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A Luna Amaldiçoada de Hades - Capítulo 466

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Capítulo 466: Mortes Que Você Não Pode Evitar

Eve

Meus olhos ardiam. A voz de Hades era um murmúrio baixo e constante—áspero e, de alguma forma, ainda reconfortante—e tudo que eu queria era me encostar nele, fechar os olhos e dormir.

Mas os mapas espalhados sobre a mesa do escritório me mantinham ancorada. Marcadores de estratégia. Divisões de quadrantes. Posições inimigas. Eu não podia me permitir divagar.

Olhei para cima bem quando Hades disse algo que me paralisou.

“As baixas serão altas em Silverpine. Espero que você saiba disso.”

Sua voz carregava uma nota solene que perfurou através de mim como uma lâmina aquecida.

Pisquei. Não era choque que eu sentia—não era ingênua. Como alguém criada para um dia assumir o trono de Silverpine como sua Alfa, eu havia sido ensinada sobre os riscos de uma guerra total. Eu conhecia a aritmética brutal: filhos perderiam mães, filhas perderiam pais, famílias inteiras seriam dizimadas. A guerra se alimenta de violência. Não havia uma versão disso onde todos sobrevivessem.

Mas a população de Silverpine era diferente.

Não havia contingência elaborada para a sobrevivência deles. Se Darius conseguisse o que queria—se ele continuasse escondendo a verdade da profecia deles—eles não morreriam por balas ou bombardeios aéreos. Eles morreriam pela radiação. A corrupção da Lua de Sangue infiltrando-se em seus ossos, tornando-os selvagens ou matando-os imediatamente.

Eles não tinham proteção.

Sem domos. Sem Matrizes. Sem proteção composta.

Nada.

Seria genocídio. Um holocausto de uma raça inteira em uma única noite.

Minha garganta se apertou. “Quantos?” perguntei baixinho, embora não tivesse certeza se queria a resposta.

A mandíbula de Hades trabalhou por um momento antes que ele falasse. “Sem intervenção? Noventa por cento de baixas, talvez mais. Com o que podemos gerenciar…” Ele pausou, seu dedo traçando uma rota no mapa. “Setenta e cinco por cento.”

Setenta e cinco por cento.

O número era um peso esmagador em meu peito.

“Isso não é guerra,” eu sussurrei. “Isso é extermínio.”

“Eu sei.” Sua voz era áspera com algo que poderia ser luto. “Mas há algo que podemos fazer. Não vai salvar todos, mas—”

“Diga-me.” Inclinei-me para frente, desesperada por qualquer fio de esperança.

Hades tocou o mapa onde uma linha fina conectava Silverpine ao território de Obsidian. “Os túneis. A mesma rota que a equipe de Cain usou. Podemos trazer pessoas por ali—evacuar o máximo que pudermos antes que a Lua de Sangue se eleve.”

Meu coração vacilou. “Quantos?”

“Alguns milhares. Talvez cinco, se tivermos sorte e nos movermos rapidamente.” Ele encontrou meu olhar. “Enviaremos os membros da Rebelião Eclipse primeiro. Eles conhecem o território, têm contatos entre os dissidentes. Eles podem identificar quem está realmente fugindo de Darius versus quem pode ser um espião.”

“E quando eles estiverem aqui?” perguntei, minha mente já correndo pelos detalhes logísticos.

“Aqueles com treinamento militar—oferecemos-lhes o soro, equipamentos, um lugar em nossas forças Gamma se quiserem lutar.” Hades gesticulou para os marcadores de quadrantes. “O restante distribuímos entre os quatro quadrantes. Abrigos civis. Eles estarão apertados, mas estarão vivos.”

Era algo. Não era suficiente, mas era algo.

“O que dizer sobre mais capacidade de abrigo?” insisti. “Podemos construir outro refúgio? Expandir os domos?”

A expressão de Hades escureceu. “Já estamos construindo um. Na periferia, no perímetro leste—o ponto mais distante do Quarteirão de Ferro.” Ele esfregou o rosto, exaustão evidente em cada linha. “Será feito às pressas. Mais fraco que os outros. Mas deve proteger mais alguns milhares.”

“Deve?” A palavra parecia cinzas em minha boca.

“O material composto leva tempo para curar adequadamente. Não teremos esse tempo.” Sua voz era fria, factual. “Ele aguentará contra a radiação, mas se as forças de Darius invadirem tão longe em nosso território e atacarem diretamente…” Ele não terminou a sentença. Não precisava.

Olhei para baixo no mapa, para os pequenos marcadores representando centenas de milhares de vidas. Os números nadavam diante dos meus olhos.

“Então salvamos cinco mil através dos túneis. Talvez outros três mil no abrigo de emergência.” Minha voz era vazia. “Isso dá oito mil de uma população de—o que? Sessenta mil? Oitenta mil?”

“Mais perto de cem mil,” Hades disse baixinho.

Cem mil pessoas. E nós poderíamos salvar oito.

Oito por cento.

