A Mascote do Tirano - Capítulo 36
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36: Posso mudar a cor do meu cabelo? 36: Posso mudar a cor do meu cabelo? Talvez porque estivesse se acostumando com Abel que ela pudesse relaxar um pouco ao redor dele. Aries ficou acordada com ele quase a noite toda. Mas ainda assim, adormeceu antes da alvorada. Ainda assim, a falta de sono e a mudança súbita de sua rotina lhe causaram uma leve dor de cabeça e sonolência. Portanto, estava um pouco distraída durante a aula com Dexter.
“Vamos fazer um intervalo.” Aries levantou a cabeça para o homem à sua frente. “Eu pedi chá. Você não percebeu, já que parece que a sua mente está vagando em outro lugar.”
Seus olhos baixaram, vendo uma xícara de chá ao lado de seu livro aberto. Ela piscou inúmeras vezes antes de levantar a cabeça mais uma vez.
“Peço desculpas, Marquês Vandran.” Ela sorriu constrangida.
“Tudo bem. Ouvi dizer que você foi envenenada ontem.”
“Você… o quê?”
“Sir Conan me contou o que Sua Majestade fez e me pediu para ser… sensível,” ele explicou com um tom entendido, inclinando a cabeça para o lado. “Eu não posso forçar minha única aluna se ela ainda está um pouco atordoada pelo veneno.”
Aries pressionou os lábios em uma linha fina. Essa não era a razão pela qual estava distraída. Depois de ter tomado um antídoto e comido bastante, ela estava bem como se nada tivesse acontecido. Ela estava simplesmente com sono agora.
“Obrigada.” Ela expressou de boca fechada. “Vou me concentrar depois de um momento de intervalo.”
“Você não precisa se forçar se não puder.”
Aries olhou para Dexter e suspirou aliviada. Embora fosse frio e distante, esse Marquês era provavelmente a única pessoa normal no palácio. Ela não considerava Conan uma pessoa normal, nem achava que ela fazia parte dos normais neste lugar.
BATE BATE!
“Senhora Aries, Sua Majestade lhe enviou um chá.”
Aries e Dexter voltaram sua atenção para a porta, observando uma empregada entrar com uma bandeja nas mãos. Ela se aproximou cuidadosamente da mesa, fazendo uma reverência ao Marquês e depois para Aries. Esta última esticou o pescoço, vendo que a xícara estava quase vazia de novo.
‘Será este outro chá envenenado servido a ele?’ ela se perguntou, lembrando que concordou em ingerir veneno até desenvolver imunidade. Enquanto a empregada servia cuidadosamente o chá para Aries, Dexter arqueou uma sobrancelha.
“Está envenenado.” Ele apontou sem hesitar por um segundo, observando ela segurar a xícara e olhar para ele sem um traço de surpresa. “Você vai beber veneno só porque ele lhe deu?”
“Isso não vai me matar.”
“Como você tem certeza?” Dexter mudou sua atenção para a empregada, acenando para dispensá-la. A serva fez uma reverência e saiu sem dizer uma palavra, fechando a porta cuidadosamente. Assim que o clique da porta acariciou seus ouvidos, Dexter voltou seus olhos para ela.
“Não me matou ontem,” ela afirmou.
“E se te matar hoje?” sua resposta foi mais rápida que um relâmpago, estreitando os olhos em direção a seu semblante inabalado.
“Então… devo recusá-lo?” ela perguntou, piscando quase inocentemente. “Se Sua Majestade perguntar por que eu recusei sua benevolência, devo dizer, porque o Marquês Vandran me mandou?”
Sua boca se abriu, mas nenhuma palavra saiu. Dexter balançou a cabeça, olhos ainda analisando sua expressão imperturbável. Que esperta, ele pensou. O tom de Aries era amigável, mas sua maneira de falar deixaria outros sem palavras.
