A HERDEIRA ESQUECIDA - Capítulo 328

328: Amigo Inofensivo 328: Amigo Inofensivo Seja por coincidência ou por um ato deliberado, Lauren esteve tão ocupada nas últimas duas semanas em sua cafeteria que mal teve tempo de visitar Steffan.

Mesmo quando Sarah a chamava repetidamente para ir até lá, sempre surgia algo no último minuto que a impedia de ir.

No entanto, por outro lado, Dolly, que agora era uma visitante regular na residência dos Rosse, não poderia estar mais feliz, especialmente quando via o olhar furioso que Sarah não deixava de lançar a ela cada vez que aparecia.

E aquela tarde não foi uma exceção, quando ela entrou desfilando na requintada sala de estar em plena vista dos únicos dois membros da família que não tinham para onde ir. Que, claro, eram Steffan e Sarah, que tinha feito da vigilância sobre Steffan até que ele pudesse pensar racionalmente seu dever permanente.

Pois nenhum ser humano em sã consciência escolheria alguém tão descompromissado e à margem da lei como Dolly para amiga.

Pela forma como ela se vestia cada vez que vinha, Sarah duvidou se ela não tinha dormido para passar na escola, mas isso novamente era algo que ela não podia usar diretamente contra ela, pois podia ver claramente que ela era bastante boa em seu trabalho, especialmente suas massagens.

Sob suas mãos, a recuperação de Steffan foi notável e as dores de cabeça quase que completamente desapareceram, se é que não desapareceram de fato.

Essa era a única razão pela qual ainda permitiam que ela entrasse na casa.

A única pessoa com um sorriso acolhedor quando Dolly entrou na sala de estar foi Steffan, que se levantou de seu assento ao vê-la.

“Como você está hoje?” Dolly perguntou com um sorriso que somente uma esposa daria ao marido que acabou de voltar do trabalho.

“Estou bem, como você pode ver, graças a você.” Steffan respondeu.

“Espero que não tenha sido muito agitado no hospital hoje?” Steffan perguntou enquanto gesticulava para ela se sentar à sua frente.

“Estamos lidando com a situação e mal podemos esperar para ter você de volta,” Dolly respondeu enquanto tomava seu assento.

Ela apenas dispensou a Sarah um aceno forçado como forma de reconhecer sua presença, o que não era difícil de perceber que ela só fez isso tentando ser educada por causa de Steffan.

“Adivinha só?” Ela perguntou empolgada, voltando sua atenção para Steffan.

“Eu vim para te levar para sair hoje. Eu percebi de repente que desde o seu acidente, você não saiu daqui, então reservei uma mesa para nós no Local dos Mestres,” ela anunciou empolgada, ganhando um olhar desaprovador de Sarah, que sem dúvida estava ouvindo a conversa deles, apesar de estar focada na revista em suas mãos.

“Não acho que o Steffan esteja pronto para começar a socializar ainda. Por que você não espera um pouco, filho, antes de ir a esses lugares. Eles podem disparar algo que, receio, você ainda não esteja preparado para enfrentar,” Sarah aconselhou, voltando seu apelo para Steffan.

Steffan foi segurar as mãos de sua mãe, que aparentemente dizia aquilo para impedi-lo de passar algum tempo com Dolly fora de seus olhos vigilantes.

“Vou ficar bem, mamãe. É apenas uma refeição e eu voltarei logo,” ele tranquilizou. “Além disso, estarei voltando ao trabalho no próximo mês, então é bom começar a me acostumar gradualmente com as coisas por aqui.”

“Ainda assim, não acho que seja bom você sair sozinho,” Sarah apontou.

“Mamãe, eu não estou saindo sozinho, a Dolly aqui é médica e pode cuidar de mim se alguma coisa acontecer,” Steffan insistiu.

Dolly, que revirou os olhos várias vezes para a mulher irritante, finalmente se sentiu apaziguada pelo que Steffan disse sobre ela cuidar dele, pois era exatamente o que pretendia fazer pelo resto de sua vida.

Mas ela planejava fazer isso gradualmente e de uma maneira sutil para não levantar as defesas de Steffan contra ela.

Ela sabia muito bem desde os tempos em que estavam no exterior que ele sempre via toda mulher que se aproximava dele como um incômodo e sempre as detestava assim que sentia que elas tinham segundas intenções.

Até agora, ela se esforçou para que ele continuasse a vê-la apenas como a amiga inofensiva que era quando estavam fora do país, mas ela não queria que continuasse assim se fosse alcançar seu objetivo.

Até agora, ela podia dizer que Steffan havia baixado a guarda contra ela,
Mas vendo a mulher que estava em seu caminho, ela a amaldiçoava milhares de vezes em seu coração, mas só conseguia forçar um sorriso no rosto para manter as aparências diante de Steffan.

“Entendo que você esteja preocupada com o Steffan, Senhora Rosse, mas não demoraremos e eu garanto que voltaremos assim que terminarmos.”

Sarah sequer lançou um olhar para Dolly, mas tinha uma expressão pensativa enquanto continuava encarando sua revista. Depois de algum tempo, ela relutantemente deu seu consentimento.

Mas vendo o sorriso extático de Dolly, Sarah não pôde deixar de sorrir internamente. ‘Sonhe à vontade, pois nunca lhe darei a oportunidade de fazer algo com meu filho.’
E justo quando Dolly estava preparando seu falso discurso de “obrigada pelo seu entendimento”, Sarah disse,
“Mas Cassidy vai acompanhar vocês,” estourando instantaneamente as bolhas multicoloridas de Dolly.

“Hã?”

Não era o mesmo que ela sair com eles? Cassidy era o que melhor se podia descrever como a mão direita de Sarah. Ela a servira desde o dia em que se casou com seu marido e tinha testemunhado o nascimento de seus dois filhos.

“Tudo bem, mamãe, se isso te deixa mais tranquila.” Steffan disse, sem perceber a expressão retorcida no rosto de Dolly, que não passou despercebida para os olhos de Sarah, que, embora ainda estivessem fixos em sua revista, ainda podiam espreitar por cima para ver o que estava acontecendo à sua frente.

“Isso me deixará muito mais tranquila, filho. Lembre-se de que a pessoa que tentou te matar ainda está lá fora, então dois seguranças também vão acompanhar você,” ela acrescentou, o que Steffan não teve problema em aceitar.

Apreciando o efeito que estava conseguindo, uma melodia de “I feel good… ta na na na, ta na na na” começou a tocar em sua cabeça e ela sentiu vontade de dançar uma valsa, mas infelizmente seu marido não estava em casa para acompanhá-la.

Com o rosto tão escuro quanto o fundo de uma panela queimada, Dolly se levantou, resmungando, “Vou esperar por você lá fora para se arrumar.”

Ela sabia que não seria certo seguir Steffan até o andar de cima, já que ele iria trocar de roupa e ela não estava no estado de espírito adequado para lidar com a bruxa que Steffan chamava de mãe, então a única opção era esperar do lado de fora.

Lá ela poderia respirar um ar fresco e também expulsar o que estava sufocando todo o seu ser sem atrair atenção indevida para si mesma.

Então, mesmo antes de obter uma resposta de Steffan, ela já havia saído num sopro, fazendo com que Sarah explodisse em risadas.

“Sem vergonha!” Ela apenas disse e voltou para a sua revista, e o vestido que acabara de ver parecia particularmente atraente, tanto que sentiu que ficaria muito bem em Lauren.

Com isso, ela ligou para a sua querida filha que não via há dias. Talvez ela ainda estivesse de mau humor ou envergonhada pelo que fez no outro dia.