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A Luna Amaldiçoada de Hades - Capítulo 341

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Capítulo 341: Mamãe E Papai

Eve

Montegue exalou lentamente, como se estivesse ponderando as consequências do que estava prestes a permitir. “Muito bem,” ele disse. “Mas apenas por um momento. Tempo suficiente para confirmar que o que você sente é real.”

“Não preciso de um momento,” murmurei, afastando os cachos de Elliot de sua testa. “Eu preciso dele.”

Eles não discutiram novamente.

Uma cadeira de rodas foi trazida com urgência silenciosa, elegante e prateada, muito mais sofisticada do que as dos hospitais mortais. Lucinda tentou me guiar até ela, mas eu balancei a cabeça.

“Só me dê um segundo,” eu disse, as pernas tremendo sob mim. “Eu quero tentar.”

Elliot apertou sua mão em mim como se estivesse com medo de que eu escorregasse por entre seus dedos novamente.

Lucinda estendeu os braços gentilmente. “Deixe-me carregá-lo por agora.”

Para minha surpresa, Elliot permitiu. Seus olhos nunca deixaram os meus.

Eu dei um passo lento e firme. Depois outro. Minhas pernas ainda pareciam estranhas, como algo emprestado de outra pessoa, mas alcancei a cadeira, e sentei—menos por fraqueza agora, e mais porque eu tinha um destino.

Montegue caminhou ao meu lado enquanto os auxiliares começaram a empurrar a cadeira para frente.

Os corredores fora da enfermaria eram silenciosos mas vibrantes—luzes frias e estéreis piscando acima.

O corredor sumiu em silêncio enquanto a câmara de contenção surgia à frente. Todos desaceleraram.

Eu não esperei.

Antes que pudessem me parar—antes que o protocolo pudesse falar—eu segurei as rodas da cadeira sozinho e empurrei para frente.

O ar na câmara era mais frio, mais pesado. Hades deitava no centro, imóvel, um emaranhado de sombras e carne exposto sobre um laje reforçada.

Ele parecia quebrado. Mas não derrotado.

Eu rolei a cadeira ao lado dele, o metal gemendo suavemente sob minha urgência.

Todos recuaram—Montegue, Lucinda, os auxiliares—observando.

Mas eu via apenas ele.

Minha mão subiu instintivamente, tremendo, alcançando o rosto que memorizei em sonhos e memórias e loucura.

“Hades,” eu sussurrei, passando meus dedos sobre sua bochecha. Sua pele estava quente. Nem queimando, nem fria.

Vivo.

“Ele não se mexeu,” Kael atrás de mim sussurrou, afastando-se do canto onde estava. “Nem uma vez nas duas semanas desde a purga. Nenhum piscar de olhos, nenhum som. Nem mesmo uma respiração muito profunda.”

Mas justo quando ele falou—

Uma contração.

Tão sutil que pensei ter imaginado.

Seus dedos, descansando inertes ao seu lado, moveram-se ligeiramente—como um espasmo muscular ou uma resposta fantasma. Minha respiração engasgou, mas não disse nada. Ainda não.

Kael deve ter visto também, porque sua voz falhou. “Isso… não estava acontecendo antes.”

Eu me inclinei mais perto, minha mão ainda na bochecha de Hades. A barba ao longo de seu maxilar parecia real. Familiar. Meu polegar a traçou lentamente.

“Vamos lá,” eu sussurrei. “Eu sei que você está aí.”

Sem resposta.

Imobilidade novamente.

Então—outro movimento. Sua sobrancelha contraiu. Como se algo muito abaixo da superfície se mexesse. Nenhum grande despertar. Nenhuma inalação ofegante ou sobressalto repentino.

Apenas… resistência. O tipo que diz que uma alma está subindo de volta colina acima.

Suas pálpebras tremeram—não se abrindo, não totalmente—mas reagindo.

Como se minha voz atingisse uma parte dele enterrada profundamente, enterrada longe.

“Ele ouve você,” Kael murmurou, se aproximando, mas eu quase não o notei.

Eu pressionei minha testa gentilmente contra a de Hades. Fechei os olhos. Deixei o silêncio se alongar.

“Eu não vou embora,” eu sussurrei. “Mesmo se você não acordar hoje. Mesmo se você não acordar amanhã.”

Outra respiração—denotada, superficial, desigual.

Não como o ritmo artificial e constante de alguém sedado.

Isso era voluntário.

Seu peito se moveu novamente. Um músculo em seu maxilar flexionou. Seus lábios se abriram como se quisessem formar uma palavra mas não conseguisse.

Eu fiquei quieto, deixando-o encontrar o ritmo.

Deixando-o retornar da única maneira que conhecia—um centímetro machucado de cada vez.

A próxima respiração que ele tomou foi mais profunda.

