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Capítulo 310: Assumindo o Controle

Hades

Meus dentes desceram sobre a carne que tinha se voltado contra mim. A dor era como um fluxo distante em comparação ao de Elliot—e à decepção de Eve.

Eu cuspi o pedaço traiçoeiro de carne, mesmo que o resto permanecesse tão corrompido quanto. Minha língua atingiu o chão com um baque molhado e nauseante.

Só quando o sangue atingiu o fundo da minha garganta percebi o que havia feito. Caí contra a lateral da cama justamente quando a voz do Fluxo encheu meus ouvidos.

> “Ela é tão feroz quanto me lembro. Tão protetora quanto leal.”

Havia arrependimento entrelaçado com a maldade oleosa habitual em seu tom.

“Como não a reconheci?”

Houve um momento de introspecção.

> “Você estava cego pela própria fúria. E agora aqui estamos.”

O ar escapou e entrou em meus pulmões em arfadas labored. Mas nunca era o suficiente.

> “Eu suponho que sim,” ele respondeu. “Mas os erros podem ser corrigidos.”

Se eu estivesse em um estado mental melhor, teria revirado os olhos.

> “Cale a boca.”

> “Se o garoto morresse…”

Minha espinha ficou rígida com a sugestão invidiosa. Meu sangue não apenas congelou nas veias—ele recuou, porque eu sabia o que o desgraçado estava prestes a dizer.

> “Ela teria que voltar. Ela não teria ninguém. Sem parentes traiçoeiros. Erro patético carne-nascida mudo. Sem amigos. Sem razão para ficar longe. Ela estará tão despedaçada pela dor que implorará para nos deixarmos juntá-la.”

Tropecei ao me levantar, em uma velocidade que me deixou tonto e sentindo o peso dessa entidade maliciosa a ponto de minhas pernas começarem a tremer sob mim.

> “Pare de resistir e me aceite completamente. Você me trouxe para dentro do seu corpo, mas simplesmente não me dá acesso à sua alma,”

Sua voz era um ronronar sinistro que fazia minha pele arrepiaçar, a repulsa se espalhando dentro de mim como uma praga.

“Seria tão simples. Eu poderia tirar todos eles do nosso caminho. Não temos que perdê-la.”

Seus tentáculos se entrelaçaram com minha psique.

Balançei a cabeça até doer. Meus olhos giraram em suas órbitas, o mundo ao meu redor derretendo—mas apenas uma coisa permanecia constante.

O Fluxo.

> “Eu entendo, você quer se segurar. Mas a âncora nem está lá. Eu sou a onda que pode arrancar todos os obstáculos do nosso caminho até ela. Você só precisa abrir mão do controle,”

Sua voz me acariciou da única forma que coisas erradas podem.

“Você não precisa fazer isso. Apenas deixe ir e deixe-me. É hora de trocarmos de lugar. Eu no assento do motorista é a única maneira.”

> “Vá se ferrar,” eu soltei, pouco antes do chão desaparecer sob mim. Tropecei, meu coração batendo tão forte que parecia impossível. A agonia me agarrou como um vício, meu coração em contagem regressiva para implodir, cada centímetro de mim sangrando angústia. Músculos espasmaram, pulsando como meu coração—ou seja lá o que ele havia se tornado.

Minha pele trincou como fragmentos de vidro incrustados sob a superfície, cada extremidade nervosa gritando. O Fluxo estava se arrastando pela minha coluna, se enrolando ao redor da base do meu crânio como se estivesse tentando me descascar de dentro para fora.

> “Você não precisa lutar contra mim, Lucien,” ele coaxou. “Deixe acabar. Deixe-nos começar.”

“Não,” eu sibilei, o rosto contorcido em dor enquanto batia minhas costas contra a cômoda atrás de mim. Eu mal conseguia respirar, mal conseguia pensar. Mas eu não cederia. Eu não deixaria ir.

> “Então eu tentarei de outra maneira…”

O quarto distorceu. Escureceu. As paredes pulsaram como veias sob a carne, o ar pesado com o cheiro de ferro de sangue e decomposição.

E então—

“Lucien?”

A voz não veio do Fluxo.

Veio da porta.

Minha cabeça se virou em direção a ela.

Lá, parado sob a moldura da porta como uma memória extraída dos ossos do meu passado, estava ele.

