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Capítulo 300: A Suprema Traição

Eve

Eu não podia me mover.

Não podia gritar.

Seu peso me prendia, joelhos cercando meus quadris, mãos como faixas de ferro em meus pulsos acima da minha cabeça.

E aqueles olhos.

Não eram os olhos de Hades.

Eram abismos—escleras negras engolindo íris sangrentas, ardendo com algo antigo, algo cruel. Não apenas me olhando —mas através de mim. Pele. Osso. Pensamento. Memória. Como se estivessem catalogando as partes de mim, expondo-as e desnudando-as.

Um gemido raspou minha garganta, mas nunca passou de meus lábios. Sua mão deslizou até minha bochecha, polegar roçando suavemente—muito suavemente—na curva do meu rosto.

“Você não pode se esconder de mim, Vermelho,” ele sussurrou. A voz era dele. Mas não era.

Não completamente.

Não mais.

Não com o jeito que ela se enrolava nas bordas como pergaminho queimando.

“Mesmo nos sonhos, eu te encontro. Especialmente lá.”

Seu aperto se apertou. Meus ossos choraram sob ele. Meus pulsos ficaram dormentes.

E ainda assim seu olhar segurava o meu, forçando-me a olhar.

> Tire-a. Arranque sua alma fio por fio. Ela pertence a nós.

Eu podia ouvir seus pensamentos.

Estávamos ligados.

Rhea rosnou em minha mente, furiosa, avançando com garras.

Deixe-me—deixe-me mudar! Deixe-me tomar o controle!

Mas cada vez que ela avançava, algo me puxava de volta.

Como uma coleira.

Não—como um cabo. Um enrolado ao redor da minha mente, meu corpo, meu sangue.

Eu me debatia sob ele, pânico me inundando agora, queimando minha garganta, rompendo em lágrimas que nunca caíam.

“Hades,” eu sufoquei, “por favor—por favor, sou eu—”

Mas ele não piscou.

Não se moveu.

Não me viu.

> “Você sonha com finais felizes,” ele murmurou, voz como seda escura deslizando ao redor de uma adaga. “Com votos, com filhos, com perdão. Mas esse sonho é uma mentira.”

Seu rosto se aproximou. Testa roçando a minha. Um sopro.

Eu tentei virar o rosto—seus dedos agarraram meu queixo, forçando de volta.

A marca de par no meu pescoço se acendeu. Fogo, fogo real, ardendo no osso. Minhas costas arquearam involuntariamente enquanto um grito rasgava de mim.

“Eu não serei deixado de lado,” ele rosnou agora, voz se partindo. “Eu não serei esquecido. Você se prometeu a mim, Eve. Você sangrou por isso. Você queimou por isso.” Hades rosnou no meu rosto.

Sua boca roçou meu ouvido.

“E agora, eu também queimarei.”

Seus dentes raspavam na pele.

Não mordendo.

Marcando.

E através de tudo, aquela voz sob a dele—O Fluxo.

Zombando. Observando. Alimentando.

> “Ela é sua, garoto. Apenas tome-a. É o que ela te deve. O que todos te devem.”

Eu me debatia sob ele, torcendo, chorando, tentando alcançar qualquer coisa—

Mas o mundo havia se tornado escorregadio e negro nas bordas.

Eu estava afundando.

Mais fundo.

E ele estava vindo comigo.

Seus olhos—

Deuses, seus olhos—

Eles queimam mais intensamente agora, dois eclipses sangrentos engolindo cada pensamento que eu tentava manter para mim. A pressão por trás deles era implacável, seu olhar um torno apertando meu crânio, meus pensamentos, minha vontade.

Eu tentei fechar meus olhos.

Tentei olhar para longe.

Mas eu não consegui.

Eu não consegui nem piscar.

Um rosnado rasgou de sua garganta enquanto suas pupilas se dilataram, sangrando no carmesim ao redor delas. Todo o mundo se estreitou para aquele olhar—aqueles olhos—e então—

Ele estava dentro de mim.

Sem tocar.

Invadindo.

Um desmantelamento cruel e preciso de tudo o que eu era. Minha mente debatia, mas eu não conseguia escapar. Eu podia senti-lo—dentro de meus pensamentos—suas palavras não mais faladas, mas gravadas atrás das minhas costelas.

> Você se submeterá a mim.

Você voltará para mim.

Você ficará ao meu lado.

Minha vontade é seu destino.

Eu solucei, mas parecia distante—como se eu estivesse debaixo d’água. Não. Não água.

Piche.

Eu estava afundando nele. Denso, negro, sufocante. Ele se agarrava na minha garganta, enchia meus pulmões. Rhea havia sumido—sua voz, seu fogo, suas garras—arrancadas de mim como fumaça em uma tempestade.

Estava acontecendo novamente.

Assim como Leon.

Assim como naquela noite horrível na floresta quando eu o rasguei e a seu pai, coberta de sangue, gritando por dentro mas incapaz de parar.

