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A Luna Amaldiçoada de Hades - Capítulo 345

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Capítulo 345: Híbridos Perfeitos

Hades

Eu os observei prenderem Elliot primeiro, seus olhos nunca deixando os nossos enquanto o técnico o manuseava com cuidado. Ele tentou não mostrar medo, mas a maneira como suas mãos estavam cerradas entregava. Ele estava com medo.

Eu não sabia como acalmá-lo. Seu olhar saltava entre mim e Eve, procurando algo—reasseguramento, talvez, ou um sinal de que isso não doeria. Minha língua permanecia pesada em minha boca. Eu só esperava que ele pudesse ler meus olhos e soubesse que estava seguro, que nada aconteceria com ele enquanto eu estivesse aqui.

Mas a verdade manchava o fundo da minha garganta como sangue velho.

Eu tinha falhado com ele antes. Falhado em protegê-lo. Falhado em acreditar nele.

Então, que direito eu tinha de oferecer conforto agora?

Mas Eve—ela era diferente. Ela se agachou ao lado da cama de escaneamento, logo fora do limite estéril do equipamento. Sua mão flutuou lentamente para cima, dedos curvando em uma suave onda.

“É apenas como uma cama mágica, querido,” ela sussurrou, sua voz mal acima do zumbido dos monitores. “Feche os olhos se quiser, e quando acabar, eu estarei bem aqui. Nós dois estaremos.”

Elliot olhou para ela, depois para mim.

E eu assenti. Um pequeno gesto. Uma promessa que eu cumpriria desta vez.

Ele lentamente afrouxou seu aperto e deixou o técnico colocar a touca neural em sua cabeça. Seus olhos se fecharam, cílios tremendo enquanto o escaneamento começava.

A máquina começou a zumbir, uma luz azul suave varrendo seu corpo em pulsos limpos. Eu observei os monitores se iluminarem com informações, sequências genéticas mapeando em tempo real.

Eve estava agora ao meu lado, seu ombro mal tocando o meu. Seus braços estavam cruzados firmemente, como se se mantivesse unida.

Minutos se passaram antes que a geneticista chefe, Dra. Vexa, se virasse para nós, sua expressão indecifrável.

Dra. Vexa deu um passo à frente, tablet na mão, o brilho dos dados ainda passando pela tela. Seus lábios se abriram, depois se fecharam novamente enquanto ela recalibrava o desapego clínico que havia dominado ao longo de sua carreira.

“Vocês devem ver isso,” ela disse, a voz tensa.

Ela virou o tablet para nós.

À primeira vista, era um scan de sequência padrão—hélices girando, marcadores de proteína piscando, caminhos neurais destacados. Mas então eu vi as faixas destacadas. Uma a uma, elas se iluminavam como constelações.

“O que estamos vendo?” perguntei, já sabendo que isso não era comum.

“Estabilidade,” ela respondeu. “Estabilidade perfeita e sem precedentes. Uma estrutura híbrida que não deveria existir sem intervenção. Mas não há nenhum traço de ligação forçada. Sem cicatrizes. Nenhuma guerra genética acontecendo sob a superfície.” Ela olhou para Elliot—que ainda estava deitado perfeitamente imóvel, como um soldado em repouso. “É como se ele tivesse sido feito para ser assim desde o começo.”

“Porque ele foi,” Eve murmurou.

Dra. Vexa acenou uma vez. “Exatamente. Seu DNA evoluiu com ambas as linhagens—vampírica e licantropa. Diferente de Hades, ele não precisou de purgação. Não havia nada corrompido em primeiro lugar.”

A amostra de sangue de Elliot já estava sob o microscópio, selada em uma cápsula de isolamento eletromagnético. Observamos através da tela superior do laboratório conforme a sequência artificial da Lua de Sangue começava—a luz vermelha pulsando dos emissores, imitando a frequência exata de radiação esperada durante o Cataclisma.

Amostras de sangue normais geralmente convulsionavam sob ela. Algumas se incendiavam. Outras mutavam. Mas a de Elliot?

Ela brilhava.

Fios dourados pulsavam através do plasma, reagindo—não com angústia, mas com absorção. Como se reconhecesse a energia. Como se a acolhesse.

“Ele é imune,” Dra. Vexa confirmou suavemente. “A Lua de Sangue não o tocará.”

As palavras me atingiram como trovão. Não apenas alívio—mas admiração.

Ele era uma criança—ainda assim, de alguma forma, ele se tornou algo que nem mesmo séculos de guerra alquímica puderam replicar: uma resposta perfeita.

Então chegou a minha vez.

Eu não vacilei quando tiraram meu sangue ou me prenderam.

Eu já havia enfrentado a morte.

Eu já havia me enfrentado.

