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A Luna Amaldiçoada de Hades - Capítulo 344

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Capítulo 344: Primeira Festa do Pijama

Hades

O sorriso do meu filho era tão largo enquanto ele se olhava no espelho, que poderia iluminar toda a torre. O rabo era com lantejoulas, o pelo de veludo branco, e salpicos de cor brilhante corriam pelo macacão como se alguém tivesse derretido um arco-íris em uma fábrica de doces. Seu pequeno capuz—com orelhas caídas e um chifre de unicórnio dourado—continuava escorregando sobre seus olhos, mas ele não se importava. Ele apenas continuava sorrindo.

O macacão uniforme era… ousado. Ofuscante, até.

Elliot se virou para mim, bochechas coradas de empolgação, suas mãos batendo juntas enquanto ele quicava uma vez, depois duas—

E então ele gritou.

“Estamos combinando!!”

Sua voz ecoou pelo corredor com alegria, e eu senti Eve congelar ao meu lado.

Olhei para mim mesmo.

Sim. Sim, estávamos.

De alguma forma, através das traições da manipulação infantil e da traição completa da minha dignidade por parte de Eve, eu havia permitido que me fechassem em uma versão adulta da monstruosidade que Elliot agora vestia.

Veludo branco. Lantejoulas. Um chifre encharcado de glitter caindo tragicamente sobre um olho.

Minha alma morreu um pouco.

Mas Elliot estava praticamente vibrando de alegria. E Eve—Eve—estava rindo. Sua cabeça inclinada para trás, o som rico e suave enquanto ela estava em seu próprio macacão combinando, parecendo a criatura mítica menos ameaçadora que eu já tinha visto.

Eu não conseguia nem fingir estar irritado.

Descobri que não estava nem um pouco. Toquei meu peito, sem saber por que eu não estava abatido depois de tudo

Todos estávamos rindo agora.

Não era polido.

Mas era real.

Mais cedo hoje, Elliot havia se aproximado de nós—silencioso, hesitante, girando a manga de sua camisa com dedos nervosos. “Posso… Posso dormir no seu quarto esta noite? Com vocês dois?” ele perguntou. “Quero minha primeira festa do pijama…”

Aquela frase derrubou-me mais do que qualquer campo de batalha jamais fez.

Então agora estávamos lá, três unicórnios em um corredor escuro iluminado por luzes suaves e risadas compartilhadas.

Elliot segurou a mão de Eve com uma das dele, e a minha com a outra.

As palmas das suas mãos estavam um pouco úmidas. E as minhas, verdade seja dita, não estavam muito melhores. Mas ele não recuou desta vez. Ele não recuou quando eu enrolei meus dedos gentilmente ao redor dos dele. Sua pegada era pequena mas certa, como se ele estivesse tentando nos manter todos juntos apenas com força de vontade.

Caminhamos em direção ao quarto em silêncio no início—Eve cantarolando uma música sob seu fôlego, sua mão desenhando círculos lentos e calmantes nas costas da mão de Elliot. Eu não sabia o que dizer. Havia palavras que eu poderia ter oferecido—coisas suaves, calorosas, paternais—mas ficavam presas na minha garganta toda vez que eu tentava.

Não era perfeito.

Mas era algo.

Uma vez que chegamos ao batente da porta, Elliot soltou e correu em direção à cama, subindo com uma energia quase frenética que dizia mais do que qualquer coisa que ele poderia ter dito em voz alta. Seus dedos remexeram em algo sob os travesseiros.

Então ele se virou e levantou.

Uma folha de papel amassada. Dobrada. Desdobrada. Redobrada. Manuseada muitas vezes.

“Uma lista,” ele murmurou. “De coisas… para esta noite. Eu planejei.”

Ele a colocou cuidadosamente entre nós na cama, alisando as rugas como se fosse feita de ouro.

Não eram palavras—eram desenhos. Figurinhas de palito, pequenos rabiscos, rabiscos com setas apontando em direções estranhas. O primeiro era um unicórnio borrado fazendo o que poderia ter sido uma estrela. O próximo era uma tigela torta com pequenos corações flutuando acima dela. E o terceiro… era apenas um grande rosto sorridente com a legenda “dormir juntos”.

A mão de Eve foi para a boca, tentando esconder o sorriso. A minha foi para a lista.

“Você desenhou tudo isso?” Perguntei suavemente.

Ele assentiu, de repente tímido. “Eu pensei… se seguirmos, então talvez… eu durma melhor.”