“Noventa e duas mil pessoas vão morrer,” eu disse, e as palavras pareciam estar sendo esculpidas em meu peito com uma faca cega. “Noventa e duas mil do meu povo—”

“Eve.” A mão de Hades cobriu a minha sobre a mesa. “Estamos esticados além dos nossos limites como estamos. As cúpulas estão na capacidade máxima. As Matrizes estão funcionando continuamente. Todo Gamma que temos está implantado. Todos os recursos estão alocados.” Seu aperto se intensificou. “Se tentarmos salvar mais de Silverpine, arriscamos nosso próprio povo. Arriscamos falhar com todos.”

Eu sabia que ele estava certo.

Eu odiava que ele estivesse certo.

“Eles nem sabem,” eu sussurrei, olhando para o território de Silverpine no mapa. “A maioria deles não tem ideia do que Darius está planejando. Eles acham que estão lutando pela sobrevivência de sua matilha. Eles vão morrer porque ele mentiu para eles.”

“Se conseguirmos enviar uma mensagem através da fronteira — avisá-los de alguma forma —”

“Não podemos.” A certeza na minha voz surpreendeu até a mim. “Darius controla tudo. Comunicações, informações, movimento. Quem fala contra ele desaparece. A Rebelião Eclipse já está arriscando tudo.”

Os mapas se embaçaram diante de mim. Eu não estava chorando — me recusava a — mas minha visão oscilava mesmo assim.

“As projeções,” eu disse, forçando-me a fazer a pergunta que temia. “Depois da Lua de Sangue. Se vencermos. Que porcentagem da população de Silverpine sobrevive?”

Hades ficou quieto por um longo momento. Quando ele falou, sua voz mal era um sussurro. “Quinze por cento. Talvez.”

Quinze por cento.

Oitenta e cinco mil mortos. Quinze mil vivos.

Uma geração inteira, desaparecida. Famílias apagadas. Crianças órfãs ou mortas. O Silverpine que eu conheci — a matilha em que eu nasci — deixaria de existir.

“Eu não posso salvá-los,” eu disse, e minha voz se quebrou nas palavras. “Eu não posso salvar meu próprio povo.”

Hades se levantou, movendo-se ao redor da mesa para me puxar em seus braços. Eu não resisti, pressionando meu rosto contra seu peito enquanto sua mão vinha para acariciar a parte de trás da minha cabeça.

“Você está salvando quem pode,” ele murmurou no meu cabelo. “Isso tem que ser suficiente.”

Mas não era suficiente. Nunca seria suficiente.

Ainda assim, eu recuei após um momento, endireitando minha coluna e limpando os olhos bruscamente. Havia trabalho a fazer. Planos para finalizar. Cinco mil pessoas para evacuar por túneis que poderiam desabar. Mais três mil para apertar em um abrigo apressado que poderia falhar.

Não era suficiente.

Mas era tudo que tínhamos.

“Quando começamos as evacuações?” eu perguntei, minha voz mais firme do que eu me sentia.

“Amanhã à noite. Depois que voltarmos do Quarteirão de Ferro.” A expressão de Hades era sombria. “A Rebelião Eclipse já está espalhando a palavra para aqueles em quem confiam. Teremos quarenta e oito horas, talvez setenta e duas, antes que Darius perceba a diminuição da população.”

“E se ele perceber mais cedo?”

“Então salvamos menos pessoas.” Sua mandíbula se apertou. “Mas salvamos algumas. E faremos ele pagar pelo resto.”

Eu olhei para o mapa uma última vez. Território de Silverpine, marcado em vermelho. Obsidian, em azul. A linha tênue dos túneis conectando-os esperançosa — uma linha de vida para oito mil, uma lápide para noventa e dois mil.

“Nós faremos ele pagar,” eu repeti, e as palavras soaram como um voto. “Por cada um deles.”

Hades assentiu, seus olhos duros como pedra. “Nós faremos.”

Virei-me da mesa, dos mapas e dos números impossíveis. Em algum lugar além das nossas fronteiras, cem mil pessoas não faziam ideia de que já estavam mortas.

Mas oito mil viveriam. Quinze mil, se vencêssemos.

Tinha que ser o suficiente.

Mesmo que isso me assombrasse para sempre.

Uma batida cortou o ar já tenso e quando a porta rangiu ao abrir, Lucinda entrou.

Meus lábios se curvaram em um sorriso só de olhar para ela, sua cor voltou e ela não se curvava mais como se estivesse em constante dor. Ela parecia arrependida ao encontrar nossos olhares. “Eu sei que vocês devem estar ocupados, peço desculpas pela invasão.”

Eu me levantei, “Não, não, não diga isso,” eu me movi em direção a ela, procurando em seu rosto ligeiramente desgastado por qualquer sinal de que algo estava errado. “O que há de errado.”

“São as crianças, elas querem ver você. E aquele guarda que você trouxe…”

“Freddie?” Hades sugeriu.

“Sim, ele. Ele não vai embora até Sophie conseguir o que quer e dormir. E isso é você.”

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