A Luna Amaldiçoada de Hades - Capítulo 464
Capítulo 464: Black Crystalline Composite
Este capítulo é dedicado a Mada_mim, estou tão feliz que meu livro te dá algum conforto nos dias ruins. Espero que seu bebê peludo esteja feliz onde quer que ele esteja lá em cima e que ele esteja cuidando de você 💙
Eve
O laboratório parecia diferente com todos aglomerados dentro dele.
Montegue estava sentado clicando sua bengala apreensivamente no azulejo, observando tudo com aquele olhar calculista. Gallinti havia reclamado um banco perto da janela de observação, irradiando energia nervosa. Silas estava encostado na parede distante, esperança cética escrita em seu rosto. Kael pairava perto de Thea, seus olhos seguiam cada movimento dela.
“Todos prontos?” Dra. Maya perguntou, colocando luvas de látex.
“Tão prontos quanto nunca estaremos,” Montague disse. “Vamos ver se este composto milagroso realmente funciona.”
Eu sentei no banco médico e estendi meu braço. O pano com álcool estava gelado, a agulha mal uma picada. Meu sangue encheu a seringa em puxões constantes – vermelho escuro, comum, nada especial para olhar.
Thea pegou a amostra, já se movendo em direção à centrífuga. “Quinze minutos para isolamento, talvez vinte para destilação completa.”
“E se o marcador não sobreviver ao processo?” Silas perguntou. “Dra Maya diz que ele desnatura rapidamente.”
“Então começamos de novo,” Dra. Maya disse simplesmente. “Mas ele vai sobreviver.”
“Sua confiança é inspiradora,” Silas murmurou.
A centrífuga ganhou vida. Eu pressionei gaze no meu braço e me levantei, movendo para ao lado de Hades. Sua mão encontrou a minha imediatamente, dedos frios entrelaçados em quentes.
“Nervoso?” ele murmurou.
“Terrificado,” eu admiti. “E se algo der errado?”
“Não vai,”
Silas riu de onde estava encostado. “Isso não é reconfortante, Hades. Você diz tudo com essa mesma certeza.”
“Porque eu sempre estou certo.”
“Bastardo arrogante.”
“Bastardo preciso.”
Apesar de tudo, senti meus lábios se contraírem. O bate-papo ajudou. Fez isso parecer menos como se estivéssemos apostando com a sobrevivência de todos e mais como… eu não sei. Ciência. Experimentação. Algo que poderíamos controlar.
A centrífuga parou. Thea transferiu o plasma separado para a configuração de destilação – um labirinto de tubos de vidro e béqueres que parecia algo de um romance de fantasia. Chamas tremeluziam sob o aparelho.
“Quão puro precisa ser?” Kael perguntou, observando as mãos de Thea se moverem com a precisão de alguém que já havia feito isso mil vezes.
“Completamente,” ela disse, ajustando uma válvula, engolindo em seco. Por um segundo seus olhos desviaram para os dele antes de voltar à tarefa em questão. “Qualquer contaminação e a grade não se formará corretamente.”
Montague se mexeu. “E a grade é crítica porque…?”
“Porque o marcador sozinho é inútil,” Dra. Maya disse, monitorando os resultados de temperatura. “Ele se degrada rápido demais. Mas trancado dentro da estrutura imortal do sangue de vampiro?” Ela olhou para Hades. “Ele se torna permanente.”
Nós assistimos o líquido viajar através dos tubos enrolados. Cores mudando – vermelho para rosa para algo quase translúcido. Meu peito apertou a cada minuto que passava. Isso tinha que funcionar. Isso *tinha* que.
Finalmente, Thea levantou um pequeno béquer. O líquido dentro era quase invisível, incolor exceto pelo mais tênue rubor de rosa.
“É isso?” Silas perguntou,
“Isso é imunidade,” Thea disse suavemente, colocando-o na câmara de vácuo. “Puro, desprotegido e ainda assim incrivelmente frágil. Como um escudo de vidro, tudo o que precisamos fazer é criar um cristal inquebrável.
Através das paredes transparentes, eu podia ver o líquido parado perfeitamente. Parecia tão… insignificante. Como se não pudesse ser possivelmente a resposta para tudo.
“Fase dois,” Dra. Maya anunciou.
Um assistente de laboratório abriu o grande recipiente de contenção no canto – vapor frio rolou para fora, e dentro estavam dezenas de cilindros cheios de líquido preto. Completamente, impossivelmente preto.
O assistente puxou um para fora. Sangue de Hades, congelado sólido.
“Aqui vamos nós,” Hades murmurou ao meu lado.
O cilindro se moveu mais perto da minha amostra.
Três pés de distância.
Dois pés.
O sangue negro *explodiu* em movimento.
Nem mesmo gradualmente, mas instantaneamente. Ele se liquefez e começou a girar violentamente dentro de seu recipiente, batendo contra as paredes como algo vivo e furioso.
Minha amostra respondeu. O líquido tingido de rosa começou a pulsar, brilhando levemente, pressionando contra o selo de vácuo.
“Caramba,” Silas respirou.
“Eles estão reagindo,” Kael disse, desnecessariamente.
“Apenas pela proximidade,” Thea acrescentou, voz cheia de admiração. “Eles ainda nem tocaram.”
