A HERDEIRA ESQUECIDA - Capítulo 244

244: Dormiu Sorrindo 244: Dormiu Sorrindo Quando Shawn os deixou na Vila Fairview, até mesmo Elvis estava relutante em se separar de seu pai.

Só depois que Shawn os lembrou que viria buscá-los na manhã seguinte, Eleanor, que se agarrava a ele, concordou em descer de seus braços.

Na porta, eles foram recebidos pela Senhora Carr que tinha um sorriso caloroso no rosto quando viu Shawn e como as crianças se comportavam perto dele.

Ele era muito mais bonito do que ela tinha visto na televisão naquele dia. Mesmo com sua idade, ela quase babou ao ver esse Deus Grego dos tempos modernos.

‘Como é que a Madame ainda consegue resistir a ele com todo esse dote? Acho que só alguém tão bela e à altura da minha Madame pode se atrever a recusá-lo.

Seu porte altivo que instantaneamente comandava atenção onde quer que entrasse era impressionante e o fazia parecer mais responsável do que todos os jovens homens que já cortejaram Kathleen.

Até o jovem médico com quem tentei arranjá-la não se compara à tez rosada do Presidente Hudson, que adicionava um toque de charme robusto à sua aparência refinada de outra maneira.

“Boa noite senhor, um prazer finalmente conhecer você,” ela disse em cumprimento.

Shawn arqueou uma sobrancelha. “Prazer em conhecê-la também, senhora,” ele respondeu, seu rosto voltando à sua frieza habitual, completamente desprovido do calor que mostrava às crianças.

A Senhora Carr não se perturbou com o homem de feições frias que parecia avaliar suas intenções. Ela já tinha visto seu outro lado e sabia que ele não era completamente um iceberg.

Com o sorriso ainda estampado no rosto, ela disse. “Sou a Senhora Carr, a Babá das crianças. Gostaria de entrar para tomar algo?”

Ah, então ela é a babá. Não é de se admirar que ela tenha usado o termo: “finalmente”. Significa que eles têm falado sobre ele?

“Não será necessário, já está tarde. Além disso, as crianças precisam se recolher para a noite, o que pode não acontecer tão cedo se eu estiver por perto. Foi um dia agitado para eles,” ele recusou educadamente o convite.

No entanto, se Kathleen estivesse por perto ele teria aceitado até sem convite.

“Sim, claro que você tem razão,” concordou a Senhora Carr. Ela podia ver pelos olhares cansados dos olhos das crianças que eles precisavam de descanso.

“Adeus senhor, tenha cuidado no caminho.”

“Terei,” disse Shawn, desta vez um pouco mais caloroso, agora que ele sabia o papel que ela desempenhava na vida das crianças.

Qualquer um que puder cuidar de seus filhos para que sejam tão doces e saudáveis merece seu respeito. Além do mais, a senhora já estava em uma idade avançada, provavelmente em seus cinquenta anos, então poderia ser considerada uma idosa.

Se não fosse tão tarde, ele teria adorado ter uma conversa com ela para saber mais sobre como seus filhos se saíram nesses últimos cinco anos. Mas isso poderia ser facilmente organizado, já que a mulher parecia do tipo cooperativa.

Ele se agachou ao nível dos olhos das crianças, segurando cada um pelos ombros.

“Veremos vocês amanhã. Durmam bem e cedo, para que possam acordar frescos e fortes pela manhã,” ele advertiu.

“Sim, papai. Vamos te ouvir,” Eleanor assentiu.

Eleanor não deixou de plantar um beijo na bochecha de seu pai e ele, por sua vez, beijou suas testas antes de se erguer.

“Boa noite, papai,” eles acenaram antes de entrar na casa com a Senhora Carr.

Quando Shawn viu suas costas se afastarem dele, algo apertou em seu peito e ele fez uma promessa a si mesmo.

“Farei de tudo para recuperar minha família e mantê-la ao meu lado. É tão doloroso ter que me separar deles de vez em quando.”

Ele não sabia até agora o quão maravilhoso era ter uma família que se pudesse chamar orgulhosamente de sua. Agora que sabe, ele não vai ficar parado e assistir eles escaparem por entre seus dedos.

Ele queria não apenas as crianças, ou apenas a mãe delas, mas uma família completa.

“Para a cobertura,” ele ordenou quando entrou no carro.

Ao voltar com seu motorista, ele repetia em sua mente os eventos da noite, refletindo sobre as memórias que havia criado com as crianças durante o breve período que passaram juntos e uma atmosfera de paz se estabeleceu ao redor deles no carro.

Até mesmo Carl, o motorista, sentiu isso e pela primeira vez desde que conheceu as crianças ficou feliz que elas apareceram na vida de seu chefe.

Com isso, seria mais prazeroso fazer seu trabalho com a mente em paz. ‘Um chefe feliz sem dúvida produzirá subordinados felizes.

Sem nenhuma tensão, ele dirigiu de volta à cobertura, tomando seu tempo, pois não queria quebrar a rara paz no carro.

Mas como dizem, tudo, seja bom ou ruim, tem que terminar, então ele eventualmente parou em frente ao Local dos Mestres.

“Chegamos, Chefe,” ele disse.

Quando não obteve resposta, ele levantou os olhos para o espelho retrovisor e viu que o chefe adormeceu, um sorriso desarmador gravado em seu rosto habitualmente frio.

Ele ficou sem palavras. Essa era a primeira vez que via algo assim. “O chefe realmente adormeceu sorrindo!”

E esse sorriso é tão bonito que ele teve vontade de lhe dar um beijo.

Infelizmente, ele era heterossexual; se não fosse, ele não sabia se teria sido capaz de resistir à tentação.

Como a vida pode ser tão cruel. Empacotar tudo de bom em uma só pessoa, deixando pessoas como ele na mão.

“O que mais posso fazer a não ser ser grato pelo pouco que tenho.”

Ele olhou para si mesmo no espelho e ainda se sentiu encorajado por sua aparência.

Pelo menos ele ainda poderia entrar para a lista dos cinquenta homens mais bonitos de Baltimore com sua aparência.

Depois de esperar por cerca de dez minutos, ele decidiu acordar o anjo adormecido. Ele também precisava se recolher para a noite e ter uma boa noite de sono. Quem sabe o que o amanhã trará.