A Mais Doce Tentação - Capítulo 190
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190: Arrependimentos 190: Arrependimentos Três semanas.
Fazem três semanas desde que ele saiu da vida da Beatrix.
Ele só aguentou dois dias antes de ceder e ter que ligar para ela, mas ela nunca atendeu. Cada dia, e noite, ela nunca atendeu.
Por que caralho ele não podia simplesmente dizer a ela? Por que ele entrou em pânico?
Bem, ele sabe por quê, ele não achava que a merecia, não depois de tudo. Era melhor deixá-la ir em vez de machucá-la de novo, ela merece mais.
Ele estava com medo. Ele estava fodidamente aterrorizado. Ele era um covarde.
Três semanas pareciam uma eternidade. O peso da sua decisão pesava pesadamente em seu peito, lembrando-o do vazio que ele havia criado em sua própria vida.
Ele revivia sua última conversa em sua mente, a forma como a voz dela rachou com vulnerabilidade quando ela perguntou se tudo tinha sido uma mentira. E ele mentiu, incapaz de enfrentar a verdade ou confrontar suas próprias inseguranças.
Os dias se misturavam, uma rotina monótona que não oferecia consolo. O sono o evitava, e, quando vinha, trazia pesadelos que o atormentavam com o que ele havia perdido.
A culpa o roía implacavelmente, despedaçando as bordas desfiadas de seu já frágil coração. Ele ansiava por seu perdão, pela chance de acertar as coisas, mas temia que fosse tarde demais.
Deus, ele sente tanta falta dela que dói.
Ele passava horas olhando para o telefone, disposto a tocar, na esperança contra a esperança de que ela ligasse. Mas cada dia que passava apenas aprofundava o vazio de sua ausência. O silêncio entre eles se tornou uma presença sufocante, um lembrete constante da sua própria covardia.
Quando ela perguntou se tudo tinha sido uma mentira, o que passou pela cabeça dele e o que saiu da boca dele eram duas coisas completamente diferentes.
Ele disse sim. Mas, porra, aqueles momentos juntos significavam tudo para ele.
A provocação, o sorriso tímido dela, o rubor dela e
o tagarelar desajeitado dela.
Ele queria aquele sorriso que ela tem quando estava genuinamente feliz, aquele que enrugava os cantos dos olhos dela e ela sempre tinha que rir.
Os últimos meses com ela significaram mais para ele do que toda a sua vida. De fato, ele não conseguia pensar em nada que o fizesse sentir como ela fazia.
Ele fodeu com tudo, porém. Ele arruinou absolutamente tudo.
Ele desejou poder ter mostrado a ela tudo do seu ponto de vista, muito disso era ele sendo ignorante de propósito e ele estava apenas em estado de choque.
Mas agora tudo o que ele tinha eram memórias, memórias que o zombavam por sua incapacidade de manter algo tão precioso. Ele deixou o medo ditar suas ações, e agora ele estava esquerdo apenas com arrependimentos.
Ele não suportava a ideia de nunca mais vê-la, de nunca mais ouvir sua voz, de nunca mais sentir o calor do abraço dela. Era uma dor constante, um vazio que consumia seus pensamentos e o deixava vazio.
Isso o deixava enojado só de pensar. Os dias que ele passou tentando sair dessa e convencer a si mesmo de que não era tão sério quanto era quando ele sabia muito bem que estava completamente perdido por ela.
Tudo o que ele fez por duas semanas foi alternar entre olhar as fotos dela e então refazer em sua cabeça o que aconteceu, tudo que ele deveria ter dito e tudo que ela disse. Isso se repetia várias e várias vezes.
Ele se obceca e analisa excessivamente cada detalhe. Cada emoção que ele sente acontece de novo, ficando pior a cada vez.
A culpa e o arrependimento o consomem vivo. Ele deseja poder voltar atrás no que disse, não era o que ele queria dizer.
Sua mente era um campo de batalha, dilacerado entre saudade e autodepreciação. Ele não conseguia escapar da pergunta assustadora que ecoava em sua mente: Ele realmente acreditava que tudo entre eles era uma mentira?
Não, ele sabia lá no fundo que não era. Ele havia permitido que suas próprias inseguranças e medos nublassem seu julgamento, afastando a única pessoa que lhe trouxe felicidade genuína. A dor de suas próprias ações cortava mais fundo do que qualquer ferida externa poderia.
Por um lado, ele ansiava por seu perdão e pela chance de se redimir. Por outro lado, ele acreditava que já havia causado danos irreparáveis, e a ideia de enfrentá-la de novo o aterrorizava. O medo da rejeição, o medo de enfrentar suas próprias falhas, tudo isso pesava muito nos seus ombros.
Mas ele não podia deixar de se preocupar pensando se ela está bem. Ela estava comendo? Ela estava dormindo? Ela estava tendo pesadelos? Ela estava recebendo abraços quando precisava?
… Ela sentia falta dele?
Todos esses anos ele havia esperado por esse dia a vida inteira e quando finalmente o alcançou percebeu que tudo tinha sido uma mentira e quando ela perguntou se alguma coisa era real, ele percebeu que o que ele sentia não importava porque ele já havia fudido com tudo… ele havia apenas se fechado ainda mais.
Ele se sentiu encurralado, e ele se sentiu sobrecarregado. Ele fugiu do desconforto. Ele escondeu seu rabo entre as pernas. Ele ficou na defensiva.
Ele não era tão corajoso quanto ela. Ele não era tão forte.
A porta se abriu e ele se virou para ver Damien parado na entrada.
“Caralho, o que diabos aconteceu? Tá um fedor do caralho aqui. Você não estava atendendo minhas ligações. Fiquei preocupado e vim até aqui. O que aconteceu?”
As palavras de Damien pairavam no ar, suas perguntas exigindo respostas. Rhys respirou fundo, lutando para encontrar as palavras certas. O quarto estava preenchido com um cheiro pungente, uma combinação de suor, ar viciado, e algo mais que Rhys não conseguia identificar bem.
Ele não havia notado até agora, talvez se acostumando com a atmosfera odorífera em seu desespero.
“Damien, eu…” A voz de Rhys falhou, suas emoções ameaçando o sobrecarregar. Ele passou a mão pelos cabelos desalinhados, tentando reunir seus pensamentos. “Desculpa por não atender suas ligações. Eu não sabia como explicar… o que aconteceu.”