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A Luna Amaldiçoada de Hades - Capítulo 123

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123: No Escuro 123: No Escuro Eve
“Lutar às cegas?” Eu repeti com incredulidade.

Hades nem sequer olhou para mim enquanto pegava algemas e uma venda preta. “Você me ouviu da primeira vez, Vermelho.” Ele se levantou, imponente, entrando no ringue mais uma vez. “Para o primeiro desafio, você vai lutar às cegas.” Ele reiterou com aquela calma irritante, como se não tivesse acabado de falar a coisa mais bizarra do mundo. Tanto por tentar nivelar o campo de jogo.

Senti uma enxaqueca vindo. “Não posso acreditar em você,” eu resmunguei.

Ele ergueu uma sobrancelha, sem pistas. “Não pode acreditar em quê exatamente?”

Apontei um dedo acusatório para ele, minha voz se tornando ácida. “Te chamam de Mão da Morte, e você tira minha visão na tentativa de me fazer perder.” Depois do que aconteceu com Jules ontem, eu não podia lidar com mais suspeitas. A paranoia estava me devorando viva. Era uma surpresa não ter terminado tendo pesadelos.

“E daí?” ele perguntou calmamente. “Está dizendo que quer desistir? Quer fugir?” Zombaria se infiltrou em seu tom.

Senti a dor latejante em minha cabeça virar uma pulsação. Passei a mão pelo cabelo, tentando afastar a crescente dor no meu crânio, mas não adiantou nada enquanto eu o encarava. “Eu não estou fugindo, seu filho da puta,” eu praticamente rosnei. Fiquei imóvel.

O que estava acontecendo comigo? Eu havia me tornado tão irritável e de língua afiada. Eu nem precisava olhar no espelho para saber que não me reconheceria. Treinar com Hades era para me ajudar a me defender — um escape para as emoções negativas que lentamente estavam me consumindo. Mas agora, parecia que estava trazendo algo à superfície — uma parte de mim que eu nem sabia que existia.

Lancei um olhar para ele, meu coração martelando contra as costelas. O sorriso sarcástico em seu rosto permaneceu inabalado, como se não estivesse chocado com minha explosão. Ele parecia satisfeito. Ele estava fazendo isso de propósito. Era isso que ele queria. De alguma forma doentia e retorcida, ele estava me moldando.

Meus olhos se estreitaram. “Era esse seu plano o tempo todo?”

Hades inclinou a cabeça, um lampejo quase imperceptível de diversão cruzando seu rosto. “Que plano, Vermelho?”

Me aproximei, não conseguindo manter o tom acusatório fora da minha voz. “De me transformar em… isso.” Eu gestei vagamente para mim mesma, frustração borbulhando sob minha pele. “Você continua pressionando, provocando — como se estivesse esperando algo se quebrar.”

Seus olhos prateados brilharam, insondáveis enquanto passavam por mim. “Talvez eu esteja.”

Senti as palavras como uma faísca em palha seca, acendendo o fogo que vinha queimando muito perto da superfície nos últimos dias. “Por quê?” Eu exigi. “Por que você está tentando tanto me transformar em outra pessoa?”

Hades deu um passo lento e deliberado para frente, e apesar de mim, eu retrocedi um passo.

Seu olhar me prendeu no lugar, afiado e totalmente perverso. “Porque a versão de você que está aqui agora não é suficiente.”

Um sopro escapou de mim. “Com licença?”

“Você me ouviu.” Seu tom era calmo, mas o peso por trás de suas palavras pressionava como ferro. “Eu não preciso da Eve que se encolhe nas sombras e duvida de si mesma. Eu preciso da Eve que sobrevive. Daquela que não hesita em morder quando alguém pressiona demais.”

Apertei meus punhos ao meu lado. “E se eu não quiser me tornar isso?”

“Então você vai morrer.” Sua voz era como uma lâmina fria contra minha pele. “E eu não pretendo deixar que isso aconteça.”

Um silêncio gélido se estendeu entre nós, e por um momento, eu não consegui dizer se a raiva que percorria por mim era direcionada a ele ou à verdade em suas palavras.

