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A Luna Amaldiçoada de Hades - Capítulo 432

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Capítulo 432: Barricada

Eve

As telas de comando se iluminaram na minha frente, os feeds ao vivo tremeluzindo em um mosaico de quadrantes. No topo, o distrito central de Obsidian—ruas desobstruídas, bandeiras Gamma desfraldadas, os civis conduzidos de volta por trás de portões trancados.

Os Gammas Reais se moveram primeiro, seus veículos carregados de provisões e caixotes de alimentos, cada comboio protegido por fileiras disciplinadas. Atrás deles, os Gamas Militares marchavam em uníssono—armaduras negras, insígnias prateadas cintilando sob os holofotes. Sua formação era mais pesada, mais deliberada, e o som de suas botas ecoava pelos alto-falantes como um trovão distante.

Cada quadrante espelhava o mesmo ritmo: distribuição seguida de implantação. Onde os Gammas Reais davam suprimentos, os Gamas Militares davam presença. Um equilíbrio de provisão e poder. Escudo e espada.

Meu olhar se deslocou para o segundo painel do feed—tabloides, transmissões ao vivo, banners de redes sociais se espalhando como fogo selvagem na rede de comunicação do grupo.

Nem havia se passado uma hora desde a dispersão, desde o anúncio, e já as palavras lei marcial queimavam em todas as manchetes.

A imprensa girava o caos como só eles podiam:

“Militar inunda ruas de Obsidian.”

“Torre aprova lei de emergência sem declaração.”

“Civis se preparam em silêncio.”

Especulações se sobrepunham a vídeos granulados de colunas Gamma, filmagens tremidas de comboios passando por lojas de esquina, comentários correndo desenfreados. Cada apresentador, cada comentarista, cada feed anônimo se esforçava para enquadrar a mesma coisa: controle. Silêncio da Torre. Punição pela dissidência.

E através de tudo isso, eu podia ver os cidadãos no fundo dos clipes trêmulos—rostos pálidos, corpos pressionados contra janelas, agarrando sacolas de provisões como se fossem escudos.

Recostei-me, mãos apertando a borda do console.

A imprensa tinha sua narrativa. Por enquanto.

Mas em breve—em breve, nós teríamos a nossa.

“Espero que tudo saia conforme o plano, querida.” A voz suave de Monte me tirou disso.

Levantei a cabeça para encontrar seus olhos e a tristeza girando por dentro. Seu polegar trêmulo acariciava suavemente a mão pálida e envelhecida de Lucinda. “Você precisa dessa vitória.”

Meus lábios se mexeram, mas não consegui esboçar um sorriso. “Todos nós precisamos disso. Só temos que esperar.” Murmurei, balançando Elliot suavemente enquanto ele dormia. A Enfermaria estava quieta, exceto pelo som dos aparelhos aos quais Lucinda estava conectada.

As raízes grisalhas de seu cabelo a envelheciam, a faziam parecer frágil, suas clavículas saltavam, seus lábios mais finos, como se estivessem pressionados. Sob a bata do hospital, eu sabia que estava a marca maldita. A coisa que conseguiu colocá-la nesta condição, fez Kael ser sequestrado e Hades… e Cain…

“Os Deltas já tentaram três vezes,” ele murmurou, olhar fixo em seu peito frágil. “Cada vez, a mesma resposta. Esta não é uma ferida comum. Ela se agarra à pele, sim—mas mais profundamente que isso, Eve. Ela prende a alma, a mente, as coisas que comandam o corpo. Pensamento, vontade, até mesmo a respiração.”

Ele exalou trêmulo, seus ombros cedendo sob o peso da verdade. “Se tivesse sido o braço dela, ou a perna, eles poderiam ter cortado fora. Amputação. Uma escolha terrível, mas limpa. Mas a marca está aqui—” sua mão pairou brevemente sobre seu peito, sem tocar o frágil subir e descer. “Perto demais do coração dela. Não há como cortar isso fora. Não há como romper seu domínio.”

Sua voz se quebrou, áspera e crua. “Está matando-a lentamente, de maneiras que nenhuma lâmina ou unguento podem alcançar. E eu—” sua garganta se mexeu, as palavras se esforçando enquanto ele as forçava a sair, “—só posso sentar aqui, e vê-la desaparecer.”

A voz de Montegue vacilou em silêncio, mas o peso de suas palavras pairou como uma pedra na sala.

Senti isso me esmagar.

Ouvi-lo dito em voz alta—ouvir a verdade esculpida em frases em vez de sussurros por trás de portas fechadas—tornou isso real de uma forma que não tinha sido antes. Minha garganta se apertou, desespero cavando fundo onde nenhuma mão deveria alcançar.

As respirações de Lucinda eram tão frágeis que mal conseguia vê-las. O constante subir e descer de seu peito parecia mais o bater de asas de um pássaro moribundo, muito leve, muito superficial para pertencer a alguém que já foi fogo. Já foi vida.

E Montegue, com toda sua postura, toda sua força inabalável, estava se desfazendo ao lado dela. O tremor em sua voz não era só tristeza—era impotência. O tipo de impotência que queimava mais do que qualquer ferida.

