A Mascote do Tirano - Capítulo 37
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37: Você quer se casar comigo, querida? 37: Você quer se casar comigo, querida? Já fazia uma semana desde que Aries começou a tomar pequenas quantidades de veneno diariamente. Mesmo assim, ainda não tinha se acostumado com o forte gosto amargo do chá de Abel. Sim. Ele ainda enviava a mesma xícara que ele usava, ao invés de transferir para outra.
Já fazia também uma semana desde que Abel a arrastava para onde quer que ele fosse. Depois de suas lições, Conan a buscava para o movimentado palácio do imperador.
Hoje não era diferente. Aries estava sentada no mesmo canapé com Abel dentro do escritório do imperador. Com seus braços estendidos sobre o encosto, ele acariciava casualmente os cabelos dela enquanto lia um documento na outra mão.
Aries olhava curiosamente para ele, sem ter nada para fazer além de sentar e manter o silêncio. Ainda assim, seu tempo com Abel lhe mostrava uma luz diferente sobre ele.
“Huh… então há uma grande possibilidade da falta de colheita este ano naquele reino miserável?” Abel balançou a cabeça, lançando um olhar para Isaiah, que estava sentado à frente deles.
Quando os dois engajaram em uma conversa, Aries olhou para baixo. Ela pensou que Abel não era nada além de um tirano irracional que desejava apenas o caos. No entanto, Abel era mais do que suas atrocidades e estilo de vida pecaminoso. Ele era inteligente; às vezes até mesmo Aries ficava admirada.
Abel não ataca um reino ou nação por capricho — embora parecesse assim. Ele estudava o reino deles, o estado atual dos assuntos e considerava todos os prós e contras.
“Devemos atacá-los antes do final do ano, querida?” ela arregalou os olhos quando ele virou a cabeça para ela, cílios batendo de maneira suave. “Você estava ouvindo, certo? O que você acha?”
Sua respiração desacelerou. Por que ele estava dando a ela o poder de trazer sofrimento a outras pessoas? Embora conquistar não fosse novidade para ela, não tinha coração para decidir por isso.
“Querida, por que você está tão relutante?” ele inclinou a cabeça, olhando para ela com curiosidade. “Você ouviu sobre o rei deles — que, aliás, é tão grande quanto um porco — e seu reinado vergonhoso.”
“Atacar uma nação, mesmo que seu governante seja terrível, não é desculpa para vitimizar os inocentes,” ela declarou bravamente, encarando-o com cautela. “Não estou dizendo que você é uma má pessoa ou algo assim. Estou apenas dizendo…” ela acrescentou, caso tivesse ido longe demais.
“Eu sei, né?” Abel suspirou e clicou a língua, lançando a Isaiah, o Duque, e seu homem de confiança um olhar ruim. “Isaiah é um homem tão cruel. Como ele pode sugerir que a gente ataque uma nação tão facilmente?”
“…” Isaiah, que já estava acostumado com os comentários sendo feitos por Abel ao longo dos anos a serviço dele, permaneceu em silêncio. Em vez disso, ele levantou seus olhos afiados para Aries. Esta última baixou a cabeça, sentindo um arrepio na espinha.
“Oh, Isaiah, não olhe para a minha Aries desse jeito.” Abel franziu a testa, puxando a cabeça dela para perto do seu lado protetoramente. “Você está assustando ela.”
“Sua Majestade, acho que a Senhora Aries não deveria ouvir isso.”
“Por quê? Você tem medo que ela venda essas informações?” ele perguntou, olhando para ela.
Desta vez, Aries levantou a cabeça em pânico. “Como eu poderia?” ela desabafou em sua defesa. Mas para sua surpresa, Abel sorriu e acariciou sua cabeça gentilmente para acalmá-la.
“Tudo bem, querida. Não precisa entrar em pânico. Você vai ganhar muito dinheiro se vender as informações que ouve aqui. Ficará rica num piscar de olhos. Depois de construir sua riqueza, será você a sustentar-me.”
Por um segundo, a mente de Aries ficou em branco. Tudo o que podia fazer era encará-lo até que ele desviou seu par de olhos encantados para Isaiah. Abel, como se não tivesse dado a ela uma ideia terrível, continuou sua discussão com ele.
Enquanto isso, Aries não sabia se deveria respirar aliviada ou sentir medo. Abel levava em consideração a opinião dela e mudava de planos. Em vez de conquistar terras através do medo, ele já tinha bolado um esquema para absorver um reino sob o império sem muito sangue.
‘Bem, o Império Haimirich não seria um dos impérios mais prósperos da história se o imperador soubesse apenas aterrorizar seus súditos.’ Ela concordou mentalmente. ‘Como imperador, Abel é perfeito. Mas como pessoa… deixa pra lá.’
Quando a reunião dos dois chegou ao fim, Isaiah fez uma reverência. Mas em vez de levantar, permaneceu sentado com os olhos em Abel.
“Sua Majestade, você planeja levar a Senhora Aries para a reunião com os aristocratas?” A súbita pergunta de Isaiah fez com que o fôlego dela parasse. Abel, por outro lado, simplesmente arqueou uma sobrancelha.
“Há algo de errado com isso?”
Isaiah olhou para seu imperador por um segundo em silêncio. “Nada, Sua Majestade.”
“Vou vê-los em breve. Eles podem esperar. Minha queridinha está um pouco cansada, então ela precisa descansar.” Abel acenou despretensiosamente, dispensando sua espada. O último saiu silenciosamente após se curvar com os braços cruzados na frente do abdômen.
Assim que o duque saiu, Aries pôde apenas olhar para as costas dele. Cansada? Ela não estava cansada. Será que Abel estava a usando apenas para irritar as pessoas que ele queria encontrar?
Quando a porta se fechou, Abel se recostou com uma carranca dominando seu rosto. “Querida, você deveria fingir que desmaiou, para eu ter uma razão para não comparecer à minha próxima agenda.” Aries o encarou, de olhos arregalados.
“Aqueles da facção aristocrata certamente me darão dor de cabeça. Eu os teria silenciado todos se não fosse por Conan,” ele continuou irritado, demonstrando sua relutância em comparecer. “Você sabe por que eu não quero comparecer?”
“Uh… não?”
Ele suspirou, olhando para o verso dela enquanto ajeitava seu cabelo atrás da orelha. “Eles sempre trazem à tona conversas sobre meu casamento. Mesmo quando já disse a eles que não vou tomar uma imperatriz, eles simplesmente não desistem. Não suporto eles.” Seus olhos se estreitaram, desviando o olhar para encontrar os dela.
“Devo casar com você?” ele perguntou — mais como uma sugestão.
“Perdão?”
“Você se casaria comigo, querida?” ele perguntou, deixando-a sem palavras — quase sem fôlego — por causa da abruptidão. “Se você se casar comigo, será a imperatriz. Se for uma, você terá poder igual ao meu neste império. Ganhará o poder de me matar.”
“Sua Majestade, você acha que eu quero matá-lo?” ela exclamou.
“Não. Eu estou simplesmente me vendendo. Ser imperatriz ainda é muito melhor do que ser conhecida como uma princesa de um reino caído e uma amante, não acha?” ele inclinou a cabeça para o lado, cílios batendo de maneira suave.
“Você está… falando sério?” sua pergunta já havia escapado dos lábios antes mesmo de ela pensar sobre isso.
Seus olhares se encontraram, ele perguntou. “Você acha que estou brincando?”