“Você não tem o direito de decidir quem eu me torno, Hades,” eu disse, minha voz mais baixa, mas não menos cortante. “Você não está me consertando. Eu não estou quebrada.”

Seu sorriso retornou, lento e predatório. “Não está?”

Eu detestei o lampejo de dúvida que suas palavras provocaram.

Antes que eu pudesse responder, ele balançou a venda na frente de mim, erguendo uma sobrancelha. “Ainda quer lutar, ou devo começar a preparar seu enterro?”

Olhei para as algemas em sua mão. “Você está tirando minha capacidade de lutar também?” Eu balancei a cabeça. “Por que não estou surpresa?”

Ele deu de ombros antes de virar as costas para mim, as algemas balançando em seus dedos. “Elas são para mim, Vermelho. Faça as honras, faria?”

Pisquei, surpresa. “Eu estarei vendada, e você estará…”

“Algemado. Sim, Vermelho.”

Peguei as algemas e as prendi nos seus pulsos com um estalo rápido. Ele se afastou um pouco antes de se virar para mim. “Agora, me injete o inibidor.” Ele apontou para a bolsa.

Um temor preencheu meu estômago enquanto eu seguia seu olhar, um nó se formando na minha garganta. Eu abri a boca para recusar, mas quando meus olhos encontraram os dele, eu vi o aviso lá. Seus olhos haviam escurecido para um cinza profundo e ameaçador. A ameaça estava clara — injete-o, ou nós lutaríamos sem ele. E eu perderia.

Não esperei. Saí do ringue e peguei a caixa preta fosca da bolsa. Minhas mãos tremiam enquanto eu voltava, oferecendo-a a Hades.

Aquela sobrancelha irritante subiu. “Como você pode ver, minhas mãos estão indisponíveis no momento.”

Eu suspirei profundamente, revirando os olhos como se minhas pernas não estivessem ameaçando desabar sob o peso do momento. Deslizei a caixa aberta, revelando seu conteúdo sinistro: uma agulha e uma seringa cheia.

Tremores passaram por mim enquanto eu pegava o instrumento e o montava.

O olhar de Hades perfurou em mim, pesado e implacável. “Você já me injetou antes. Qual o problema agora?”

Engoli em seco, mas não respondi. A ação parecia mais assustadora desta vez. A adrenalina havia passado, restando apenas a fria realidade atrás. Eu perfurei sua pele com a agulha e empurrei o conteúdo até a seringa esvaziar.

“Pronto,” eu murmurei.

“Sua vez, Vermelho,” ele disse suavemente.

Eu agarrei a venda.

O suave ressoar de sua risada me acompanhou enquanto eu a amarrava sobre meus olhos, mergulhando o mundo na escuridão.

“Bom,” Hades disse, sua voz perigosamente próxima. “Agora, vamos ver quão afiados são mesmo esses seus instintos.”

Eu escutei atentamente, tentando rastrear seus movimentos apenas pelo som. A primeira brisa de ar contra o meu lado esquerdo veio tarde demais — o ombro de Hades mal roçou o meu antes que eu girasse, golpeando às cegas.

Meu punho encontrou apenas o ar.

“Foque,” ele sussurrou em algum lugar à minha direita. Eu girei em direção à sua voz.

Outro deslocamento, dessa vez atrás de mim. Eu o senti antes de ouvi-lo, o calor de seu corpo pairando muito próximo para o meu conforto.

Eu ataquei novamente, mirando baixo, mas ele desviou com facilidade irritante.

“Você está ouvindo as coisas erradas,” a voz de Hades sussurrou por cima do meu ombro, sua respiração quase um sussurro contra meu pescoço. Eu girei em sua direção, mas suas mãos amarradas roçaram levemente meu pulso, me girando apenas o suficiente para desequilibrar.

Eu tropecei, segurando um palavrão.

“Pare de depender só do som,” ele murmurou, me cercando. Sua presença era uma constante, pressão inquietante no escuro. “Sinta as mudanças no ar. As vibrações no chão. Você está focando nos meus passos, mas deveria estar rastreando o jeito que respiro, o calor entre nós. Todas as pequenas coisas que você continua ignorando.”