Isso me quebrou. Apenas um pouco.

“O que é esse?” Apontei para a tigela.

Os olhos dele brilharam. “Minha comida favorita.”

Meu sorriso desapareceu, eu não sabia o que era. Eu não sabia qual era a comida favorita do meu filho.

Ele deve ter percebido minha dor porque sorriu mais, mas sussurrou. “É Pudim.”

Eu pisquei. “Pudim?”

Ele assentiu com mais força. “Do tipo que a vovó fazia. Com a canela. E as passas engraçadas. Mamãe me deixava comer sempre que eu vinha, mas não muito para eu não ficar gordinho.”

Meu coração parou e quebrou.

Ele olhou diretamente para mim. “É o seu favorito também, certo?”

Engoli em seco.

Era.

Sempre tinha sido.

E eu não comia desde o meu primeiro dia no quarto escuro.

Eu assenti lentamente, voz grossa. “Sim. É.”

Elliot não sorriu, não completamente. Mas havia um brilho de orgulho em seus olhos, como se ele tivesse acertado algo importante.

“Quero que comamos juntos,” ele disse.

Eve estendeu a mão e afastou um cacho rebelde da testa dele, a expressão dela era indecifrável. Silenciosa. Mas eu vi o brilho úmido nos olhos dela. Senti minha garganta fechar novamente. Queria estender a mão e tocar nela, mas não tinha certeza se tinha o direito ou se era digno de tocar sua pele.

Afastei o desejo como vinha fazendo por uma eternidade. “Acho,” disse lentamente, “podemos fazer isso acontecer.”

“Sério?” Elliot perguntou, quase desconfiado.

“Sim.” Limpei a garganta e forcei um sorriso. “Mas você vai fazer as passas. Essa é a regra.”

Elliot franziu o nariz. “Eu odeio passas.”

“Exatamente.”

Ele soltou um bufar—mais sopro do que risada, mas foi real.

Então veio a parte estranha.

“Então, hum…” Ele coçou a bochecha, olhos no chão. “Como vamos dormir? Tipo… eu fico no meio? Ou eu fico do lado? Ou… eu ganho minha própria cama?”

Olhei para Eve. Ela olhou para mim.

Não havia uma resposta ensaiada para isso.

“Você escolhe,” ela disse suavemente, acomodando-se ao lado dele.

Ele hesitou, então se virou e jogou-se entre nós como uma ponte—braços estendidos, um bichinho de pelúcia de unicórnio encaixado sob seu queixo.

“Tá bom,” ele sussurrou. “Mas se eu acordar, vocês ainda têm que estar aqui. Prometem?”

Meu peito se partiu um pouco mais.

Assenti. “Prometo.”

As luzes estavam baixas, o ar quente, a sala preenchida com o leve aroma de canela e açúcar. O pudim tinha acabado de sair do aquecedor—Eve insistiu em recriar a textura exata. Elliot mexeu a panela como um pequeno soldado em uma missão, franzindo a testa toda vez que uma passa flutuava até o topo.

“Estou te observando,” ele sussurrou para uma passa particularmente presunçosa antes de colocá-la na tigela com precisão exagerada.

Agora, nós três estávamos aninhados na cama, capuzes de unicórnio ainda meio postos, tigelas nas mãos. Os pés de Elliot estavam escondidos debaixo de um cobertor, o bichinho de pelúcia preso protetoramente na curva de seu braço enquanto ele tomava outra colherada e soltava um suspiro alto e contente.

“Isso é perfeito,” ele declarou. “Não só o pudim. Tudo.”

Engoli em seco e assenti, mantendo os olhos na tigela. A colher parecia pequena na minha mão. Pesada.

Do outro lado, Eve cutucou o lado de Elliot suavemente. “Você sabe o que esquecemos?” ela sussurrou como se fosse o segredo mais bem guardado do mundo.

“O quê?” ele sussurrou de volta, olhos arregalados.

“O juramento do unicórnio.”

Ele ofegou. “Nós esquecemos?!”

“Ainda dá tempo,” ela disse, me lançando um olhar com um sorriso mal contido.

Pisquei. “Existe um… juramento do unicórnio?”

Elliot assentiu solenemente, claramente inventando na hora. “É assim: sem medo na hora de dormir, sem desperdício de pudim, e sem caras tristes permitidas.”

Arqueei uma sobrancelha. “Isso soa como uma seita.”

Eve riu baixinho. “Shh. Não dizemos a palavra com C.”

