A Mascote do Tirano - Capítulo 26
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26: Beije-a… não, mate-a. 26: Beije-a… não, mate-a. Para alguém que acabou de acordar no meio da noite, a mente de Áries ainda estava perturbada. Ela só entendeu o que estava acontecendo quando ele mordeu o seu lábio, com os olhos focando e desfocando. O gosto familiar de vinho e um leve tabaco permaneciam em sua boca, junto com a entrada da língua dele entre seus lábios.
‘Não.’ Sua mente reagiu por instinto, mordendo os lábios dele até que o gosto de ferro enchesse sua boca. Ela agarrou o ombro dele, tudo no instinto.
Com os dentes ainda prendendo o lábio inferior dele, Abel parou, com olhos contemplativos. Ele cuidadosamente recuou a cabeça, permitindo que seus lábios se esticassem enquanto ela ainda os mordia. Quando Áries teve um vislumbre dele, sua boca se abriu enquanto seus olhos se arregalavam.
‘Abel!’ seu coração instantaneamente tamborilou contra seu peito. ‘O que eu acabei de fazer?’
Por um momento, ela pensou que ele fosse outra pessoa. Alguém… que ela desprezava mais no mundo. Ela confundiu Abel com aquele maldito príncipe herdeiro durante seu estado confuso. O que ela deveria fazer? Ela o mordeu até ele sangrar. E agora, com Abel sobre ela, Áries só podia prender a respiração.
Tudo que ela conseguia pensar era que ele a estrangularia por sua audácia. Por quê? Porque… Abel era seu ‘dono’. Não importa o que ela fizesse, esse era um fato imutável.
Abel lentamente inclinou a cabeça para o lado, lambendo o sangue de seu lábio inferior. Ele cuidadosamente limpou o sangue nos lábios dela com seu polegar.
“Eu vou deixar passar essa, Áries,” saiu uma voz obscura e pensativa, olhos sobre ela. “Não me confunda com outro homem novamente.”
Seu lábio inferior tremia. “Sua Ma — Majestade, o que você está fazendo aqui?” ela perguntou com grande dificuldade.
Ele não deveria estar passando a noite com suas prostitutas? O que ele estava fazendo em seu quarto? Eles terminaram cedo? Áries tinha grandes esperanças de que, se Abel liberasse seus desejos com outras, ele não a tocaria. Ela podia manipulá-lo e brincar com ele durante o dia, mas… embora já estivesse preparada para isso, ela preferia não ser tocada. Especialmente sem o seu consentimento.
“Acordando você do seu pesadelo?” ele deu de ombros indiferentemente, inserindo metade de seu polegar entre os dentes dela. “Eu não posso visitar minha querida?”
Ela sacudiu a cabeça por instinto. “Não é isso…” ela falou com a boca entreaberta, tentando não mordê-lo. “Apenas… eu estava um pouco surpresa. Pensei que você estaria ocupado esta noite.”
“Eu também pensei.” Abel se inclinou até que seu rosto estivesse a uma palma de distância dela. “Infelizmente, elas não são tão adoráveis quanto Áries e definitivamente não tão divertidas quanto você.”
‘Essas inúteis…!’ Áries sentiu seu coração afundar, se contendo. Aquelas que eles chamavam para a cama de Abel tinham apenas um trabalho! Apenas um! Mantê-lo ocupado e entretido! Mas elas não cumpriram seu trabalho e agora aqui estava ele! Fazendo ela se perguntar se poderia ver o nascer do sol.
Abel se ajoelhou, olhando para ela. “Querida, você não quer me ver?” ele perguntou, piscando os olhos de forma extremamente terna. Seu tom permaneceu o mesmo, mas ela podia sentir o arrepio escondido em sua voz.
Apesar do desconforto leve do polegar dele entre seus dentes, Áries reuniu coragem para salvar-se. Ela já se preparava várias vezes. Ela tinha sorte de ter durado tanto tempo sem entregar seu corpo. Mas todas as coisas tinham seu fim.
“Bem, claro, estou feliz em vê-lo.” Seus olhos se suavizaram, mal escondendo a amargura em sua íris. O canto de seus lábios se ergueu cansativamente, estendendo os braços para acolhê-lo em seu abraço.
“Obrigada por me acordar do meu pesadelo, Abel.”
Ele estreitou os olhos antes de se arrastar sobre ela. Abel sabia que essa era a tática dela, mas ele fingiu não notar. Ele roçou seu nariz contra o dela, boca entreaberta.
Ele deveria beijá-la… não, matá-la, ele pensou. Abel estava começando a ignorar o óbvio. Isso era perigoso. Se ela vivesse esta noite, ele nunca encontraria a vontade de matá-la novamente. Seu nome seria como uma tinta permanentemente gravada em sua cabeça. Ele deveria apagá-lo enquanto ainda estava escrito a lápis.
“Por que você vive?” ele perguntou em voz baixa, repousando sua testa contra. “Se a realidade é um pesadelo e os sonhos não são menos terríveis… por que você acorda?”
As palavras dele foram imediatamente traduzidas como ‘devo te matar? E te ajudar a encontrar a paz?’ em sua cabeça. Áries inalou seu hálito, fechando os olhos enquanto acalmava seu coração acelerado.
“Porque… o sol nasce sem condição,” saiu uma resposta suave. “Mas agora, eu vivo por você, não é?”
“Você… vive por mim?” Uma risada seca e breve escapou de sua boca enquanto seus dedos acariciavam cuidadosamente seu delicado pescoço. “Mentirosa… mas continue mentindo até que isso se torne sua realidade, Áries.” Um brilho piscou em seus olhos, enterrando o rosto em seu pescoço enquanto seu peso a cobria.
“Eu sou o pesadelo que pode curar suas asas quebradas ou cortá-las completamente.” Sua voz era abafada, mas ela o ouviu alto e claro. “Minha misericórdia é rara, mas você não gostaria de me ver enlouquecido. Você desejaria ter morrido esta noite.”
“Você não deveria ter dito o que disse,” ele adicionou, fechando os olhos enquanto ela encarava o teto.
Suas observações, especialmente a última, foram gravadas profundamente em sua cabeça. E ainda assim, tudo que ela podia fazer era encarar o teto amargamente. No fundo, ela sabia que Abel podia vê-la completamente. Como um livro aberto, ele lia e se divertia, prevendo o que aconteceria a seguir, mas ainda continuava para ver o que aconteceria.
‘Esta noite… ele chama meu nome mais do que o usual,’ ela sussurrou em sua cabeça, estreitando os olhos. ‘Não foi apenas minha imaginação daquela vez.’ — aquela vez que seu nome escapuliu dos lábios dele pela primeira vez.
Aquela vez em que ela ouviu pela primeira vez o som de uma corrente invisível ao redor de seu tornozelo. Agora, não apenas ela ouvia as correntes, mas também ouvia um leve clique de um cadeado e o peso da bola de ferro invisível a ela.
Áries olhou para ele, envolvendo os braços ao redor dele e acariciando seus cabelos. “Um pesadelo pode ser um bom sonho?” ela sussurrou, sabendo que ele ainda estava acordado, ouvindo sua respiração.
“Eu prefiro… esse pesadelo que escolhi, do que aqueles que me são impostos. Boa noite, Abel. Te vejo amanhã.”