Mas além de Lucinda, observei Monte, seus olhos escuros de tristeza, corpo carregado por… culpa.

Minha voz saiu mais cortante do que eu queria. “Pare com isso, Monte,”

Seu olhar se voltou para mim, surpresa surgindo levemente em seu olhar como se a tristeza suprimisse todas as outras emoções que ele sentia. “O quê?”

“Você sabe o quê,” eu respondi, ainda cortante. “Eu te conheço melhor do que pensa. Eu conheço esse olhar. Você está se culpando novamente.”

Sua boca abriu para negar, apenas para se fechar novamente enquanto ele desviava os olhos de mim. Ele alisou o cabelo de Lucinda, sorrindo levemente embora seus lábios tremessem. “Ela é uma visão, não é?” Ele sussurrou, como se não estivesse falando comigo, mas com alguém que eu não podia ver. “Ela sempre disse que seu nariz era pequeno demais, como um botão. Ela queria um nariz forte, um com personalidade.” Ele elevou a voz apenas um pouco mais, com um toque flamboyant as palavras imitando ela. Ele riu para si mesmo, mas sua voz quebrou. “Mas ela tinha caráter suficiente, o brilho, a radiância de uma rainha. Quando ela entrava em uma sala, você era tentado a se curvar.”

Sua voz se tornou frágil, seus dedos tremendo enquanto permaneciam perto de suas bochechas ocas, com medo de pressionar muito forte como se ela fosse se quebrar sob seu toque. “Eu jurei que nenhum mal lhe atingiria enquanto eu vivesse. E ainda aqui ela está…” Sua voz se fragmentou. “Marcada, quebrada, usada contra aqueles que ela ama, agora desaparecendo e eu deixado com nada além de promessas que não consegui cumprir.”

Havia mais que ele não disse. O homem tinha perdido tanto; sua filha, morta por sua segunda filha que abusou de seu neto e agora sua esposa parecia estar à beira. Era mais perda do que a maioria poderia compreender.

Eu me aproximei dele, com o peito apertado.

“Monte,” eu disse gentilmente, “você a ama mais intensamente do que qualquer outra pessoa jamais poderia. Isso não é fracasso—é devoção. O que está acontecendo com ela não é porque você não a protegeu. É porque Silverpine usou a pior coisa que puderam encontrar para machucá-la… e para machucar você. Nenhuma promessa poderia ter impedido isso.”

Sua mandíbula se apertou, seus olhos se desviando.

“Você sente culpa porque jurou protegê-la, mas culpa não é verdade. A verdade é que ela ainda está aqui porque você lutou por ela a cada passo. A verdade é que ela precisa de você forte agora mais do que nunca, não quebrado sob um peso que ninguém vivo poderia carregar.”

Eu me abaixei mais perto, minha voz suave mas firme. “Se você deixar essa culpa te consumir, então você deixa Silverpine vencer duas vezes—uma ao machucá-la, e outra ao te tirar dela. E ela merece mais do que isso. Vocês dois merecem.”

“Luna, Governador,” ele ofegou, se curvando rapidamente antes de me oferecer o dispositivo. “Transmissão ao vivo de Silverpine. A equipe de resgate—acabaram de chegar notícias.”

Meu coração disparou.

Coloquei Elliot cuidadosamente no chão, minhas mãos já alcançando o tablet. Na tela, imagens piscando começaram a aparecer—comunicações reativadas finalmente. O sinal estava instável, o áudio chiando, eu reconheço o local.

A fronteira. Eles estavam reportando da fronteira.

Mas não como eu lembrava. Estava repleta de Gammas armados, rostos endurecidos e postura tensa.

Pelo jeito disso, isso não era simplesmente um posto de controle—era uma fortaleza. Holofotes cortavam a noite em fatias duras de branco e sombra. Colunas blindadas se estendiam em fileiras disciplinadas, armas à disposição. Torres de vigia surgiam em intervalos, repletas de franco-atiradores.

E os portões… meu estômago se revirou no momento em que os vi. Eu conhecia aquele design. Não construído para chocar, mas para matar. Voltagem suficiente para queimar a carne do osso, para deixar nada além de carvão e fumaça.

As minas eram piores. Enterradas na extensão antes dos portões, seu leve brilho metálico visível apenas por causa do zoom de alta resolução. Um campo de morte, disposto como isca, esperando pelo primeiro passo descuidado.

Não era apenas defesa. Era aprisionamento.

Do alto, todo o perímetro se estendia como uma cicatriz pela terra, milha após milha de aço e poder de fogo. Uma parede não para manter inimigos fora—mas para atrair presas para dentro.

A realização afundou como pedra em meu estômago.

E embora parecesse impossível, embora todo instinto gritasse que ninguém poderia passar por isso incólume, uma coisa era certa—Hades e os outros não foram capturados.

Se tivessem, não haveria necessidade para esse tipo de teatro.

O único espaço claro era o céu e mesmo que por algum milagre eles conseguissem voar sobre a barricada e as armadilhas, eles seriam abatidos.

Eu enxuguei minha mão úmida em minha roupa, pele formigando de apreensão.

Montegue falou. “Pelo menos agora sabemos que a alegação deles era uma porcaria. Eles não os têm— mas por quanto tempo.”

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