Mas isso… isso era um acerto de contas que eu não tinha antecipado.

Os exames começaram, e imediatamente os técnicos trocaram olhares. Não de alarme—de fascinação.

A Dra. Vexa não esperou. “Traga o mapeamento comparativo. Hades e Sujeito E. Lado a lado.”

A tela dividiu-se. À esquerda—dupla hélice de Elliot. Limpa, elegante, luminosa com hibridação. À direita—a minha.

Semelhante. Mas não idêntica.

Minha estrutura estava irregular em partes, refeita pelo tempo, trauma, e—sobretudo—pelo Rito de Fenrir. Mas o resultado?

Função idêntica.

“O Fluxo se foi,” ela disse. “Completamente. Mas algo permanece. Fragmentos do DNA de vampiro ainda estão lá. Mais do que apenas cicatrizes. Eles foram… refinados.”

“Refinados como?” Eve perguntou.

A Dra. Vexa ampliou a tela. “Como Elliot, o corpo de Hades não está rejeitando nenhuma metade de sua linhagem. Ele se tornou totalmente híbrido. Mas enquanto a de Elliot foi herdada e desenvolvida, a de Hades foi reconstruída. A Marca de Fenrir purgou a corrupção e—de alguma forma—reestruturou o que restou em um código funcional e estável. Seu corpo não apenas cicatrizou. Ele evoluiu.”

Olhei para a câmara de exposição eletromagnética.

“Nós testamos.”

Minutos depois, meu sangue juntou-se ao de Elliot sob a radiação.

Por um segundo sem fôlego, a luz vermelha aumentou. Um tremor percorreu o plasma. Meu maxilar se apertou.

Então—

Estabilidade.

Assim como o de Elliot, meu sangue cintilou—como o luar preso na água.

Somente… mais profundo.

“O seu é mais denso,” Vexa murmurou. “Como se tivesse absorvido mais radiação.”

Eu já sabia o porquê.

“Eu não nasci com isso,” eu disse. “Teve que ser… forjado. O que significa que carrega a memória da guerra dentro.”

Eve se aproximou, seus dedos tocando a borda do tablet.

“O que isso significa?” ela sussurrou.

A Dra. Vexa se endireitou, seu tom clínico, mas seus olhos não podiam esconder sua surpresa e apreensão “Significa que vocês dois são imunes à Catástrofe Lunar. Não resistentes—imunes. A lua não pode torcer o que não pode desestabilizar.”

Olhei para Elliot através do vidro.

Ele não estava se movendo, apenas respirando. Observando o teto como se ele tivesse respostas que só ele pudesse ler.

O zumbido da máquina diminuiu, suave como o silêncio que se seguiu. Não era do tipo pesado. Era… contido. Esperando. Como se a sala em si não soubesse o que fazer a seguir.

“Desprenda-o,” eu disse, minha voz mais baixa do que pretendida.

O técnico obedeceu sem pausa, removendo o capacete e gentilmente liberando as correias. Elliot sentou-se lentamente, seu cabelo desgrenhado, bochechas pálidas, mãos ainda cerradas em seu colo. Não mais assustado—apenas… preparado.

Ele deslizou da cama com um cuidado treinado que fez algo torcer em meu estômago. Muito treinado. Muito familiar com a tensão.

Eve foi a primeira a alcançá-lo. Sua mão roçou o ombro dele, então segurou-o. Apenas isso. Sem alarde. Sem sons reconfortantes ou elogios exagerados.

Ele assentiu uma vez. Ela assentiu de volta.

Ele se virou para mim em seguida, sua boca se abrindo como se quisesse perguntar algo—mas não o fez.

Em vez disso, ele estendeu a mão e pressionou a ponta de seu polegar contra o lado interno de seu próprio pulso.

Como se estivesse verificando se ainda era ele mesmo.

Eu não falei. Eu não me ajoelhei ou o agarrei ou fiz mil coisas tolas rasgando meu peito. Eu apenas fiquei lá e esperei, porque qualquer outra coisa teria sido sobre mim.

Não sobre ele.

Elliot piscou, virou-se ligeiramente em direção a Eve, depois voltou para mim.

“Estou com fome,” ele disse.

Isso é tudo.

Um suspiro que eu não percebi que estava segurando escapou de mim em um som que não era exatamente uma risada.

“Eu também.”

Ele deu de ombros. “Ainda tem pudim?”

“Bastante,” Eve respondeu.

Ele saiu primeiro, arrastando seu unicórnio de pelúcia por uma asa, como se tudo tivesse sido um pequeno inconveniente. Comecei a seguir, mas a Dra. Vexa pigarreou.

“Há mais,” ela disse. “Uma última coisa.”

Eu parei no meio do passo. Eve também hesitou.

