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A Luna Amaldiçoada de Hades - Capítulo 348

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Capítulo 348: Ordinário

Hades

“É o mesmo,” murmurei enquanto a transmissão ao vivo se repetia para nós pela, o que parecia, milésima vez. “Nada mudou.” Observei o movimento dos guardas com armas em quase todas as entradas, servos andando para lá e para cá cumprindo seus deveres e os royals, os Valmonts, moviam-se de vez em quando.

Meus olhos desviavam subtilmente entre Eve e a transmissão ao vivo que recebíamos direto das Alturas Lunares, o lugar que ela costumava chamar de lar. Sua expressão era indecifrável, seus olhos tão penetrantes que poderiam ter perfurado um buraco no monitor.

Ela estava apenas descobrindo que tínhamos olhos por dentro o tempo todo, mas ela não parecia ter muita reação, por enquanto.

Kael lançou-me um olhar nervoso enquanto todos assistíamos o que todos já sabíamos. Nada iria acontecer, nada mesmo. Parecia que nada nunca acontecia nas Alturas Lunares, mesmo que o contrário devesse ser a verdade.

Os pelos do meu braço se arrepiaram quando vi o beta andando ao lado de Darius, falando sobre um orçamento.

Tudo parecia… comum.

Comum demais.

“Doméstico,” Kael murmurou ao meu lado, quase numa respiração. “Parece doméstico.”

Ele não estava errado. A transmissão ao vivo piscava de corredor em corredor, quarto a quarto — cada um tão polido, tão rotineiro que causava arrepios na minha pele. Guardas postados em seus lugares habituais. Servos agitados com lençóis dobrados e bandejas de prata. Assistentes do Conselho ajustando togas enquanto discutiam orçamentos de setores.

Era como assistir a uma linda mentira curada.

Quinze meses até a Lua de Sangue, e nem um único sinal de escalada.

Nem um indício de urgência.

Sem preparativos de guerra febris.

Sem soldados Gamma guardando zonas de alto risco.

Sem sinais de laboratórios de contenção onde uma corneta capaz de mudar o rumo da guerra estaria.

Nada além de normal. Como tinha sido durante todos os nossos meses de vigilância cuidadosa. Nada havia mudado.

Eve estava imóvel ao meu lado, braços cruzados, olhar afiado—afiado demais. Focado como uma lâmina afiada para matar. Ela não tinha falado em dez minutos. Não tinha piscado em cinco. Eu podia sentir a tensão irradiando dela como calor de uma forja.

O silêncio na câmara de vigilância era denso. Até mesmo os técnicos estavam com medo demais de fazer barulho.

Eles mudaram a transmissão novamente—Setor E, depois os laboratórios ao leste.

Inclinei-me para frente.

“Pause.”

A filmagem congelou. Um técnico de laboratório estava ajustando um conjunto de frascos enquanto cantarolava. Ao lado dele, um pesquisador lia dados de um tablet luminoso. Houve uma risada suave. Conversa de fundo. Impecável. Limpa. Limpa demais.

Onde estavam os sujeitos de teste?

Onde estavam os aplicadores Gamma?

Onde estavam as alas ocultas que sabíamos que existiam?

Os lugares que você não poderia acessar sem uma varredura de retina e um contrato sanguíneo selado?

Onde estava a maldita corneta?

Kael exalou pelo nariz, frustrado. “Eles estão apagando tudo antes da transmissão. Isso é curado.” era apenas outra especulação como as centenas que tivemos ao longo dos meses..

“Exatamente,” Eve disse, sua voz baixa mas letal. “Isso não é vigilância. Isto é uma peça teatral.”

Ela se aproximou da tela. “Eles estão encenando… para nós.”

Eu olhei para ela então.

Do jeito que ela se portava.

Ainda. Mas em posição de ataque.

Eu já a tinha visto ensanguentada, quebrada, meio selvagem, rindo através da dor—mas nunca a tinha visto assim.

Como se o silêncio tivesse dentes. Como se ela estivesse esperando para devorar o que viesse a seguir.

“Eles sabem,” ela disse, quase para si mesma. “Eles sabem que estamos assistindo.”

Meu peito se apertou.

“Há quanto tempo?”

Eve não respondeu.

Ela apenas olhou fixamente.

