A HERDEIRA ESQUECIDA - Capítulo 323

323: Dizendo Oi 323: Dizendo Oi “Então qual é a sua reclamação, Danny?” Lauren perguntou depois de se sentar ao lado de Sarah, que segurava amorosamente uma de suas mãos.

A expressão de Danny ficou séria novamente quando ele disse, “É sobre o Tio Steffan.”

“E o que o seu tio Steffan fez?”

Todas as cabeças se voltaram para o pé da escada, de onde vinha a voz, e viram Steffan, que silenciosamente observava todo o drama entre sua mãe, Danny e Lauren desde que saíra do quarto.

Ele estava segurando o corrimão com um sorriso indescritível no rosto.

Stanley e Candace, sua esposa, também apareceram naquele momento com Sophia, a filha deles.

“O que está acontecendo?” Stanley perguntou, vendo que a atenção de todos estava focada em Steffan.

“Danny, aqui, estava prestes a fazer uma reclamação sobre seu tio Steffan e queremos ouvir o que é. Então todos, sentem-se,” Sarah anunciou.

Todos fizeram uma expressão de “Oh,” mas mesmo assim se sentaram.

Quando finalmente todos estavam sentados, voltaram sua atenção para o suposto reclamante, que de repente se sentiu tímido e esqueceu o que queria dizer.

“Parece que nosso Danny aqui esqueceu o que queria dizer, então isso significa que agora é minha vez de dizer algo para a nossa querida Lauren,” Sarah brincou com um sorriso triunfante para Danny, o que instantaneamente deu ao garotinho a coragem de que precisava.

“Não, eu lembro agora.” Danny gritou e rapidamente se agarrou aos braços de Lauren.

“Tia, assim que o Tio voltou do hospital, ele se esqueceu do pobre Danny e do que ele mais gosta. Isso é bom?” Seu rosto fofo de repente se tornou lastimável enquanto ele olhava para sua querida tia pedindo ajuda
Ela era a única pessoa que poderia fazer seu tio ouvi-lo.

Ouvindo isso, os olhos de todos se voltaram para Steffan novamente e viram-no parecendo impotente.

Neste ponto Stanley teve que intervir.

“Não é que seu tio se esqueceu de você, mas ele esteve doente e não pode te carregar nas costas para brincar de cavalinho como costumava fazer, entende?”

Todos concordaram com a cabeça, pois ninguém sabia como explicar para uma criança de quatro anos que seu incrível tio não conseguia se lembrar das coisas que aconteceram nos últimos cinco anos de sua vida, inclusive dele e de como costumavam sair juntos no passado.

Danny viu todos concordando com o que seu pai disse e por um momento acreditou que seu pai poderia estar dizendo a verdade, mas então ele de repente se lembrou de algo que o fez franzir a testa no minuto seguinte.

“Se o tio Steffan ainda estava doente, por que ele saiu do hospital? Ele fugiu dos médicos assim como eu fiz quando não queria tomar a injeção?”

Todos: “…”
Steffan, que na verdade estava achando seu pequeno sobrinho muito fofo naquele momento, aproximou-se dele.

“Eu voltei para casa porque senti muita saudade do Danny, não porque estava fugindo da injeção, mas se você quiser que eu volte, eu retorno imediatamente,” Steffan explicou e fingiu estar magoado.

Entretanto, pela expressão de seu tio, Danny pôde dizer que seu palpite estava correto. Seu tio realmente tinha medo de tomar a injeção.

Ele esteve no hospital por vários dias agora, quem sabe quantas injeções ele teve que tomar durante esses dias, então ele fugiu quando não aguentou mais.

Ele se sentiu lastimável pelo seu patético tio e disse imediatamente,
“Não, Tio, não volte. Você pode ficar com o Danny,” ele persuadiu.

Ele se lembrou de que quando não queria tomar a injeção sua mãe pedia o remédio doce em uma garrafa. Talvez seu tio possa tomar isso, certo?”

“Obrigado, Danny. O Tio vai ficar e brincar com o Danny mais tarde,” Steffan disse.

Danny concordou com a cabeça, mas ainda sentia que algo estava errado.

