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A Luna Amaldiçoada de Hades - Capítulo 108

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108: O Mártir 108: O Mártir Eve
Pela primeira vez, me perguntei por que sempre fazia isso, mas sabia que era porque ninguém tinha me protegido. Eu recusava tornar-me o monstro que pintavam de mim. Eu recusava ser como aqueles que me machucaram e me deixaram apodrecer. Queria ser leal às pessoas que me mostraram bondade, àquelas que me fizeram sentir humano em um mundo que procurava tirar tudo de mim. Lealdade não era uma fraqueza. Era minha força porque era tudo o que me restava.

“Jules é importante para mim”, eu disse firmemente, encarando seu olhar penetrante. “E não vou me desculpar por protegê-la.”

Hades exalou lentamente, seus olhos se estreitando como se estivesse escrutinando cada palavra, cada faísca de emoção no meu rosto.

“Importante para você”, ele repetiu, sua voz um rugido baixo. “E onde isso te deixa, Vermelho? Quebrado? Vulnerável? Morto?”

Um nó se formou na minha garganta enquanto ele acertava em cheio com uma precisão que roubava o fôlego dos meus pulmões.

Ele deu um passo em minha direção e levou a mão ao meu rosto, acariciando minha bochecha com seus nós dos dedos. Por um momento, Hades não disse nada. Seus olhos vasculhavam os meus, e eu vi um lampejo de algo lá—pena. Suas sobrancelhas se uniram, e eu vislumbrei culpa.

“Você pode ser leal sem ser um mártir”, ele disse suavemente, sua voz perdendo um pouco de sua aspereza. “Se você cair, quem vai protegê-la então?”

A pergunta atingiu um nervo, e eu desviei o olhar, sem conseguir encará-lo por mais tempo.

“Vou falar com Jules”, ele acrescentou após uma pausa. “Ela não enfrentará punição desta vez. Mas não faça disso um hábito, Vermelho.”

Eu assenti, engolindo em seco, minha garganta apertada com palavras não ditas. Ele recuou, dando-me espaço para respirar, mas a tensão no ambiente permaneceu como uma sombra.

—
Não muito depois que ele saiu, a porta rangeu aberta.

“Bom di—” Suas palavras morreram nos lábios quando seu olhar pousou em mim, apoiado na cama com uma tipoia sustentando meu braço. Seu sorriso vacilou, sua expressão mudando para uma de horror.

Eu consegui um sorriso trêmulo para ela. “Bom dia, Jules.”

Por o que pareceu um minuto inteiro, ela simplesmente ficou parada lá, com a boca entreaberta.

“Ellen…” Seus olhos brilhavam com lágrimas.

Eu estava tão atordoada que não conseguia formar palavras.

Em um instante, ela estava ao meu lado. “O que eu fiz?” Sua voz estava carregada de emoção, e ela estendeu a mão para mim timidamente. “O que… eu fiz?” Sua voz estalou enquanto suas lágrimas caíam, e ela afundou de joelhos.

Estendi minha mão boa, minha mão tremendo enquanto a colocava gentilmente em seu ombro. Seu corpo tremia com soluços, e a visão de suas lágrimas fez o nó na minha garganta inchar.

“Jules”, eu sussurrei, minha voz rouca. “Isso não é sua culpa.”

Ela balançou a cabeça ferozmente, suas mãos agarrando a borda da cama como se fosse a única coisa que a mantivesse de pé.

“Como você pode dizer isso? Olhe para você, Ellen!” Sua voz quebrou, crua com angústia. “Eu fui imprudente, tola—”
“Não.” Minha voz estava mais firme desta vez, embora vacilasse sob o peso das minhas emoções. “Você cometeu um erro. Isso não significa que você é culpada por tudo.”

Seu olhar cheio de lágrimas finalmente encontrou o meu, buscando qualquer traço de raiva, de culpa. Ela não encontraria porque não havia nenhum.

“O rei vai me punir”, ela soluçou. “Eu mereço, mas por favor, implore a ele para não machucar a Tia Agnes. Ela é inocente. Ela nunca teria deixado isso acontecer.” Ela continuou, em pânico. “Por favor, não deixe ele—”
“Ele não vai te punir, e definitivamente não vai punir Agnes”, eu a assegurei, massageando suas costas. “Eu prometo isso.”

Ela piscou para mim, incerteza gravada em seu rosto.

“Mas eu—”
“Foi um erro. Eu garanti que o Rei entendesse isso”, eu lhe disse.

Para minha surpresa, eu não vi alívio em seu rosto. Em vez disso, suas pupilas se dilataram, sua expressão se torcendo em algo que eu não consegui decifrar.

“Ele prometeu a você, Ellen?” ela perguntou novamente.

Apesar da minha confusão e leve desconforto, eu assenti.

“Sim, Jules. Ele prometeu que você não será punida.”

“O que ele pediu em troca?”

Fiquei surpresa com a pergunta dela, mas respondi honestamente.

“Nada.”

Parecia que Hades tinha uma reputação.

“Ele te ouviu?” ela perguntou.

Eu adivinhei que isso contrariava quem Hades era como pessoa. Ele era tão teimoso quanto um mulo.

“Sim”, eu disse.

Quando ela respondeu com silêncio, continuei.

“Jules”, eu disse suavemente, sentindo sua incredulidade. “Ele me ouviu porque eu fiz ele entender que isso não foi totalmente sua culpa.”

Seu olhar buscava o meu por qualquer sinal de mentira, suas mãos tremendo onde agarravam a cama.

“Mas… ele nunca foi razoável assim. Não comigo, não com ninguém que o desafie.”

