A Mais Doce Tentação - Capítulo 292
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- Capítulo 292 - 292 Morto 292 Morto Matteo se revirava na cama sem parar
292: Morto 292: Morto Matteo se revirava na cama sem parar, atormentado por seus pensamentos. Devia ter ligado para Stella depois que ela saiu do escritório? Ele tinha desejado fazer isso, para confessar seus verdadeiros sentimentos, mas se conteve, entendendo o peso das recentes dificuldades dela. Contudo, uma inquietação o consumia, negando-lhe qualquer aparência de sono.
Na tranquilidade da noite, sua batalha interna alcançou o ápice. Cedendo à persistente inquietação, decidiu fazer um passeio de carro à meia-noite. Talvez apenas para verificar se ela estava segura e bem.
Eram doze e quarenta naquele momento.
A caminho do apartamento dela, ele discou o número dela, esperando ganhar algum consolo em sua voz. Mas a chamada não foi atendida, cutucando-o com uma leve pontada de preocupação. Talvez ela estivesse dormindo, ele raciocinou, quase virando o carro. No entanto, um brilho distante e cintilante chamou sua atenção – luzes azuis e vermelhas piscando contra a tela da noite. Uma ambulância e luzes de polícia ornamentavam as proximidades do prédio de apartamentos de Stella.
O medo o dominou, um suor frio se formando enquanto ele acelerava em direção à cena. Com o coração aos pulos, ele abandonou o carro e correu para o prédio, seus olhos fixados na maca que emergia da entrada. Uma prece desesperada ecoava em sua mente…
Por favor, não seja a Stella… por favor, não seja a Stella…
Suas preces silenciosas se desfizeram em pó quando seus olhos se depararam com a forma inerte dela, uma faca de bolso cravada em seu estômago. A dor e o arrependimento o inundaram quando notou que ela ainda usava as mesmas roupas com que tinha saído do escritório. A realização o atingiu como um golpe pesado—isto tinha acontecido quase duas horas atrás, durante seus momentos agitados de inquietação.
Um zumbido agudo em seus ouvidos abafava os murmúrios dos espectadores. Ignorando as tentativas da equipe médica de contê-lo, ele avançou em direção à maca que carregava o corpo coberto de Stella.
“Tirem essa merda de cima dela!” Sua voz rachada de angústia, a dor crua do momento queimando em suas palavras. Apesar de suas demandas desesperadas, eles continuaram a cobrir o corpo dela com o pano, obscurecendo seu rosto. Ele lutou contra a pegada deles, se soltando e alcançando por ela, suas mãos trêmulas traçando os traços inanimados dela.
“Você não está morta, você não pode estar morta,” ele repetia, quase como se entoasse uma prece.
“Alguém faça alguma coisa! Ela não pode ter ido…”
Seus gritos angustiados silenciaram quando três policiais se aproximaram, um severo aviso em seus olhos.
“Senhor, por favor, afaste-se. Esta é uma cena de crime,” disse um deles calmamente, embora sua postura sugerisse estar pronto para intervir.
Evitando um confronto, ele andava de um lado para o outro, seu coração disparado enquanto observava a maca sendo carregada para dentro da ambulância à espera. Ao começar a se afastar, ele disparou em ação, correndo de volta para o carro e acelerando para manter o ritmo com a ambulância.
A Stella não está morta… ela não está morta… ela não está morta…
A inquietação de Matteo era palpável enquanto ele andava de um lado para o outro na sala de espera, seu olhar ansiosamente voltado para as portas que levavam à sala de operação. A impaciência o consumia impiedosamente, cada segundo passando parecendo uma eternidade.
Ele tomou a iniciativa de discar o número de Remo e contar o incidente terrível. Remo, perplexo com tal evento infeliz acontecendo com alguém tão reclusa quanto Stella, pressionou por detalhes sobre os eventos que levaram a isso. Matteo estabeleceu uma condição – a presença de Remo no hospital – antes de soltar qualquer informação. Ele não podia suportar deixar Stella, que neste momento passava por uma cirurgia.
A frustração fervia dentro dele quando a resposta de Remo pareceu desinteressada. Sem esperar uma resposta ao seu convite, ele terminou abruptamente a chamada e uma súbita realização caiu sobre ele—ele era provavelmente o único que Stella realmente tinha. E sua inação a levou direto aos braços do perigo, um destino que poderia ter sido evitado se ele tivesse assumido a responsabilidade mais cedo.
Ele deixou seu olhar demorar-se, mais uma vez, na porta que levava à sala de operação, seu coração pesado com o arrependimento.
Isso é tudo culpa minha!
Por meses, desde a chegada dela, ele havia se convencido de que não precisava de nada que incluísse dívidas em sua vida. Não havia necessidade de alguém que lhe causasse noites insones simplesmente porque ele não podia confiar tão facilmente.
Ele se convenceu de que nunca mais seria influenciado pela exibição de bondade seletiva de uma mulher porque todas elas eram astutas. Até o último momento, no qual falara com Stella, manteve esse pensamento, até mesmo acusando-a de traidora—quando ela estava apenas confusa.
E agora, aqui estava ele, à beira de perder tudo o que pensou que nunca precisou, simplesmente por seu medo de admitir seus sentimentos. Ele riu levemente enquanto uma palavra ecoava sem fim em sua mente.
Covarde! Covarde!! Covarde!!!
Ele socou uma parede próxima, assustando a enfermeira da recepção e os outros pacientes na sala de espera.
“Senhor, com licença senhor,” uma enfermeira chamou, correndo em sua direção, vestindo uma expressão de pânico. Com um aceno de mão, ele a dispensou, sinalizando que ficaria bem.
“Senhor, você está sangrando!” A mulher exclamou de repente, correndo em direção a ele e estendendo a mão em direção a seu punho machucado. Num reflexo súbito, ele arrancou o braço dela para longe, olhando-a com um olhar fulminante, os olhos brilhando com lágrimas que não caíram.
“Eu disse que está tudo bem. Agora, vaza!” As palavras queimaram através de seus dentes com uma restrição forçada. A mulher estremeceu levemente, pegando o sinal da tensão em seus traços, como se ele estivesse à beira de cometer um assassinato.
“Matteo!” Uma voz familiar chamou de longe, alertando-o para a presença de seu irmão Remo, trajado impecavelmente em um terno bem cortado e bordado. Pela roupa dele, estava claro que ele o havia chamado do seu espaço de trabalho—o clube.
O Remo a que estava acostumado teria ignorado sua chamada, independentemente do motivo. Sendo um chefe da máfia, era conhecido como um psicopata impiedoso que não se importava com mais ninguém além de si mesmo. Vir ao ouvir falar de Stella, uma mulher com quem ele não era bem familiarizado mas ainda conhecia, no hospital, não era um bom sinal.
Mas agora, ele não podia se importar menos com o motivo dele para atender sua chamada.
“Perdoe-me por demorar tanto. Como está—”