“Obrigado, Marquês Vandran. Embora eu aprecie sua preocupação.” Ela sorriu sutilmente antes de olhar para a quantidade insignificante de chá deixada na xícara. Era menos do que ontem. Então, ela achou que ficaria bem.
“Sua Majestade não está me forçando. Este é um acordo mútuo.” Seus olhos se levantaram mais uma vez e encontraram o olhar dele. “Qualquer coisa pode acontecer aqui. Pelo menos, ingerir veneno não é o que vai me matar no futuro.”
“No futuro…”
Dexter apenas a encarou com emoções complexas em seus olhos, observando-a resmungar e guiar a xícara inquestionavelmente aos seus lábios. Ela fez uma careta por causa do gosto amargo forte, cobrindo os lábios com o dorso da mão.
Ele se recostou, os olhos piscando ternamente. “Mesmo que você esteja dizendo que isso é para ganhar imunidade ao veneno, beber veneno ainda é prejudicial à saúde. Além disso, você tem ideia de que tipo de veneno acabou de consumir? Mesmo essa quantidade insignificante pode matá-la.”
“Hã… mas ainda estou viva,” saiu uma resposta fraca, mas orgulhosa, quando Dexter atirou algo sobre a mesa. “Hã?” o canto dos lábios dela se curvou para baixo ao ver a pequena bola envolta em material fino especial.
“Isso é para combater o gosto amargo. Sua Majestade prefere sabores fortes, mas parece que você é mais afetada por isso do que pelo que está nele.” Dexter explicou no mesmo tom distante, observando-a pegar o doce.
“Você gosta de doces?” ela perguntou enquanto o desembrulhava, sorrindo. Quem diria que esse homem, que sempre se mostrou nobre, carregasse doces consigo?
“Eu não gosto de doces.” Ele desviou o olhar quando ela olhou para cima. “Eu só carrego um comigo o tempo todo.”
“Obrigada,” ela expressou antes de jogar a bola de doce na boca. Um suspiro de alívio escapou de seus lábios enquanto o doce derretia na boca, devorando toda a amargura do chá envenenado.
Enquanto isso, Dexter permaneceu em silêncio, com o queixo apoiado nas juntas. Ele não estava mentindo quando disse que até aquela quantidade desprezível poderia matá-la; era um veneno destinado a matar o imperador, afinal de contas. Era potente.
Mas ele também não ficou surpreso que ela ainda não tivesse desabado. Ele percebeu o leve cheiro do sangue de Abel diluído nele. Poucos sabiam o que aquele tirano podia fazer, já que poucos eram permitidos a existir enquanto sabiam o que ele era.
‘O que é surpreendente, no entanto, é que ele parecia não querer que ela morresse.’ Ele estreitou os olhos, murmurando em sua cabeça. Por um momento, o canto de seus lábios se curvou em um sorriso.
“Senhora Aries, vamos continuar nossa aula?” ele perguntou enquanto o brilho em seus olhos desaparecia sem deixar vestígios.
“Sim. Obrigada pela sua paciência.”
******
Enquanto isso, no escritório do imperador, Conan estava em pé diante da mesa com uma expressão vazia. Abel acabara de lhe fazer uma pergunta ridícula enquanto apontava para a própria cabeça.
“Você me ouviu? Quero mudar a cor do meu cabelo para verde. Talvez, se eu tiver a mesma cor de cabelo calmante, as pessoas não terão mais medo de mim,” Abel repetiu com um ar de desprendimento. “É só pensar assim, Conan. Se você estiver morrendo, é melhor ver o rosto da natureza do que um monstro, certo? Eu estarei mandando todos embora em paz.”
Conan bateu no peito, tentando baixar a pressão arterial. “Sua Majestade, apenas diga que quer ver a Senhora Aries. Eu irei buscá-la depois da sua palestra.”
“Que gentileza sua, meu querido conselheiro. É por isso que você é meu conselheiro!” O canto dos lábios de Abel se esticou num sorriso amplo, fazendo Conan balançar a cabeça levemente.