A contração de Hades na minha mão se intensificou. Nossos olhos se encontraram.
Isso era nós. Nosso vínculo, destilado até sua essência, e mesmo separados em recipientes, estavam tentando se alcançar.
“Abra-os,” Montague disse baixinho.
Dra. Maya e Thea se moveram em conjunto. O selo de vácuo se soltou com um chiado. O recipiente do sangue preto se abriu com um clique suave.
E então—
Os espécimes não vazaram.
Eles *saltaram*.
Ambos os líquidos dispararam para cima, encontrando-se no meio do ar, entrelaçando-se em espirais impossíveis. Preto e rosa tecendo-se juntos, flutuando a um metro acima da mesa, desafiando todas as leis da física que eu já aprendi.
“Jesus Cristo,” Gallinti sussurrou.
A dança era hipnotizante—fluida e intencional, como assistir a fitas de seda capturadas por um vento invisível. Eles não estavam apenas se misturando. Eles estavam *se ligando*. Encontrando-se, envolvendo-se um no outro, tornando-se algo novo.
“A afinidade,” Thea disse, a voz ligeiramente trêmula. “É forte o suficiente para superar a gravidade.”
“É assim que uma verdadeira ligação se parece,” Dra. Maya acrescentou. “Em nível molecular.”
Silas se levantou do banco, aproximando-se. “Nunca vi nada assim.”
“Ninguém viu,” Kael disse. “Você deveria ter visto meu choque.”
Eu não conseguia desviar o olhar. Não conseguia respirar direito. Aquilo éramos *nós* lá em cima. Nossa ligação tornada visível.
O polegar de Hades traçou círculos nas costas da minha mão, e eu percebi que ele estava tão fascinado quanto eu.
“E agora?” Montague perguntou, prático como sempre.
“Agora,” Thea disse, desviando o olhar, “aceleramos a combinação.”
Um assistente de laboratório trouxe um novo vaso—de aparência estranha, com três câmaras distintas. O topo e o fundo continham pedaços de rocha marrom-avermelhada brilhante.
“Cobre?” Silas adivinhou.
“Cobre,” Thea confirmou com um leve movimento dos lábios. “É o elemento da vida, encontrado em nossos corpos, em plantas. O cobre é essencial para todos os organismos aeróbicos. É particularmente associado ao metabolismo do oxigênio. No entanto, pode conduzir energia elétrica. É um catalisador para inúmeras reações químicas. Nós colocamos os espécimes entre nós de cobre para acelerar a ligação.”
“Quanto tempo sem o catalisador?” Gallinti perguntou.
“Semanas. Talvez meses.”
“E com ele?”
“Minutos.”
Dra. Maya e Thea trabalharam juntas, guiando cuidadosamente a massa flutuante em direção à câmara do meio. Resistiu a princípio, os espécimes parecendo relutantes em ser contidos novamente, mas eventualmente se assentaram dentro. O recipiente selou com um sibilo pressurizado.
“Todos,” Thea disse, de repente urgente. “Óculos de proteção. Agora.”
Um assistente de laboratório distribuiu óculos de proteção. Eu coloquei os meus, o mundo tingido de um leve verde através das lentes.
“Por que?” Silas perguntou, mas ele já estava colocando o dele.
“Emissão de luz,” Dra. Maya disse. “A reação de ligação libera energia como fótons. O suficiente para causar danos à retina.”
“Fantástico,” Gallinti murmurou, ajustando seus óculos.
O recipiente estava no balcão, parecendo inofensivo. Lá dentro, eu conseguia ver os espécimes ainda se movendo, ainda se entrelaçando.
Esperamos.
Um minuto.
Nada aconteceu.
Dois minutos.
Ainda nada.
Gallinti se mexeu desconfortavelmente. “Quanto tempo isso deve—”
“Paciência,” Montague disse.
Três minutos.
Os espécimes continuaram sua lenta dança, mas não havia luz, nenhuma reação dramática, nada para indicar o milagre que nos haviam prometido.
O queixo de Gallinti se apertou. “Temos certeza de que os cálculos estão corretos? Porque se isso for mais um beco teórico—”
“Não é,” Thea disse, mas até ela soava insegura agora.
Quatro minutos.
“Talvez a teoria da rede esteja fundamentalmente falha,” Não havia malícia em seu tom, apesar de suas palavras, ele continuava a divagar devido à apreensão que agora estava estampada em seu rosto. Gallinti continuou, a voz aumentando. “Sangue imortal ou não, você não pode forçar a ligação molecular através do sentimentalismo. Isso é química, não romance—”
A luz *explodiu* do recipiente.
Uma luz brilhante, ofuscante, de calor branco que preencheu todo o laboratório, apesar dos nossos óculos. Eu levantei meu braço instintivamente, semicerrando os olhos através das lentes de proteção.
O recipiente estava brilhando como um sol em miniatura.
E lá dentro, onde antes haviam dois espécimes separados, havia agora apenas uma substância—reluzente, cristalina, pulsante com poder contido.
O composto.
Cristais negros que agora estavam no contêiner, parecendo crepitar com energia, esperança e possibilidades infinitas.
Eles conseguiam.