A Luna Amaldiçoada de Hades - Capítulo 32
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32: O Grande e Mau Rei Lycan 32: O Grande e Mau Rei Lycan Hades~
“Deixe-me ver se entendi direito,” Kael disse, apontando para mim com um sorriso irônico. “O Rei Lycan, o homem que pode matar com apenas um olhar, tentou fazer uma piada?”
Lancei-lhe um olhar severo, minha paciência esgarçando nas bordas. Ele estava pisando em terreno perigoso, mas Kael raramente tinha o senso de parar. O quarto parecia menor, a tensão entre nós densa no ar. Mas Kael, como sempre, parecia alheio, ainda sorrindo como se estivesse divertido por sua própria audácia.
“Kael,” eu rosnei, meu tom carregando um aviso. “Você está me testando.”
Ele inclinou a cabeça, erguendo uma sobrancelha. “Vamos lá, Hades. Você brincando? Isso é como um lobo tentando usar pele de ovelha. Simplesmente não combina com você.”
Pude sentir minha mandíbula se apertar. Avancei um passo, fechando a distância entre nós. O sorriso de Kael vacilou por um breve momento, mas ele se manteve firme, como sempre. Ele tinha suas utilidades, mas sua boca funcionava mais rápido do que seus instintos de sobrevivência às vezes.
“Você acha que porque sou o Rei Lycan, não entendo humor?” Disse eu, minha voz baixa, as palavras fervendo com irritação. “Que sou incapaz de qualquer coisa exceto violência e ordens?”
Kael deu de ombros, mas o divertimento desapareceu de seu rosto. “Não é isso, Hades. Você é apenas… intenso. O tempo todo. É difícil imaginar você tentando aliviar o clima quando você está sempre carregando o peso do mundo em seus ombros.”
Estreitei meus olhos, pronto para calá-lo, mas ele continuou, sua voz se suavizando. “Olha, não estou tentando te irritar. Mas a coisa com a princesa… ela não é como nós. Ela é frágil em alguns aspectos, sabe? Todo aquele poder, mas por dentro, ela ainda é um lobisomem em um bando de Lycans. Ela precisa se sentir segura ao seu redor, não como se você fosse apenas o rei que poderia parti-la ao meio.”
Suas palavras me fizeram pausar. Não tinha certeza se estava mais irritado ou… reflexivo. Não estava acostumado a ninguém me dizer como deveria ser, muito menos Kael. Mas o que ele estava dizendo sobre a princesa roía algo dentro de mim.
“Já sei que ela tem medo de mim,” eu disse baixinho, mais para mim mesmo do que para ele.
Kael exalou, coçando a parte de trás da cabeça. “Não exatamente medo, cautela. Mas ela fica tensa ao seu redor, como se não soubesse o que esperar. Você a deixa nervosa, e não de um jeito bom.”
Apertei os punhos, uma profunda ruga formando-se em minha testa. A última coisa que eu precisava era que a princesa se sentisse insegura perto de mim. Pelo menos depois de considerar o que Amélia havia dito. Mas o que Kael esperava que eu fizesse? Eu não era do tipo que sorri com um grande sorriso e conta piadas. Não era quem eu era.
“Não sei como ser diferente,” eu murmurei, frustração infiltrando-se em meu tom. Eu podia acreditar que tinha que mudar por causa da filha de Darius.
Kael olhou para mim por um momento, sua habitual arrogância substituída por algo que quase parecia simpatia. “Você não precisa ser uma pessoa diferente, Hades. Apenas… mais amável. Deixe ela ver que você se importa, que você não é apenas essa muralha inquebrável. Ela já sabe que você é forte e tão intimidador quanto o diabo. Agora mostre a ela que você pode ser gentil quando importa.”
Encarei-o, suas palavras obstinadamente afundando em mim. Não estava acostumado a pensar como os outros me viam. Eu liderava através da força, através do medo e do respeito. Mas para Ellen, parecia ser demais apenas não ser suficiente.
