de prata para o comerciante, sinalizando para que ele pegasse duas máscaras. Quando o comerciante passou a máscara menor, Abel virou-se para Áries.

“Você quer usar?” Ele olhou ao redor, observando que a maioria das pessoas segurava uma ou a usava. Uma cena quando o festival anual começava sua celebração de uma semana.

“Hmm! Foi por isso que você as comprou, certo?” ela piscou, parecendo adorável enquanto olhava para ele. Ela não pretendia, porém. Mas para Abel, que a olhava, era a primeira vez que ela o olhava sem calcular em sua mente.

Abel estreitou os olhos e sorriu maliciosamente. “Deixe-me amarrá-la em você.” Ele avançou, segurando as cordas de amarrar, então amarrou a máscara ao redor da cabeça dela. Mas, em vez de cobrir seu rosto, ele a amarrou no topo da cabeça. Então, ele a inclinou um pouco, fazendo com que escorregasse levemente para o lado dela.

“Hã?” Áries inclinou a cabeça para o lado, um pouco confusa. Por que ele a amarrou ‘incorretamente’?

“Não coloque a máscara. Eu posso te perder.”

“Ah…” ela balançou a cabeça levemente. Não que ela já tivesse planejado escapar; ela não podia subestimar esse homem. Áries observou Abel amarrar a máscara ao redor de sua cabeça, colocando-a ligeiramente de lado. Como a dela.

“Assim está melhor.” O lado de seus lábios se curvou encantadoramente, piscando para adicionar alguns pontos de charme.

‘É injusto ter uma personalidade terrível e um rosto bonito.’ Ela suspirou, balançando a cabeça mentalmente.

“Então, o que fazemos agora?” Abel perguntou com as mãos na cintura. Eles acabaram de chegar à praça e essa barraca foi a primeira que abordaram. Nenhum dos dois tinha experiência em namorar de maneira apropriada.

Era óbvio por que namorar nunca foi um problema para Abel. Ele era o imperador. Ele poderia ter um harém se quisesse.

E quanto à Áries? Infelizmente, ela era exigente. O que desejava era algo diferente do amor que geralmente recebia dos cidadãos de Rikhill.

“Que tal… uma caminhada?” Áries sugeriu, passando a mão no queixo. “Conversar e caminhar? Nunca saí do palácio, então uma caminhada enquanto olhamos ao redor não é uma má ideia.”

“Então uma caminhada será.” Um sorriso dominou seu rosto enquanto ele levantava a palma da mão. “Mão. Este encontro não é só sobre você, querida. Caminhamos conforme você quiser, mas vamos de mãos dadas. Essa é minha condição.”

“Abel, você sempre faz as coisas pensando em algo em troca?” ela torceu o nariz, mas ainda assim entrelaçou sua mão antes de caminharem.

“Claro. Se não há benefício nisso, então não há razão para eu me esforçar.” Ele deu de ombros enquanto ela franzia a testa.

“Fazer coisas e não esperar nada em troca é a principal razão para escolhê-las.” Ela fez beicinho, abafando sua resposta. Mas ele ouviu alto e claro, então Áries apenas continuou sua argumentação.

“Sua Majestade, quer dizer, Abel. Às vezes, é bom receber algo de alguém porque eles apreciam e valorizam seu ato de coração. Não porque eles tinham que fazer isso.”

“Querida, você é bem fofa.” Ele esfregou os nós dos dedos contra a bochecha dela levemente. “Mas não, obrigado. Você sabe que não sou tão paciente quanto você pensa.”

Áries suspirou e estudou seu perfil lateral enquanto ele olhava para frente. Por razões desconhecidas, ela notou que Abel estava fechado na maioria das coisas. Era o que ela sentia desde o início. Ela estava tão próxima dele e às vezes, ela legitimamente pensava que estava se aproximando demais. Mas de alguma forma, ela também sentia que ele estava se afastando.

O conceito de quanto mais próximo ele se sentia, mais distante ele estava. Era algo que ela só sentia ao redor de Abel. Não era um bom sentimento, mas também não era ruim. Era simplesmente estranho, se ela pudesse dizer.

Áries apertou a mão dele para chamar sua atenção, sorrindo sutilmente para ele. “Melhor?” ela perguntou, fazendo o espaço entre suas sobrancelhas franzir.

Como ele sabia? Ele se perguntava. Como ela descobriu que ele não gostava da multidão?

Seus olhos suavizaram por um instante. “Melhor.” Ele apertou a mão dela levemente. “Então, como é a Princesa Áries?”