A Dra. Vexa tocou algo no lado do tablet. “Encontramos algo mais nos dados cruzados—uma impressão. Um resíduo. Não ativo. Não consciente. Apenas… lá.”

“Que tipo de resíduo?” perguntei.

Ela hesitou. “O mesmo padrão que encontramos nos primeiros exames de Eve, após o Rito. Um traço… de algo mais antigo.”

Ela olhou para cima, algo relutante fervilhando por baixo de suas palavras.

“A assinatura corresponde a Vassir.”

Eve enrijeceu.

Eu não me movi.

Dra. Vexa continuou, os olhos piscando entre nós. “Não há eco consciente. Nenhum fio neural. Mas confirma o que você disse antes. Ele não estava mentindo.”

“O que isso muda?” perguntei em voz baixa.

“Nada imediato. Mas significa que seu corpo, Hades, não apenas sobreviveu à purificação—ele absorveu o que podia usar. Você não é mais um receptáculo… mas algo novo, construído a partir do que foi deixado para trás.”

Algo novo.

As palavras ecoaram, mas não em admiração. Não em alívio.

Em temor.

Eu não me sentia como algo novo. Eu me sentia como algo inacabado. Instável. Ainda queimando nas bordas de um fogo que não havia se apagado.

Meus olhos vagaram até Elliot de novo—pequeno, quente, inteiro. Sua mão estava na minha. Quando isso aconteceu?

Eu não tinha percebido. Mas ele tinha segurado.

E por um breve momento, eu segurei de volta.

Até que eu não mais.

Até que percebi o que a Dra. Vexa não disse.

Sem fio neural.

Ainda não.

Sem eco consciente.

Não mais.

Eu soltei a mão de Elliot.

Ele piscou para mim, confuso, mas eu dei um passo para trás. Um passo, depois outro, até eu sentir o frio da parede de observação pressionando minha coluna.

“Preciso de mais exames,” eu disse. Minha voz não estava firme. “Faça todos. Mapeamento neural. Rastreamento de resíduo do Fluxo. Flutuações endócrinas. Tudo.”

A Dra. Vexa abriu a boca para protestar, mas eu não esperei. Eu me afastei deles—do menino que mal começara a conhecer, da mulher que esteve ao meu lado através da danação—e caminhei mais fundo no corredor fora do laboratório, o eco dos meus passos alto demais, oco demais.

Eu não queria que eles me seguissem.

Porque algo em mim já estava se agitando.

A mesma pressão que senti nos piores momentos—quando a raiva se tornava clareza, quando a crueldade parecia justa.

Vassir.

Ele realmente se foi?

Ou ele ainda está esperando, enterrado dentro das rachaduras da minha mente, nas costuras do meu DNA?

Eu agarrei a borda do corrimão do corredor, me preparando contra o pensamento.

Virei minhas costas para eles.

Eu precisava de distância. Eu precisava—

“Não fuja.”

A voz dela me parou instantaneamente. Então sua mão—quente, inabalável—agarrou meu pulso. Eu senti falta do toque dela, uma parte de mim tremeu com o contato.

Eu não olhei para ela. “Eve, não.” ela queria me salvar de novo. Claro que ela queria.

Mas ela se moveu para a minha frente, os olhos em chamas.

“Eu deveria ter te contado antes,” ela disse, a voz trêmula. “De volta na cela—Vassir disse algo antes de desaparecer.”

Eu congelei.

Ela não vacilou.

“Ele disse que você não é apenas o receptáculo dele. Você é a reencarnação dele.”

A palavra bateu mais forte do que qualquer ferida que eu já tivesse recebido.

“Não.” Minha voz se quebrou.

“Você nasceu com pedaços dele. Não infectado—nascido, como eu e Elysia.” ela pressionou, seu aperto se intensificando. “Mas isso não significa que ele te possui. Significa que você sobreviveu a ele.”

Eu tentei recuar, mas ela segurou firme.

“Ele se foi, Hades. A purificação não te destruiu. Ela te purificou, mas uma parte dele estava em você desde sempre. Isso é por isso que você podia contê-lo.”

Minhas mãos se fecharam em punhos. “E se ele voltar?”

“Então nós acabamos com ele,” ela respondeu de pronto. “Mas eu não vou deixar você se destruir por um fantasma.”

O silêncio quebrou entre nós.

“Você acha que eu não vejo a maneira como você olha para Elliot?” ela sussurrou. “Como se você não o merecesse. Como se estivesse com medo de machucá-lo. Mas você não vai. Você já escolheu quem você é.”

Eu olhei para baixo, para as mãos dela—ainda segurando as minhas.

Firmes. Quentes.

As minhas estavam tremendo até eu deixar que as dela me estabilizassem.

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