Robusto. Sem sorriso. A ira esculpida em cada linha de seu rosto envelhecido como uma profecia.

Meu pai.

Meu monstro.

Meu criador.

Ele não havia mudado. Ele nunca mudava. Ou talvez eu tenha me tornado muito parecido com ele para perceber a diferença agora.

Caí de joelhos.

A dor deu lugar ao pânico. Eu estava me afogando nela.

Minha boca se abriu, mas minhas palavras saíram lentas, rachadas.

“…Pai?”

Escapou como uma oração. Como se eu tivesse oito anos de novo, sangrando no azulejo frio de mármore após outra lição sobre obediência porque eu mataria Miles. A mesma voz pequena e trêmula que eu não tinha usado em décadas.

Ele não respondeu.

Ele não precisava.

O peso da sua presença era suficiente.

Estava tudo voltando—cada punição, cada palavra suprimida, cada momento distorcido que eu enterrei tão profundamente que me convenci de que estava livre deles.

> “Você vê?” o Fluxo sussurrou. “Você nunca esteve no controle. Não realmente. Você sempre obedeceu a algo mais forte que você. Ele. Eu. Qual é a diferença?”

“Não,” eu respirei, arranhando meu peito como se pudesse arrancar o pânico com minhas mãos. “Não—ele não está aqui. Ele está morto. Eu vi ele. Isso não é—”

Mas os olhos me encarando não estavam mortos.

Estavam observando.

Julgando.

Implacáveis.

E eu—Lucien—era um garoto novamente.

Fraco. Pequeno. De joelhos. Implorando.

“Você não é real.” Mas minha voz infantil tremia. Eu me sentia diminuído, minúsculo, como na noite em que os gêmeos nasceram. A noite em que tudo começou.

Ele estava silencioso enquanto me observava, aqueles olhos queimando na minha alma. Os olhos dos quais eu havia sido libertado depois que eles se apagaram para sempre. Mas aqui estava eu—cara a cara novamente.

“Lucien…”

Sua voz era um martelo batido em meu julgamento.

O horror serpentinhou em mim, meu corpo entrou em tremores.

“Os gêmeos nasceram. Assim como a profecia previu.”

Sua voz não era apenas um som. Era uma sentença. Fria. Final.

Eu não respirei.

Ele deu um passo à frente, e parecia que as paredes colapsaram para dentro.

“Os nomes deles foram falados—Eve e Ellen—e nós dois sabemos o que vem a seguir.”

Seus olhos piscaram, sem alma.

“É hora de começar seu treinamento.”

Não.

Não não não—

Eu fiquei congelado, os joelhos pressionados no chão como algemas. Mas o garoto dentro de mim sabia melhor do que desafiá-lo. Meu corpo adulto lembrava como lutar—mas minha alma ainda tinha oito anos, esperando para ser moldada em algo útil.

“Levante-se,” ele disse.

Eu não me movi.

Então ele inclinou-se ligeiramente para frente, a voz baixando para um sussurro cheio de ameaça.

“Saia da cama e me siga.”

Minhas unhas cavaram no chão.

“Ou Kael é escolhido.”

O nome detonou em meu crânio como um tiroteio.

Kael.

Eu olhei para cima, o horror transformou meu sangue em gelo.

“Você não faria isso,” eu engasguei—mas minha voz permaneceu pequena enquanto eu agarrava o cobertor com força.

“Eu faria.”

Seu tom não vacilou.

“Ele não é tão talentoso. Mas ele é obediente.”

Eu queria gritar. Quebrar algo. Rasgar através dessa ilusão e destruir o Fluxo por trás dela.

Mas eu não podia.

Porque eu lembrava.

Eu lembrava da noite em que Kael quase morreu no meu lugar. Os hematomas. O sangue. O som que ele fez quando pai quebrou suas costelas pela terceira vez.

Meu corpo se moveu antes que meu cérebro pudesse perceber.

Eu me levantei.

O mundo mudou novamente.

E eu estava caminhando pela névoa da memória, guiado por um fantasma.

Uma voz na minha mente ainda sussurrando—

> “Bom garoto, Lucien. Faça como lhe mandam. Torne-se o que você foi feito para ser.

E talvez desta vez… você não a perca.”

—

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