A Mais Doce Tentação - Capítulo 238
- Home
- A Mais Doce Tentação
- Capítulo 238 - 238 Posso eu 238 Posso eu Após a refeição Stella voltou ao
238: Posso eu 238: Posso eu Após a refeição, Stella voltou ao seu quarto, que era na verdade o quarto do Matteo cedido a ela por ele. Por algum motivo, ela não suportava ficar longe dele, mas, como ele tinha acabado de chegar em casa, precisava dar a ele tempo para descansar – onde quer que fosse.
Desde sua estadia obrigatória na mansão dele, ele se afastou do seu espaço original de dormir, entrando no quarto apenas quando precisava de algo como roupas e acessórios. Não uma única vez ele a desrespeitou ou invadiu sua privacidade, em certo ponto, ela começou a se sentir culpada por ter, de alguma forma, tomado conta da casa como se fosse sua.
E o que era pior, ela estava começando a se habituar. Perturbava-a que, quando chegasse o momento de deixar a casa, sentiria uma saudade imensa, desejando que, de alguma maneira, tivesse a chance de ficar mais tempo. Nesse caso, teria de ser alguém especial para o Matteo para ser agraciada com tal favor.
A namorada do Matteo.
O pensamento permaneceu em sua mente enquanto ela caminhava em direção à varanda. Seria uma coisa linda de se imaginar, ter alguém como ele para abraçá-la quando se sentisse solitária, não apenas naqueles momentos, mas em outros também. Ela suspirou e se apoiou na balaustrada do terraço, tentando silenciar os próprios pensamentos.
Não havia sentido em pensar em coisas que nunca seriam.
Mas e o elogio que ele fez à mesa?
Agora que refletia sobre isso, ele havia dito ‘ela está deslumbrante como sempre’, o que significava que ele sempre a havia notado desde o começo. Mas era apenas um elogio amigável, nada ligado ao romance como ela meio que esperava.
Ela colocou a palma da mão no peito e suspirou profundamente, “A esta altura, estou pensando demais.”
“Sobre o que você está pensando demais?” A familiar voz sedutora de barítono que vibrava em seu peito ecoou ao seu redor, surpreendendo-a e tirando-a de seus devaneios. Ela se virou para encarar Matteo que caminhava em direção a ela.
Vestido com uma camiseta branca lisa e calças de algodão pretas, ele tinha toda a aparência de um marido que acabara de tomar um banho depois de um longo dia de trabalho. Seu cabelo molhado estava desalinhado, provavelmente pelo uso de uma toalha. Ele não se preocupava com a aparência, o que a surpreendia ainda mais.
Como podia um homem que despertava pensamentos e sentimentos tão proibidos se importar tão pouco com sua aparência? Se ao menos ele parasse para ver o quão abençoado era, talvez aproveitasse isso. Ou talvez ele já aproveitasse – ela provavelmente nunca o viu se entregando em atividades lascivas com outras mulheres. Ou então –
“No que você está pensando?” Ele perguntou novamente, com os lábios se curvando em um sorriso ao contemplá-la.
“O que – ah, era tão óbvio assim?” Ela corou e se virou para longe dele. Ela tinha ficado encarando-o o tempo todo, deixando evidente que sua mente estava repleta de pensamentos sobre ele.
“Era óbvio que você estava pensando em alguma coisa, mas não estava claro o que era.”
“Ah, bom, nesse caso,” Ela respirou aliviada e levantou o olhar para encontrar o dele, apenas para se deparar com seu olhar inquisitivo fixo nela. Ela se moveu ligeiramente e se apoiou novamente na balaustrada, mais uma vez, escondendo o rosto do campo de visão dele.
“Qual o problema? Parece tão aliviada que eu não consigo ler sua mente, não quer me contar o que é?”
Seu coração acelerou a um ritmo fora do comum, um que certamente a faria desmaiar. Matteo havia terminado sua rotina e estava lá fora com ela, todo limpo e refrescado, como se fosse uma rotina normal.
Isso a fazia querer se aproximar dele e se deliciar na fantasia de que, de alguma forma, ele era dela. Mas ela não estava prestes a expor seus pensamentos a ele, dando a ideia de que era do tipo pegajosa.
Melhor aproveitar o que tenho enquanto dura, em vez de pedir por mais.
Ela suspirou resignada e virou-se para encarar a vasta extensão de terra que proporcionava uma grande vista de onde estavam – uma distração valiosa da tempestade de emoções que girava dentro dela.
“Bem, não é nada importante.” Ela começou.
“Você não acha que deveria deixar eu ser o juiz disso?”
Sua declaração convidativa fez seu coração aquecer de necessidade. Ela se virou para olhá-lo e viu que seus olhos refletiam o convite. Agora, mais do que nunca, ela queria se jogar em seus braços e sentir aquele calor em todas as outras partes do seu corpo.
Que mal traria se ela se permitisse sentir, só dessa vez? Ela não tinha nada além do trabalho a perder. Caso chegasse a isso, concluiu que seria uma perda digna no caso de Matteo. Tendo tomado sua decisão, ela falou.
“Eu estava apenas pensando,” Ela baixou o olhar para os pés, deslizando as mãos para a barra da camiseta e começou a mexer. Matteo notou o gesto, mas decidiu fingir ignorância, espiando em vez disso nos olhos inocentes dela.
“Estamos juntos há tanto tempo,” A declaração, embora incompleta, desencadeou um despertar nele. Ele se endireitou e começou a diminuir a distância entre eles.
“E,”
“Estou me acostumando terrivelmente a morar com você, e temo que possa –”
“Acostumar?” Ele terminou a frase com uma pergunta e trouxe o dedo ao queixo dela, inclinando seu rosto para encontrar o dele.
Seu coração pareceu pular várias batidas quando ele se aproximou ainda mais, reduzindo o que restava do espaço entre eles a apenas alguns centímetros.
“O-que – o que você está –”
“Me perdoa, Stella, é só – seus olhos, tão cativantes. E seus lábios – eu quero tanto te beijar, posso?” Sua confissão fez seu coração acelerar, batendo forte contra seu peito e despertando um tipo diferente de sensação que fez toda a sua superfície formigar.
Suas bochechas quase adormeceram com o choque desigual do frio do ar noturno e do calor da maneira como ele a fazia se sentir. Sua pele formigava com uma consciência primitiva que a fazia querer fincar seus dedos firmemente em seus ombros e lhe dar liberdade para levá-la a alturas sem fim.