Uma passageira em meu próprio corpo.

Uma arma. Novamente.

Incapaz de tomar controle do que era meu. Minha vontade sendo roubada de mim.

“Não,” eu gemi. “Não, não de novo—”

Mas Hades inclinou-se, e seus lábios encontraram os meus.

Suave. Gentil. Errado.

O beijo tinha gosto de fogo e traição, fumaça e perfídia. Doce como mel envenenado. Cobria minha boca, enchia meu peito com algo que machucava. Era sufocante—enjoativo—intoxicante. E quanto mais eu respirava aquilo, mais o mundo se inclinava.

Mais eu esquecia.

Minha mente rachou.

E então—

Começou.

Memórias—arrancadas.

A noite em que ele me disse que eu não era nada além de um receptáculo. O momento em que ele admitiu que eu era uma ferramenta, um meio para colher o sangue do meu povo. O plano para exterminá-los. Tudo isso—

Torcendo.

Mudando.

Suavizando.

> “Eu fiz o que tinha que fazer.”

“Eu estava te protegendo.”

“Você sempre foi minha.”

Tentei gritar. Tentei lutar para sair. Mas aquelas memórias—elas não eram mais minhas. Estavam sendo reescritas, tingidas de desculpas e desespero, sua voz sobrepondo-se à minha.

Eu estava se desfazendo.

E ele—

Ele estava me costurando de volta à sua imagem. Para esquecer o que ele tinha feito, o que ele tinha planejado fazer. Para que eu fosse sua reivindicação novamente, mas desta vez eu não teria escolha porque teria esquecido.

Lágrimas escorriam dos cantos dos meus olhos, descendo pelas minhas bochechas como uma sangria silenciosa.

Porque eu estava perdendo.

Isso era pior que traição.

Isso era apagamento.

Não apenas da escolha — mas do eu.

Meu corpo estava imóvel sob ele, meus pulsos machucados sob seu controle, mas não era a dor que me quebrou.

Era a verdade.

Ele estava me roubando.

Não com correntes. Não com uma agulha. Mas com um beijo envolto em memória falsa. Com seus olhos na minha mente, tecendo sua vontade nos lugares onde eu uma vez vivi—onde eu uma vez escolhi.

Onde eu lutei.

Assim como meus pais tinham.

Assim como James tinha.

Assim como Ellen.

Assim como Felícia.

Todos tentaram me moldar em algo que precisavam. Uma filha. Uma irmã. Uma marionete. Um monstro. Um sacrifício.

Mas isso—isso era diferente.

Porque este era o homem que eu amava.

O homem que me fez acreditar que eu poderia ser livre, apenas para provar que ele sempre quis que eu estivesse acorrentada—apenas com o nome dele em vez do deles.

> “Isso é amor,” sua voz sussurrou na minha mente, suave como seda sobre podridão. “Eu estou apenas retomando o que é meu.”

Não.

Não, isso não era amor.

Isso era posse. Disfarçada de anseio. Encharcada de controle.

Eu soluçava sob ele, minhas lágrimas escavando minhas bochechas em sal, tristeza e fúria. O tipo de fúria que eu não podia expressar porque ele a tinha enterrado sob obediência. Sob lealdade distorcida. Sob cada memória que ele havia reescrito para me fazer esquecer como odiá-lo.

Eu podia sentir pedaços de mim escorregando como areia por uma palma aberta.

Meu nome.

Minha raiva.

Meu medo.

Até Rhea se fora—seu silêncio um grito que eu não podia responder. Meu lobo tinha sido arrancado de mim, cortado para que o homem que eu uma vez escolhi pudesse me reconstruir num molde que o adorasse.

“Você disse que eu era sua,” eu sussurrei, entorpecida. “Mas eu nunca fui sequer eu mesma, fui?”

O beijo havia tirado mais que o fôlego.

Tinha tirado a verdade.

E ele não tinha pedido.

Ele não tinha esperado.

Ele decidiu.

Assim como todos os outros tinham.

“Você disse que eu era diferente,” eu murmurei, a voz quebrando. “Mas você só me queria quieta. Dócil. Sua.”

Ele não respondeu. Ele não precisava.

Suas mãos, outrora trêmulas com reverência, agora seguravam como grilhões.

E na casca vazia daquele sonho—onde a alegria havia florescido, onde Elliot quase tinha falado—eu agora jazia despedaçada.

Sozinha.

Hades não me quebrou com crueldade.

Ele me quebrou com um amor que exigia obediência sobre escolha.

E enquanto seus lábios roçavam os meus novamente, selando a última ordem na minha pele—

Eu soube.

Isso não era um laço.

Era uma jaula.

E o pior?

Eu a havia construído com ele. Um voto. Um beijo. Uma mentira de cada vez.

A dor se transformou em raiva pouco antes de ser dissipada. A voz de Rhea surgiu, pequena, mas o suficiente para que eu ouvisse. “Queime o amor e destrua-o, Elysia. Você já fez isso antes.”

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