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A Luna Amaldiçoada de Hades - Capítulo 114

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114: Retorno 114: Retorno Eve
Não conseguia fechar os olhos, muito menos dormir. Os sons vibravam em minha cabeça, rosnados e grunhidos que se recusavam a desaparecer, não importa o quanto eu tentasse. Virei-me na cama para encarar o espaço vazio ao meu lado. Estendi a mão para o lado da cama do Hades; estava frio, assim como esteve durante toda a semana desde que Hades partiu. Uma semana desde que ele se recusou a voltar.

Meu coração acelerou novamente enquanto a memória daquele dia se desenrolava em minha mente. O jeito que ele estava da última vez que o vi. Uma bile subiu à minha garganta com o odor acre do sangue negro apodrecido que escorria de seu braço enquanto ele mordia. Seus olhos, aquelas órbitas vermelho-negras, estavam fixos nos meus, mesmo através do caos. Não eram os olhos dele, não o Hades que eu conhecia. No entanto, mesmo em suas profundezas selvagens, havia algo desesperado, algo suplicante que me enviou um calafrio pela espinha.

Fechei os olhos com força, tentando bloquear a imagem, mas foi inútil. A memória estava gravada muito profundamente, arranhando em mim como as garras que ele mal conseguia conter. Não era apenas a monstruosa transformação que me assombrava — era a dor que irradiava dele, o tormento em sua voz quando ele rugiu meu nome como se fosse a única coisa que o prendia à sanidade.

Virei-me na cama novamente, os lençóis se enroscando em minhas pernas, uma representação física do caos em minha mente. O quarto estava sufocantemente silencioso, e ainda assim meus pensamentos eram ensurdecedores. Ele não estava aqui. Uma semana se passou, e ele não voltou. Eu não entendia por que isso me incomodava tanto, por que parecia que sua ausência puxava dolorosamente meu coração.

Por todas as vezes que brigamos, por todas as palavras afiadas e silêncios mais frios entre nós, sua ausência parecia um buraco serrilhado em meu peito. Eu odiava admitir isso — odiava a vulnerabilidade que vinha com o pensamento — mas uma parte de mim se contorcia dolorosamente com o espaço vazio ao meu lado. Ele me inquietava, sim, mas também me ancorava de maneiras que eu não conseguia explicar. Era estranho, e ele era mais estranho do que eu pensava.

“Você não sabe o que está fazendo comigo”, lembrei-me de suas palavras ameaçadoras. Não havia sido um flerte ou zombaria. Sua voz tinha um timbre de sinceridade, e pela primeira vez, me perguntei como eu poderia ser responsável por tal monstruosa transformação. As veias negras, o olhar sinistro, as garras — tudo me deixava questionando se de fato eu estava amaldiçoada.

Talvez eu tenha sido muito otimista sobre a profecia ser uma farsa porque alguém em uma memória — disfarçada de sonho — me disse isso. Talvez eu estivesse amaldiçoada. Talvez meu título, a gêmea amaldiçoada, tivesse peso. Não conseguia pensar em outra razão para ele ter dito aquelas palavras para mim. Meu coração pulou num galope em meu peito.

Levantei na cama, a escuridão do quarto de repente mais sufocante do que um momento atrás. Será que eu o havia contaminado com uma maldição? Será que ele percebera como eu havia feito isso? Agora, será que ele percebera que eu não era a gêmea abençoada, mas o contrário? Esses pensamentos tornavam impossível dormir.

“É porque eu estou amaldiçoada?” eu havia perguntado para ele.

O silêncio e sua ausência eram angustiantes porque, no silêncio, havia respostas demais, e todas me aterrorizavam. Minhas palavras ficavam penduradas em minha memória, ecoando no quarto escurecido como um refrão assombrador. É porque estou amaldiçoada?

Eu não conseguia esquecer o jeito como ele me olhou depois que eu disse isso — confusão, sim, mas também algo mais profundo, algo que cortava até a medula de minhas inseguranças. Talvez ele estivesse juntando as peças mesmo naquele momento. Talvez seja por isso que ele partiu. Talvez eu fosse a razão para seu sofrimento.

Um calafrio percorreu-me enquanto balançava as pernas para fora da cama, meus pés descalços pressionando o chão de madeira frio. Eu não conseguia mais ficar quieta, não conseguia mais deitar lá com o peso de meus pensamentos me pressionando. O silêncio era muito alto, as sombras muito sufocantes.

Andei de um lado para o outro no quarto, braços envoltos em mim mesma como se isso fosse parar o tremor. E se eu for a razão dele não ter voltado? O pensamento me atingiu como um soco no peito, deixando-me sem fôlego. E se minha maldição não estivesse apenas me arruinando, mas ele também?

Minha mente girava, revivendo cada interação que tivemos, cada briga, cada momento de tensão. O jeito como ele olhava para mim com aquela estranha mistura de exasperação e… algo mais. O jeito como ele me protegia, mesmo sem ter motivo. O jeito como ele lutou contra si mesmo naquele dia, segurando uma força monstruosa que queria nada mais do que destruir e consumir.

E então havia a maneira como ele disse meu nome. O rugido disso, áspero e cru, como se fosse o último fiapo de humanidade ao qual ele poderia se agarrar. Balancei a cabeça, tentando dissipar o calor que corava meu rosto. Agora não era hora para me prender às complexidades de Hades. Eu tinha que me concentrar.