“Por que o Tio não falou com a Tia desde que ela chegou? Vocês brigaram?”

Todos: “…” Por que ele estava de repente tão falante hoje?

Mas ainda assim, seus olhos foram para o principal responsável para ver como ele reagiria.

Nesse momento, Steffan, que não estava gostando da versão atual de seu sobrinho, olhou para seu irmão em busca de ajuda, mas seu irmão se desviou.

Ele se virou para Lauren, mas ela parecia como se o que estava acontecendo nada tivesse a ver com ela, então Steffan não teve outra escolha senão carregar sua cruz.

“Não, a gente não brigou, eu estava prestes a dar oi para ela, mas você começou a reclamar de mim assim que eu cheguei,” Steffan disse,
“Ah,” disse Danny. “Mas eu não estou mais reclamando, vá em frente e diga oi para ela.”

Todos tinham uma expressão divertida enquanto esperavam Steffan cumprimentar Lauren. Eles tinham certeza de que ele falharia miseravelmente no teste que Danny havia preparado para ele.

Quem mandou ele sempre ostentar o amor deles na cara de todo mundo.

De fato, assim que Steffan terminou o seu “Oi, Lauren,” os olhos de Danny tinham um olhar de desaprovação.

“O que? Você não está feliz? Eu já disse oi,” Steffan perguntou, confuso com o olhar no rosto de Danny.

Ele até pegou Sophia tentando abafar uma risada ao lado, não apenas Sophia, mas todos na sala.

A única pessoa que parecia estar compadecendo com ele era seu pai, mas mesmo assim ele não perdeu a pequena ruga nos cantos da boca.

“O que está acontecendo? Por que todos vocês estão agindo de forma estranha?” Steffan perguntou.

“Isso é porque você mentiu de novo,” Danny fez beicinho.

“Como eu menti? Me diga.”

“Deixa pra lá,” Lauren disse mas Steffan insistiu que queria saber. Ele não pode estar sempre por fora do que está acontecendo.

“Danny, eu sou seu melhor tio, certo? Pelo menos foi isso que você disse.”

“Eu não disse. Você que disse naquele dia,” Danny corrigiu rapidamente.

“Tá certo, eu disse. Agora me conta, como eu menti?”

Danny olhou para ele por algum tempo e então assentiu com a pequena cabeça. “É porque você não disse “oi” como costumava dizer?”

Como eu normalmente digo “oi”? Steffan perguntou.

“Você costumava…” Danny não conseguiu terminar e pareceu perdido por alguns segundos, então seus olhos de repente se iluminaram e ele se virou para seu pai pedindo ajuda. “Papai me mostra,” ele disse.

Stanley imediatamente sacudiu a cabeça. “Tudo bem, Danny, lembre-se de que seu tio não está se sentindo muito bem agora, então não precisamos estressá-lo demais.”

“Eu não estou doente, Stanley! Pare de me tratar como uma criança. Eu preciso entender sobre o que Danny está falando, afinal ninguém quer dizer nada para mim. Por que todos vocês estão me excluindo?” Steffan estalou, incapaz de suportar mais o suspense. Ele saiu irritado para sentar-se em uma cadeira isolada perto de seu pai.

Seu pai teve que intervir nesse momento. Ele deu um passo à frente e colocou a mão sobre os ombros de Steffan.

“Filho, você está entendendo isso de maneira errada. Ninguém está te tratando como uma criança. Todos nós queremos o que é melhor para você e não ficaríamos felizes se algo indesejado acontecesse com você.”

“Eu sei, papai. Mas você também considerou como eu me sinto com todo esse segredo. Está me matando,” Steffan reclamou e mudou-se para outro assento
“Stef…” Stanley começou mas foi interrompido por Lauren, que levantou a mão.

Ela se levantou e caminhou até Steffan, que parecia como se o mundo inteiro lhe devesse uma dívida.

“E agora?” Steffan perguntou desconfiado ao vê-la se aproximar.

Os olhos de Lauren tinham um brilho desafiador ao prender o olhar com Steffan. “Você não quer saber como costumava me receber?”