Eles explodiram em risadas contidas, do tipo que só vem quando a alegria parece uma rebelião. Tentei sorrir, mas o peso no meu peito persistia.

Era bom demais. Leve demais. Exagerado.

Eu não sabia como estar naquela situação.

“Por que você está olhando assim?” Eve perguntou, ainda sorrindo enquanto inclinava a cabeça.

“Eu não estou olhando.”

“Está sim.” Elliot entrou na conversa com pudim estufado na bochecha. “Você está fazendo a cara.”

“Que cara?”

“Aquela que diz que esqueci como sorrir, mas estou me esforçando muito para ninguém perceber.”

Tossi. “Isso é… estranhamente específico.”

Trocaram outro olhar.

Então Elliot me olhou, olhos brilhando. “Você tem pudim no queixo.”

Pisquei, olhei para baixo. “O quê?”

Tarde demais.

Eve se inclinou para frente, seu polegar roçando sob meu queixo com uma familiaridade casual.

Mas desta vez—desta vez eu peguei seu pulso antes que ela pudesse se afastar.

Seus olhos encontraram os meus, surpreendidos.

Apenas uma batida de coração.

Não apertei. Não a segurei como costumava. Apenas… toquei. Como se estivesse fazendo uma pergunta que não sabia como formular.

Ela prendeu a respiração.

Então ela se afastou suavemente.

Mas não friamente.

Apenas… ainda desenhando limites.

O espaço entre nós se fechou e se reabriu.

Abaixe meu olhar e soltei.

Ela voltou para seu pudim. Eu voltei a fingir que o meu tinha gosto de alguma coisa.

Não foi rejeição. Não de fato.

Mas doeu em um lugar onde eu não sabia que ainda tinha esperança.

Elliot, alheio à correnteza entre nós, lambeu a colher e se recostou nos travesseiros. Suas pálpebras começaram a cair.

E então—ele se endireitou de repente.

“Oh! Espera!”

Ele empurrou sua tigela em direção ao criado-mudo, arrastou-se pelo colo da Eve e puxou algo de sua pequena mochila.

Um caderno de desenhos.

Ele folheou rapidamente, então levantou uma página. “Olhem!”

Era um desenho de três unicórnios. Tortos. Coloridos de forma brilhante. Um era muito alto com o que eu supus serem sobrancelhas cansadas. Outro tinha uma cauda brilhante (Eve, obviamente). E o menor tinha estrelas desenhadas ao redor e um sorriso enorme.

“A gente,” ele sussurrou. “Hoje à noite.”

Estendi a mão para estabilizar a página. O papel tremia na sua mão.

“Você fez isso?” eu perguntei.

Ele assentiu, a voz mais suave agora. “Eu… eu pensei que talvez… se eu desenhasse… realmente aconteceria.”

Ele olhou para mim, vulnerável e orgulhoso ao mesmo tempo.

“Aconteceu,” eu disse, com a voz rouca.

Ele sorriu. Então bocejou tão forte que seu corpo todo balançou.

Eve pegou o caderno de desenhos e o colocou de lado. “Venha aqui,” ela murmurou.

Ele se arrastou entre nós, se enroscou e puxou o cobertor até o queixo. “Se eu tiver um pesadelo… você vai me acordar?”

“Vou fazer melhor,” eu disse. “Vou persegui-lo e jogar pudim nele.”

Ele deu uma risadinha sonolenta. “Não é assim que o pudim funciona.”

“O pudim funciona de maneiras misteriosas,” murmurei, e ouvi Eve rir suavemente.

Ele adormeceu entre nós, sua respiração se estabilizando.

Eu estava contente em ficar no silêncio, olhos semicerrados, quando Eve se moveu novamente.

Silenciosa. Cuidadosa.

Ela esticou o braço por cima dele, segurou meu queixo com os dedos — e limpou algo suavemente do canto da minha boca.

“Perdeu um ponto,” ela disse, a voz lúdica e baixa.

Eu congelei.

Então ela levou o polegar aos lábios e o lambeu.

“Mmm,” ela murmurou.

Eu a encarei, piscando devagar.

Ela encontrou meu olhar, os olhos calorosos e brilhando sob o brilho suave da lâmpada de cabeceira.

Ali estava.

A primeira rachadura em seu muro.

Meu peito ficou leve. Leve demais. Como se eu pudesse flutuar para fora da minha pele.

Eu não a alcancei. Eu sorri.

E quando ela sorriu de volta…

Eu senti. Paz.

E talvez… lar.

Eu estava em casa.

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