A Mais Doce Tentação - Capítulo 195

195: Confrontação 195: Confrontação Fazia bastante tempo desde que Beatrix tinha visto Rhys pessoalmente pela última vez. Mas agora, vê-lo de novo, era uma experiência avassaladora.

A intensidade de sua presença a atingia profundamente, despertando um misto de emoções, tanto belas quanto horríveis.

Seus olhos, seu rosto a compeliam a dar um passo instintivo em sua direção, apenas para se conter no último momento.

Uma sensação de sufocamento a invadia, como se o ar ao seu redor estivesse rarefeito e seu peito se apertasse. Lembrando-a de se esconder, no entanto, seus pés permaneciam teimosamente plantados onde estavam.

Isto é algum tipo de ilusão? ela se perguntou, buscando uma explicação racional.

Ela fechou os olhos firmemente, contou silenciosamente até dez e os abriu novamente.

Para sua surpresa, ele ainda estava lá, parado diante dela.

Seu pânico aumentava, mais forte do que nunca.

“Oi,” ele falou suavemente.

O som de sua voz a fez estremecer. Se apenas vê-lo era como um soco no estômago, ouvi-lo falar era como ser violentamente atingida por um caminhão.

“O que você quer, Rhys?” Sua voz saiu áspera e aguda, completamente desprovida de qualquer sinal de carinho. Não havia nem um traço de calor em seu tom enquanto falava. “Estou ocupada; não tenho tempo para isso.”

Ele estremeceu com o tom dela, claramente afetado pela aspereza.

Rhys colocou as mãos nos bolsos de maneira desajeitada, sua garganta visivelmente contraída enquanto engolia em seco. Incerteza brilhava em seus olhos enquanto ele examinava seu rosto, esperando por algo que ela não estava pronta para oferecer. Em todo o tempo que o conhecia, ela nunca o tinha visto tão nervoso. “Estou aqui por você.”

“Você não precisa mais de mim,” ela quase sussurrou, lutando para ouvir suas próprias palavras acima da trovoada de seu coração.

Ele gaguejou, “Eu… Eu só queria ver se você me daria cinco minutos, quando tiver tempo — Eu sei que não mereço, mas queria explicar algumas coisas, se você me permitisse.”

O desconforto o oprimia, fazendo com que ele sentisse como se pudesse sair da própria pele.

Beatrix cruzou os braços na frente de si e respondeu, “Não há nada a explicar. Você deixou tudo muito claro. Você conseguiu sua vingança ou o encerramento que queria. Agora é hora de seguir em frente.”

Embora suas palavras o cortassem, ele não conseguia deixar de observar seus lábios e sentir uma dor profunda por todo seu corpo, um lembrete do quanto os sentia falta
Dor cortava seu rosto. “Eu não consigo seguir em frente, amor. Isso sou eu, pedindo a você por… não é perdão, não agora.

Mas eu espero que um dia, você não me odeie e possamos ter uma segunda chance.” Ele engoliu em seco.

Amor. Costumava ser o apelido favorito dela, mas agora ela o odiava tanto.

“Perdão?” Beatrix zombou.

“É um pouco tarde para isso, você não acha? Você deixou tudo perfeitamente claro naquele dia. Não há necessidade de pedir perdão quando você está dizendo a verdade.”

Rhys balançou a cabeça, sentindo como se sua garganta fosse inchar e fechar.

“Eu não estava, ratinha– Esse é o problema, eu não estava claro de forma alguma. Eu só quero a chance de explicar, por favor.

Eu não mereço seu tempo, mas juro por deus que farei tudo o que puder para valer a pena.”

Beatrix hesitou por um momento enquanto ele a via considerando sua oferta. Suas sobrancelhas se uniram e ele ficava devastado por saber que ele era a razão para o franzir do seu rosto.

Ela olha para os próprios dedos dos pés como se não suportasse olhar para ele e a dureza em sua voz perde um pouco a ponta,
“Eu te dei uma chance… Lembra?– ” sua voz lamentou um pouco.

Quase tão incrível quanto a pequena, vergonhosa parte dela que queria dar a ele essa segunda chance. Fique forte. Ele não a merecia. Ela merecia melhor, não um homem que foge na menor chance que tem.

Com sorte.

“Eu sei.” Rhys exalou uma respiração trêmula, suas sobrancelhas apertadas sobre seus olhos. Ele parecia menos polido que o habitual, com o cabelo despenteado e leves olheiras roxas sob seus olhos.

Beatrix se perguntava se ele estava dormindo o suficiente, e então mentalmente se repreendia por se importar. Ela sabia que ele estava vindo aqui há semanas, mas tinha evitado ele como uma praga, agora vê-lo assim doía tanto
“Eu pensei que estava te protegendo. Que você estaria melhor sem mim. Depois do que aconteceu com o seu pai—”
Beatrix não dizia nada e ele percebeu o rosto dela contrair como se estivesse com dor.

“Eu senti sua falta a cada segundo desde que saí da sua casa, parecia que estava morrendo, amor, nunca senti uma dor assim. Não fiz nada além de pensar em você – – você pode me odiar, mas nunca me odiei mais em minha vida inteira do que ao te machucar – – Eu me arrependo de ter perdido a única fonte de felicidade em minha vida.”

As mãos do Rhys estavam tremendo, e ele estava com medo de ter um ataque de pânico com o quão rápido seu pulso estava acelerando enquanto ele esperava segundos insuportáveis por qualquer tipo de reação dela.

Ela ainda não olhava para ele e ele observava enquanto ela piscava como se tentasse impedir-se de chorar.

Rhys daria qualquer coisa para saber o que ela estava pensando naquele momento. Isso era tortura.

Uma tortura que ele merecia.

“Quando você vai parar de mentir para mim?” Ela questionou ao finalmente levantar o olhar para encontrar o dele. Seu coração afundou vendo as lágrimas brilharem em seus olhos.

Rhys estremeceu, sua voz rouca, “Eu não estou mentindo. Tudo foi real. Isto é real. Caralho ratinha eu te amo—”
“Cala a boca! Não… não me chame assim..apenas não.”

Ela não conseguiu conter as lágrimas que se acumulavam em seus olhos agora. Ouvir ele chamá-la por todos esses nomes estava derrubando todas as barreiras que ela havia construído nessas últimas semanas.