Eu suspirei, minha voz cansada. “Não estou dizendo que foi fácil. Hades não é o tipo de dobrar sem uma luta, mas eu me mantive firme.”

Lágrimas brotaram em seus olhos novamente, mas desta vez não eram de culpa. Elas pareciam… conflituosas, como se ela quisesse acreditar em mim, mas não conseguisse se desvencilhar do medo que tinha sido incutido nela.

“Ele se importa com você”, Jules murmurou de repente, sua voz trêmula.

Eu endureci, incerta de como responder a isso. Hades e eu tínhamos um relacionamento complicado, que oscilava numa linha que eu não conseguia definir. Mas se importar? Essa não era uma palavra que eu usaria para descrever seus sentimentos por mim.

“Eu não iria tão longe”, eu respondi cautelosamente, evitando seu olhar.

Ela balançou a cabeça, um sorriso tênue e sem humor nos lábios. “Você não vê, não é? O jeito como ele olha para você. O jeito como… ele amolece, só um pouco, quando se trata de você.”

“Jules, isso não é sobre ele ou eu”, eu disse rapidamente, tentando direcionar a conversa de volta para ela. “É sobre garantir que você esteja segura. Isso é o que importa.”

Ela não insistiu mais, mas o olhar em seu rosto dizia que ela não estava completamente convencida. Em vez disso, ela enxugou suas lágrimas, respirando fundo e trêmula.

“Você não precisava lutar tão forte por mim. Eu sei como sua majestade pode ser”, ela murmurou baixinho.

Hades era definitivamente um homem falho com valores questionáveis e métodos ainda mais questionáveis—se não completamente atrozes em suas ações. Ele era complexo e implacável, mas havia momentos—raros e fugazes—onde o homem por trás da coroa aparecia. Esses momentos não apagavam a dor que ele causava, mas sugeriam algo mais profundo, algo não completamente consumido pelo monstro que todos viam. Eu estremeci quando seus olhos negros preencheram minha visão.

“Ellen—”
Eu me sacudi para sair do meu transe e horror. “Ele pode ser compreensível em… vezes”, eu disse relutantemente.

Seus olhos se arregalaram do tamanho de pires. “Sério?” Sua voz estava baixa e carregada com algo que me enchia de inquietação.

“Realmente”, eu afirmei.

A garganta de Jules trabalhava enquanto ela engolia. “Você acha que poderia sentir algo por ele?”

Meu estômago se revirou com a pergunta, e foi minha vez de ficar atordoada.

“Sentir algo?”

A expressão de Jules se suavizou um pouco, e ela me mostrou um sorriso envergonhado. “Você sabe o que eu quero dizer, Ellen.”

“Como—”
“Você poderia amá-lo?” ela perguntou. “Você poderia amar o viúvo da mulher que o monstro de seu pai matou?” Sua voz estava tingida de acusação.

Eu congelei, suas palavras me cortando como uma lâmina. O ar parecia se espessar ao nosso redor, sufocante e pesado.

“Jules”, eu comecei, minha voz mal se elevando acima de um sussurro. “Isso não… não é algo que eu pensei.”

Seu olhar não vacilou, e a intensidade de seu olhar tornou impossível desviar o meu.

“Mas você poderia?” ela insistiu. “Mesmo depois de tudo que ele fez? Depois do que os dele tiraram de você? Depois do que os seus fizeram com o nosso povo?”

Eu respirei fundo, lutando para reunir meus pensamentos. Eu poderia amar Hades? O homem que tinha pairado sobre minha vida como uma sombra, tanto protetor quanto algoz? O homem que, em raros momentos, parecia quase humano, quase vulnerável, mas que ainda era o viúvo de uma mulher cuja morte nos assombrava a ambos? E cuja morte foi causada por um homem cujo sangue corria em minhas veias.

“Eu não sei”, eu admiti finalmente, as palavras com gosto amargo em minha língua. “Não acho que seja sobre amor, Jules. Não com ele. Não comigo.”

Sua expressão se suavizou. “Me desculpe”, ela murmurou. “Eu não deveria ter perguntado isso.”

“Está tudo bem”, eu respondi, embora meu peito doesse com o peso da conversa. “Eu só… não posso pensar nisso. Não agora. Não com tudo o mais.”

Jules assentiu, suas mãos mexendo em seu colo. “Eu só quero que você seja feliz, Ellen. Você merece isso, depois de tudo que você passou.”

Eu forcei um sorriso, embora parecesse vazio. “É apenas um casamento arranjado para o bem de nossas duas raças.”

“É só sobre o casamento?” A suspeita em seus olhos me fez querer fugir. Meu arrebatamento havia alertado ela para um segredo monumental.

Não, não novamente.

“Jules—” Eu tentei desviar a conversa, mas as palavras desapareceram de minha mente quando ela de repente abriu seu uniforme.

“Eu conheço cicatrizes profundas mesmo sem vê-las, Ellen.” Ela virou de costas para mim, descolando o tecido. Meu sangue diminuiu a velocidade nas veias enquanto minha confusão se transformava em horror. Eu prendi a respiração, e não pude fazer nada além de olhar enquanto um arrepio percorria meu corpo.

Em suas costas havia uma única cicatriz que corria diagonalmente, ocupando a maior parte do espaço. Era grotesca, a carne irregular e desigual. Era o tipo de cicatriz que contava uma história—uma de dor e crueldade.

Meu estômago se contorceu, e eu deveria ter desviado o olhar, mas a voz de Jules me puxou de volta.

“Você não quer compartilhar sua história”, ela disse suavemente. “Mas eu vou lhe contar a minha.”

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