Eve deu um passo à frente.

Seus olhos se estreitaram, examinando cada detalhe com precisão assustadora. Ela inclinou a cabeça ligeiramente—apenas ligeiramente—mas eu percebi.

Ela prendeu a respiração por uma fração de segundo.

“Isso,” ela sussurrou, apontando para o monitor, “não está certo.”

Kael se inclinou também, seguindo sua linha de visão. “O quê?”

“O café,” ela murmurou. “Beta James. Ele está bebendo café preto.”

Kael piscou como se fosse insignificante, mas eu não.

Ela se virou lentamente para nós, sua voz apenas acima de um sopro. “Meu pai odeia o cheiro de café preto. Ele diz que fica na sua garganta e torna suas palavras amargas. James vinha fazendo chá verde com mel para ele desde que eu tinha treze anos.”

Eu olhei novamente para a tela. James estava ao lado de Darius, tomando calmamente da caneca preta como se fosse rotina. Confortável.

Deliberado.

Deliberado demais.

“Troque o feed,” Eve disse friamente. “Sala doze. Ala oeste da Rainha.”

O técnico olhou para mim, incerto. Eu dei um único aceno. A tela piscou, pixelizada, e então entrou em uma nova cena.

Rainha Lyra sentada em uma cadeira de veludo cercada por mulheres nobres, todas envoltas em seda e renda, rindo suavemente sobre champanhe e convites bordados.

Uma festa.

Eles estavam planejando uma festa dos deuses.

Eve ficou imóvel novamente.

Eu podia ver acontecer — o reconhecimento apertando sua postura, a memória cortando sua compostura.

Eu sabia que ninguém mais nesta sala poderia ler ela como eu podia. Ninguém mais sabia que a mulher de lilás era sua prima Rhiannon. Que a senhora grisalha tocando o ombro de Lyra era sua antiga governanta. Que a mulher de vermelho uma vez trançou seu cabelo para banquetes.

Que esta era sua família.

E ela estava observando-os como um lobo observa ovelhas antes da quebra.

O silêncio caiu na sala novamente.

Eu podia ouvir o leve tilintar de copos através do feed. As risadas. A tranquilidade.

Suave demais.

Simétrico demais.

Perfeitamente amaldiçoado.

“Eles estão se apresentando novamente,” Eve disse, baixa e aguda. “Ninguém bebe durante as horas de planejamento, não no tribunal de Lyra. E olhe para o piso.”

Kael apertou os olhos. “O que há de errado?”

“Polido demais,” ela respondeu. “É reflexivo. Minha mãe odeia isso. Disse que entrega a posição da perna para linguagem corporal dominante.” Seus olhos piscavam para a figura da governanta. “Ela odeia aquela senhora. Nunca deixaria seu hálito chegar perto dela.”

Minha garganta apertou. “Então eles estão fazendo isso… intencionalmente?”

Eve não desviou o olhar da tela.

“Eles sabem que estamos assistindo,” ela repetiu, a voz mais fria desta vez. “E estão nos provocando.”

Ela se virou, o peso de seu olhar caindo sobre mim como trovão.

Os olhos de Eve não vacilaram enquanto ela falava, seu tom cortante e clínico, mas misturado com algo mais profundo — frio, quieto temor.

“Temos acesso a todos os cômodos?”

Kael se endireitou levemente, hesitando apenas um sopro. “Todos os cômodos que têm câmeras.”

“E todos os cômodos têm câmeras?”

Ele acenou uma vez. “Deveriam ter. Inserimos o vírus durante nosso único acesso — quando Hades veio te buscar. Os técnicos disseram que era suficiente. Tudo conectado ao sistema central está nos alimentando ao vivo, mesmo que com atraso de alguns segundos. Nada deveria estar fora da rede.”

A mandíbula de Eve se contraiu.

Ela se virou para o monitor novamente, braços cruzados firmemente sobre o peito, mas eu podia ver — o piscar. A dúvida. A fina linha de preocupação que rachou sua expressão rígida.

“Então mude para Faculdade Quatorze.”

Kael congelou.

Os técnicos também.

Eu pisquei. “O que?”

“Faculdade Quatorze,” ela disse novamente, mais devagar desta vez, como se estivesse testando nossa reação.

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