Instável. Mas real.

E então levemente, quase imperceptivelmente—seus dedos roçaram os meus.

Não um aperto. Não um puxão.

Um toque. Como se ele estivesse me lembrando que ainda estava ligado. Ainda tentando.

Meu coração apertou tão firmemente que mal consegui respirar.

Eu recuei apenas o suficiente para vê-lo. Suas sobrancelhas estavam levemente franzidas, como se alguma leve sombra de dor ou confusão permanecesse logo abaixo da superfície. Seus lábios se abriram novamente—e desta vez, um som baixo escapou. Não uma palavra. Ainda não. Mas som.

Lucinda fez um som agudo atrás de mim. Kael se moveu. Montegue deu um passo à frente.

Mas eu levantei uma mão.

“Não,” eu disse, sem olhar para eles. “Dê a ele isso.”

Dê-nos isso.

Coloquei ambas as mãos de cada lado do rosto dele, gentil mas firme, guiando-o de volta para mim.

“Você está seguro,” eu disse, as palavras trêmulas mas certas. “Você não está sozinho. Não mais.”

Seus cílios levantaram uma fração.

Um fragmento de tempestade cinza encontrou o meu.

Não totalmente focado. Não totalmente presente.

Mas Hades estava olhando para mim.

Um som saiu da garganta de Kael. Montegue sussurrou algo que eu não consegui ouvir. Lucinda fez um soluço engasgado que eu não esperava—mas eu não me virei.

Eu não conseguia.

Seus lábios se moveram. Eu me inclinei, desesperada para captar até mesmo o fantasma de uma palavra.

“…Eve…”

Um sussurro. Quebrado. Como o vento através de vidro estilhaçado.

Lágrimas desceram pelo meu rosto, suaves e sem controle.

“Estou aqui,” eu sussurrei. “Estou aqui, Hades.”

E pela primeira vez em uma eternidade—

Ele piscou.

Lento. Embaçado.

Mas seu olhar encontrou o meu novamente.

Sem fúria. Sem Fluxo. Sem trono. Sem guerra.

Apenas ele.

Apenas eu.

Um momento depois, seus dedos se fecharam mais seguramente em volta dos meus.

E desta vez—

Ele não soltou.

Um som agudo quebrou o silêncio.

Pequeno. Frágil.

Mas não sem significado.

“Papai?”

A voz era aguda. Trêmula. Cheia de emoções demais para uma palavra tão pequena.

Eu me virei.

Elliot havia se soltado dos braços de Lucinda—suas bochechas molhadas, suas pequenas mãos cerradas em punhos ao lado do corpo.

“Papai,” ele disse novamente, mais alto agora. A palavra se quebrou no meio como se lhe custasse tudo.

Minha respiração ficou presa na garganta.

Hades piscou—lento, letárgico, atordoado.

Mas aquela única palavra mudou tudo.

Os pés de Elliot bateram no chão em passos rápidos e incertos, e antes que qualquer um de nós pudesse reagir, ele correu para frente, se empurrando entre mim e a cadeira.

“Papai!” ele chorou novamente—desta vez não quebrado, mas inteiro. Como se finalmente tivesse rompido uma represa há muito contida. Suas pequenas mãos alcançaram o peito de Hades, seu braço, qualquer coisa.

E então—ele se virou para mim.

“Mamãe,” ele soluçou, olhos arregalados e com círculos vermelhos.

Eu esqueci como respirar.

Ninguém falou.

Mas Elliot não parou.

Ele subiu na cama em um turbilhão de membros e respirações ofegantes, se acomodando entre Hades e eu como se seu pequeno corpo pudesse nos ancorar a ambos.

Hades soltou um som—não uma palavra. Não uma respiração. Um som. Gutural e cru. Um soluço vestido de cascalho e silêncio atordoado.

“Ellie,” eu engasguei, meus braços já em volta dele.

Mas Elliot não estava se agarrando.

Ele estava segurando.

Como se ele fosse quem precisava nos manter de nos quebrarmos.

“Mamãe… Papai…” ele disse novamente, mais baixo agora. Como se ele parasse de dizer isso, perderia tudo.

Eu olhei para ele, segurando seu rosto, tremendo.

“Você falou,” eu sussurrei, lágrimas rolando livremente. “Baby… você falou.”

Elliot assentiu, enterrando seu rosto no peito de Hades.

E então—

A mão de Hades se levantou.

Mal.

Apenas o suficiente para descansar sobre as costas de Elliot.

E eu juro—eu vi algo se estilhaçar nos olhos dele. Algo grande demais para nomear.

Mas estava lá.

Real.

Presente.

A voz de Elliot o puxou de volta os últimos quilômetros.

Nós o tínhamos.

Nós tínhamos um ao outro.

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