Apertei meus punhos. “Não estou ignorando nada,” eu menti. Ele estava certo. Eu estava focando apenas no som.

“Está.”

Sua voz estava tão próxima que mandou um calafrio pela minha espinha. Eu balancei sem hesitação, os nós dos dedos roçando o espaço vazio onde ele havia estado.

Uma baixa risada ecoou atrás de mim. “Você é previsível, Vermelho.”

“Pare de me chamar assim.” Aquela maldita palavra.

“Me faça.”

Eu me lancei, ignorando o leve tremor nos meus músculos. Mas no segundo em que me movi, sua perna varreu para fora, desviando a minha o suficiente para eu tropeçar. Seu corpo pressionou contra o meu, me prendendo contra as cordas.

“Você está hesitando.” Sua respiração deslizou pela lateral do meu rosto, e eu odiei o quanto estava consciente disso. Dele. “Você não vai durar muito lá fora se continuar esperando pelo momento perfeito.”

“Sai de cima de mim,” eu disse, torcendo em seu aperto.

Mas Hades não se mexeu. Seu corpo pressionou levemente contra o meu, me prendendo com uma facilidade mais irritante do que intimidadora.

“Você está desperdiçando energia lutando contra mim quando deveria estar conservando,” ele murmurou. “Relaxe. Se eu quisesse te machucar, você já estaria no tatame.”

“Confortador,” eu cuspi, me debatendo sob seu peso. “Que fala motivacional.”

Seu sorriso praticamente irradiava através do escuro. “Você pediu por isso.”

Eu empurrei forte contra ele, e dessa vez, ele me deixou ir. Eu tropecei para trás, e então senti o tremor no tatame atrás de mim. O instinto entrou em ação. Eu balancei minha perna para trás, rápida e forte.

Meu pé conectou solidamente com algo. Um grunhido agudo se seguiu, e Hades caiu de volta no tatame com um baque surdo.

Eu arranquei a venda, apenas a tempo de vê-lo esparramado abaixo de mim, seus pulsos amarrados presos de forma estranha atrás dele. Seus olhos prateados piscaram para cima para encontrar os meus, estreitos, mas ainda reluzindo com algo muito entretido para alguém que tinha acabado de ser derrubado.

Antes que ele pudesse se recuperar, eu montei nele, plantando meus joelhos em cada lado de seus quadris e pressionando para mantê-lo preso.

“Não tão arrogante agora, né?” Eu ofeguei, mechas de cabelo grudadas na minha testa úmida.

Hades arqueou uma sobrancelha, seu olhar deslizando preguiçosamente sobre mim, demorando-se apenas um segundo a mais no espaço entre nós. “Arrogante?” Sua voz estava mais rouca do que o normal, sem fôlego pelo impacto. “Estou impressionado, Vermelho. Não pensei que você tivesse isso em você.”

Eu me inclinei, deixando mais do meu peso afundar sobre ele. Seus músculos tensos abaixo de mim, mas ele não resistiu. “Há muito que você não sabe sobre mim.”

Seus lábios se curvaram naquele sorriso condenável. “É mesmo?”

Eu odiei a rapidez com que o calor em seus olhos me fez duvidar do que eu estava fazendo. Como facilmente o bastardo conseguia transformar a situação em algo completamente diferente.

“Não se acomode,” eu alertei, me movendo apenas o suficiente para pressionar seus pulsos amarrados mais fortemente contra o tatame. “Você não vai a lugar nenhum até admitir que eu venci.”

Seu olhar se arrastou até o meu. “Então eu não estarei admitindo tão cedo,” ele disse, a voz baixa e muito suave. “Porque por que eu iria querer ir a algum lugar?”

Eu congelei por meio segundo, o pulso acelerando.

A maneira como ele disse — lenta, deliberada — enviou algo perigosamente tremeluzindo no fundo do meu estômago. “Você pode me manter aqui quanto tempo quiser, Vermelho. Não estou reclamando.”

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