A Luna Amaldiçoada de Hades - Capítulo 73
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73: Retribuição 73: Retribuição Hades~
A luz se acendeu, e meu antigo Theta entrou na sala e congelou. Ele largou a bolsa e ajoelhou-se. “Vossa… Majestade,” ele gaguejou. “O senhor está aqui.”
Eu o observei, as palavras dela ecoando em minha cabeça. “Rook,” eu murmurei.
Ele levantou os olhos para mim hesitante. O medo neles era claro como o dia, mas por baixo, algo muito mais desafiador fervilhava.
“Você sabe por que estou aqui?” perguntei, minha voz monótona, meus olhos estreitados.
Ele engoliu. “Sei, Vossa Majestade.”
Eu analisei a aparência de Rook—desgrenhado, quebrado, mas ainda de pé. Apesar de tudo, ele conseguiu me olhar nos olhos, embora com dificuldade. Seu irmão jazia atrás dele, mantido vivo pelo zunido das máquinas, um lembrete tanto de seu desafio quanto de sua falha.
“Você sabe o custo da traição?” perguntei, minha voz cortando o silêncio. Deixei as palavras pairarem, sabendo que ele sentia todo o peso delas.
A mandíbula de Rook apertou, mas ele não desviou o olhar. “Sei, Vossa Majestade.” Sua voz vacilou. “Sei muito bem.”
Olhei para a cama onde Ryder jazia, pálido e quase sem se mover. As máquinas às quais ele estava conectado bipavam. Eu afaguei sua mão flácida, assistindo enquanto a apreensão de Rook crescia.
“Ele está morrendo,” murmurei.
“Sim, Vossa Majestade,” disse Rook, dando um passo adiante.
Eu peguei no bolso e retirei as injeções. Ouvi Rook engasgar.
Era mais 100 ml de Nerexilina. Eu girei isso em meu dedo. “Eu fui muito misericordioso da primeira vez.” Apertei minha mandíbula.
“Vossa Majestade…”
“É porque nenhum de vocês perdeu suas vidas que teriam a audácia de tocar nela novamente.”
“A Luna disse…”
“Esse título não se aplica a ela,” eu disse ríspido. “Não tente se salvar.”
“Peço desculpas, Vossa Majestade.” Ele se moveu mais perto de joelhos, de olho na injeção, seus olhos cautelosos e desesperados. “Por favor…”
Eu ri secamente. “Você sabe que as coisas não funcionam assim.” Olhei de volta para Ryder. “Ele terá que pagar pelo seu crime.”
Os olhos de Rook arregalaram. “Eu imploro a você, Vossa Majestade.” O desespero de Rook era palpável, uma coisa amarga e quebrada enquanto ele se movia mais perto de joelhos, suas mãos tremendo enquanto ele estendia as mãos, implorando.
“Vossa Majestade,” sua voz rachou, espessa de angústia, “por favor… Eu imploro a você. Ryder é tudo que tenho. Eu farei qualquer coisa—tomarei a injeção eu mesmo. Dobre a dose. Triplique se for o que for necessário.”
Eu o observei, suas palavras soando vazias contra as paredes de pedra fria. Seu corpo estava tremendo, e eu podia ver o medo cru que surgia por baixo da fina fachada de coragem que ele tentava manter. Lágrimas marcavam seu rosto, espontâneas e sem controle, enquanto ele baixava a cabeça até o chão, seus dedos roçando a ponta do meu sapato.
“Vossa Majestade… ele é inocente nisso. Punam-me como acharem certo, mas deixem Ryder viver,” ele soluçava, seu rosto pressionado ao chão. “O senhor estava certo—eu o traí. Mas ele… ele só me seguiu por lealdade. Ele não merecia nada disso.” Ele estava tremendo agora, seus olhos ficando vermelhos nas bordas.
Eu o estudei, minha expressão impassível, sem fazer movimento algum para alcançar ou amolecer o olhar. Em vez disso, voltei a olhar para Ryder, sua forma imóvel um lembrete inquietante de sua traição. “Inocente?” murmurei, quase para mim mesmo. “Você a poupou quando ela era inocente? Você pensou duas vezes?”
A respiração de Rook falhou, sua voz mal era um sussurro. “Foi um erro. Um erro terrível, terrível. Eu pensei porque ela era uma…”
“Lobisomem? Ela é minha. O que te deu o direito de torturar minha prisioneira? Ela é minha para ferir, para quebrar, para matar. Você não tinha direito.” Eu rosnei.
“Eu percebo isso agora. Eu imploro…”
“Você acha que implorar pode desfazer isso?” Deixei a seringa brilhar na luz baixa, observando enquanto seus olhos a fixavam, selvagens de desespero. “Eu dei aos dois uma chance, mesmo quando vocês não mereciam. Mas em vez de aprender, vocês só se tornaram mais ousados em sua desobediência. Essa misericórdia foi o erro cometido. E é hora de retificar isso.”
Ele estendeu a mão para frente, sua mão tremendo enquanto tentava empurrar a manga pra cima, expondo seu braço. “Por favor,” ele engasgou, sua voz quebrada, “se ainda houver um pingo de misericórdia, dê a ele. Eu aceito o castigo. Aceitarei o que você quiser—apenas, por favor… deixe-o viver.”