Kael me deu um pequeno sorriso, mais sincero do que eu jamais tinha visto nele. “Confie em mim. Ela não precisa que você seja um comediante. Apenas… deixe ela saber que você está lá por ela.” Ele disse, sua voz de repente endurecendo. “Sei quem ela é, mas você precisa enterrar o desprezo para que isso não seja um desperdício. Você sacrificou demais para perder porque não suporta ela.”
Suspirei, passando a mão pelo rosto. Esse era um território desconhecido para mim, mas se isso significasse que Ellen não tentaria tirar a própria vida ou acabaria gravemente deprimida por causa do papel que eu tinha para ela, então eu tentaria. Não tinha certeza se poderia ser o que Kael estava sugerindo, mas talvez eu pudesse encontrá-la no meio do caminho.
“Está bem,” eu disse por fim, minha voz áspera. “Mas se você mencionar essa conversa novamente, vou fazer você se arrepender.”
Kael sorriu, a arrogância voltando ao lugar. “Nem sonharia com isso, Vossa Majestade.”
Lancei-lhe um último olhar severo antes de virar em direção à porta, o peso dos conselhos de Kael permanecendo comigo. Eu não sabia como ser mais amável. Mas por Ellen, eu teria que aprender.
Virei-me de volta, cerrando os dentes e apertando os punhos até que minhas unhas penetrassem na pele da minha palma. “Me diga,” eu murmurei. “Como faço isso?”
Os olhos de Kael se arregalaram antes de um sorriso malicioso e lento, que eu queria chutar, surgir em seus lábios. “Meu rei quer dicas!” ele exclamou.
“Não provoque,” eu avisei.
Kael levantou as mãos em rendição zombeteira, embora o sorriso nunca deixasse seu rosto. “Tudo bem, tudo bem. Vou me comportar. Vamos começar simples—apenas converse com ela. Você não precisa dizer muito, mas o suficiente para que ela não sinta que está pisando em ovos ao seu redor. Talvez… pergunte como ela está, se precisa de algo. Mostre que você está prestando atenção nela, não apenas dando ordens.”
Exalei bruscamente, a ideia de conversa fiada sendo estranha para mim. Passei séculos comandando exércitos, liderando guerras, não envolvendo-me em conversas triviais.
“O que mais?” Perguntei, obrigando-me a ouvir.
Kael esfregou o queixo como se pensasse muito. “Bem, você poderia parar de pairar sobre ela o tempo todo. Sabe, talvez tentar ficar a uma distância normal em vez de parecer que está prestes a engoli-la.”
Lancei-lhe um olhar fulminante. “Pairando?”
“Sim, cara,” Kael riu. “Você tem esse hábito de, uh, pairar sobre as pessoas. É ótimo para intimidação, mas não tanto para… conforto.”
“Não estou pairando,” eu rosnei, embora uma parte de mim soubesse que ele estava certo. Eu tinha passado uma vida inteira usando minha presença como uma arma.
“Claro, claro,” Kael disse, acenando com a mão. “Também, talvez… menos rosnados. Pelo menos perto dela. Mulheres como Ellen não reagem bem a rosnados constantes, acredite ou não.”
Soltei um suspiro frustrado, ainda com os punhos cerrados. Isso era mais do que apenas uma mudança de comportamento—parecia como mudar meu modo inteiro de ser. Mas as palavras de Kael, irritantes como eram, carregavam verdade. Ellen não era como os outros que me seguiam. Ela era frágil de maneiras que minha força usual apenas esmagaria.
“Mais alguma coisa, especialista?” Perguntei secamente.
Kael sorriu novamente, claramente gostando disso. “Você está indo muito bem até agora, chefe. Só não esqueça de ser paciente. Ela não vai se abrir para você da noite para o dia. Você precisa mostrar a ela que você é alguém em quem ela pode contar, não apenas o grande e mau Rei Lycan.”