Se ele não voltar… O pensamento ficou inacabado, pesado demais para carregar. Meu peito se apertou, e por um momento, senti como se não pudesse respirar. Pressionei uma mão ao meu coração, como se pudesse acalmar o ritmo frenético batendo contra minhas costelas.

“Não”, eu sussurrei para o quarto vazio. “Ele vai voltar. Ele tem que voltar.”

Mas e se ele não voltar? E se ele já estiver longe demais? Ou pior, e se ele ficar longe por minha causa? A profecia pairava grande em minha mente, uma nuvem escura que se recusava a dissipar. Eu sempre tentei ignorá-la, empurrá-la para trás dos meus pensamentos, mas agora parecia inescapável.

Será possível que eu seja a gêmea amaldiçoada afinal? Que minha presença na vida de Hades, na vida de qualquer pessoa, não era nada mais do que um veneno lento? Eu queria acreditar que não era, mas a dúvida era corrosiva, roendo cada pensamento lógico.

Meu andar diminuiu, e me encontrei parada junto à janela, olhando para a paisagem iluminada pela lua. A noite estava calma, um contraste gritante com a tempestade que rugia dentro de mim. O brilho prateado da lua me lembrava dele — do jeito que seus olhos podiam brilhar com fúria ou com algo mais gentil, algo que eu não ousava nomear.

Encostei minha testa contra o vidro frio, fechando os olhos. “Hades,” murmurei, o nome dele uma oração, um apelo. “Por favor, volte.”

Mas o quarto não oferecia respostas, apenas o eco da minha voz na escuridão. E eu fiquei sozinha com o peso dos meus medos e a dor oca de sua ausência.

—
Hades
Abri a porta do quarto, cada músculo doendo, os resquícios de espasmos ainda torcendo sob minha pele como cobras inquietas. A contaminação havia recuado por agora, graças a Kael e sua maldita seringa, mas isso me deixou esvaziado, exausto e à beira da irritação. Eu não deveria estar aqui — ainda não — mas algo me atraiu de volta. Uma obrigação, talvez. Ou uma fraqueza.

Companheira.

O pensamento deslizou pela minha mente, indesejado e irritante. Era uma mentira, uma cruel reviravolta do destino destinada a me prender a algo de que eu não precisava. Apertei a mandíbula, suprimindo o surto de irritação que ameaçava transbordar. Eu não era tolo. Eu sabia melhor do que me entregar a tais noções.

A porta rangeu suavemente, revelando o quarto mal iluminado. Meus olhos vasculharam o espaço, notando cada detalhe com a fria precisão em que confiava. Os lençóis emaranhados, o aroma fraco dela que persistia no ar e então… ela. De pé junto à janela, olhando para o céu iluminado pela lua como um fantasma desolado.

Sua silhueta era pequena, seus braços envoltos em si mesma como se pudesse se proteger do frio. Patético, na verdade. Ela não tinha ideia dos perigos que a cercavam, dos perigos que eu trouxe para sua vida. Eu deveria ter ficado longe. Teria sido mais limpo, mais fácil. Para ambos.

Sua voz rompeu o silêncio, suave e frágil, mal mais do que um sussurro.

“Hades,” ela murmurou, o hálito embaçando o vidro. “Por favor, volte.”

O som do meu nome em seus lábios enviou uma onda através de mim, afiada e cortante. Eu a ignorei, ou pelo menos tentei. Lembrei a mim mesmo que isso era insignificante. O que quer que ela pensasse que queria de mim, qualquer conexão que ela acreditasse existir, era fruto de sua imaginação.

Avancei silencioso como a morte, meus pés descalços deslizando sobre o mármore frio. Ela não me ouviu se aproximar — claro que não. Ela nunca prestou atenção suficiente, nunca entendeu o peso de sua vulnerabilidade. Era tolice. Perigoso.

Alcancei-a sem fazer barulho, meu olhar fixo na tensão de seus ombros, o modo como ela se abraçava como se pudesse desaparecer se soltasse. Parei a um palmo de tocá-la, a fera dentro de mim se agitando com a proximidade. Não era fome. Não totalmente.

“Implorar está abaixo de você agora?” eu disse, minha voz fria e destacada, cortando o silêncio como uma lâmina.

Ela estremeceu, seu corpo tensionando enquanto se virava para me encarar. Seus olhos grandes encontraram os meus, brilhando com lágrimas não derramadas, e por um momento, senti algo afiado torcer no meu peito. Enterrei imediatamente, mascarando com a indiferença que vestia como uma armadura.

À luz do luar, estudei seu rosto. Kael não havia mentido. Seus olhos estavam vermelhos, sombreados por olheiras escuras. Sua pele mal tinha um rubor de cor, pálida como o próprio luar. Ela não dormira desde que eu partira.

“Hades,” ela sussurrou, a voz tremendo. Ela piscou, como se tentasse se convencer de que eu era real.

Cruzei os braços sobre o peito, mantendo minha expressão inescrutável. “Você está acordada até tarde.”

Seus lábios se entreabriram, mas nenhum som saiu. Ela olhou para mim como se estivesse procurando algo — uma explicação, um pedido de desculpas, uma razão. Eu não lhe dei nada.

Então ela me surpreendeu. Lançou-se contra mim, envolvendo os braços em volta de mim pela segunda vez. Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, ela desabou contra mim, de repente mole. Ela caiu para trás, mas eu a peguei. Por um momento, um pânico parecido rasgou através de mim antes de perceber sua respiração tranquila. Ela finalmente adormeceu.

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