Me inclinei, meu rosto próximo ao dele enquanto segurava a seringa entre nós. “Você acha que está em posição de barganhar?” Minha voz caiu para um sussurro arrepiante. “Sua vida foi poupada uma vez, mas eu não a pouparei novamente.”
A cabeça de Rook caiu, uma nova onda de soluços sacudindo seu corpo. Ele estava completamente, absolutamente derrotado, ainda assim ele implorava, palavras quebradas escapando enquanto ele pressionava a testa contra meu sapato. “Ryder não merece isso… Eu sou quem você quer. Apenas… não deixe ele sofrer mais.”
O silêncio encheu a sala, quebrado apenas pelo bipe ritmado das máquinas que ligavam Ryder à vida. Eu olhei para baixo em direção a Rook, sua forma encolhida, implorando. Apertei os dentes.
“Você está disposto a morrer pelo seu irmão?” perguntei, brincando com a injeção. “Diga-me, Rook. Você está?”
Rook levantou a cabeça, ainda tremendo, correntes salgadas marcando suas bochechas. “Sim, Vossa Majestade. Mais do que disposto.”
A borda dos meus lábios se torceu ligeiramente para cima. “Você está disposto a matar a si mesmo por seu irmão, Rook?”
Ele engoliu. “S-sim.” Ele gaguejou. “Eu posso.”
Estendi a mão para dentro do meu casaco, sentindo o peso frio da pistola banhada a prata que estava lá. Ela brilhava sob a luz fraca enquanto eu a estendia para ele, seu cano escuro e polido formando um contraste brutal com a mão pálida que tremia enquanto ele a alcançava.
“Essa arma,” eu murmurei, encontrando seu olhar desesperado, “está carregada com as melhores balas de prata. Se você quer que seu irmão seja poupado, Rook, terá que fazer mais do que implorar.” Eu a estendi ainda mais, meus dedos afrouxando em volta do cabo. “Você terá que provar.”
A mão de Rook tremeu violentamente enquanto ele pegava a arma de mim, seus olhos arregalados, suas respirações rápidas e superficiais. Ele olhou para Ryder, seu olhar cheio de dor tão crua que parecia cortar o ar. Novas lágrimas encheram seus olhos enquanto ele segurava a mão flácida de seu irmão, apertando-a, seu polegar passando pelos nós dos dedos de Ryder como se dissesse um último adeus.
“Jure para mim, Vossa Majestade,” ele engasgou, sua voz mal se mantendo estável. “Jure… que se eu fizer isso, ele estará seguro. Você não vai machucá-lo novamente.”
Eu inclinei minha cabeça, meu olhar frio e implacável. “Se você puxar esse gatilho, Rook, todos os seus problemas serão resolvidos. A vida de Ryder não será mais tocada por mim ou por qualquer outra pessoa sob meu domínio. Seus pecados,” eu gestiei para a arma, “serão absoltos.”
O lábio de Rook tremeu enquanto ele fechava os olhos, um sopro trêmulo escapando dele. Seus dedos apertaram a arma, e ele a pressionou contra sua própria têmpora, o brilho metálico da prata cintilando enquanto ele puxava para dentro um fôlego irregular.
O silêncio se estendeu entre nós, espesso e insuportável. Eu podia ver o terror em seus olhos, sua mão tremendo enquanto ele lutava para se firmar. Seu olhar se desviou para seu irmão pela última vez, desespero se mesclando com uma profunda tristeza.
Sua voz mal passando de um sussurro, ele implorou pela última vez, “Me perdoe, Ryder…”
Segundos passavam, a tensão tão densa que parecia sufocar até o ar da sala. Seu dedo pairava sobre o gatilho, olhos apertados fechados, a realização do que ele estava prestes a fazer se infiltrando em cada parte dele.
Os olhos de Rook apertados, seu dedo pressionando duro sobre o gatilho. Houve um clique oco e vazio enquanto ele o puxava, o silêncio depois mais ensurdecedor do que qualquer tiro poderia ter sido.
Por um segundo ele não se moveu, congelado em choque enquanto tentava processar o que não tinha acontecido. Lentamente, ele abriu os olhos, olhando para baixo para a arma em sua mão, incrédulo. Suas respirações vinham em arfadas superficiais enquanto a realização o invadia—nenhuma bala tinha sido disparada. Ele ainda estava vivo.
Um arrepio de alívio o atravessou, seguido por confusão e horror enquanto ele olhava para cima, seus olhos encontrando os meus, procurando, desesperados para entender.
Eu o observei impassível, um traço quase imperceptível de satisfação espreitando em meu olhar. “Você se provou, Rook,” eu disse, minha voz tão fria e suave quanto aço. “Você estava disposto a sacrificar sua vida sem hesitação pelo bem de seu irmão. Já que teve a coragem de puxar esse gatilho, considero seus pecados absolvidos.”
Eu me levantei, guardando a arma no bolso com uma mão firme, nunca desviando o olhar dele enquanto ele se ajoelhava ali, sem palavras. Seu rosto suavizou, a incredulidade lentamente dando lugar a um olhar de profunda e irrestrita gratidão. Ele mal conseguiu formar palavras, conseguindo apenas murmurar um baixo “Obrigado,” enquanto baixava a cabeça, sobrecarregado.
Eu apenas ri, vazio e sem alegria. “Essa não foi a minha misericórdia,” eu disse com escárnio. “Foi a da princesa.”