A HERDEIRA ESQUECIDA - Capítulo 242

242: Mantenha a Decência 242: Mantenha a Decência No dia seguinte, bem antes de as aulas acabarem, Shawn já estava sentado no escritório do diretor.

Como presidente de uma das principais empresas de Baltimore, ele não parecia estar com pressa enquanto esperava pacientemente que as crianças terminassem as aulas.

O diretor sugeriu várias vezes que poderiam fazer uma exceção e liberar as crianças antes do horário normal de encerramento, mas ele insistiu em esperar.

Não só ele queria esperar pelas crianças, mas também tinha medo de que, se Kathleen soubesse que ele os havia levado embora antes do fim das aulas, ela poderia não lhe dar outra oportunidade no futuro.

Então, ele teve que exercer uma das virtudes que havia adquirido da maneira mais difícil depois de reencontrar Kathleen – paciência.

Por fim, foi informado de que as crianças estavam prontas e ele estava livre para ir com elas.

Como de costume, quando Eleanor o viu, ela se atirou em seus braços à espera e não deixou de plantar seu beijo característico em suas bochechas.

Elvis, por outro lado, apenas murmurou um monossilábico “Papai” como cumprimento antes de tomar seu lugar ao lado dele enquanto caminhavam para o estacionamento.

Assim que o motorista avistou o grupo de três saindo da escola, sua boca se abriu de surpresa e ele até se esqueceu de abrir a porta na hora.

De alguma forma, seu chefe não o repreendeu por sua negligência, mas apenas chamou seu nome desta vez.

“Carl Winston!”

Entretanto, a pessoa com a expressão impaciente era a versão miniatura de seu chefe que o olhava com insatisfação.

‘Como uma criança tão pequena pode possuir uma aura dessas? Ele até parece mais frio que o próprio chefe.’
Mas espera, desde quando o chefe tem filhos tão crescidos? Ele estava com ele há tanto tempo e nunca tinha ouvido falar de uma amante ou da Madame grávida…

A Madame ficou grávida antes de deixar o país? Essa é a única explicação possível que ele conseguiu imaginar enquanto galopava até a frente e se posicionava atrás do volante.

“Para onde, chefe?”

Virando-se para as crianças, Shawn perguntou. “Onde vocês querem ir primeiro?”

“Quero comer algo gostoso, papai. Eu estava tão animada por te ver de novo que quase não comi meu almoço,” disse Eleanor.

“Sério?” Shawn perguntou, com um sorriso divertido nos lábios.

“Para a cobertura, então,” ele ordenou e voltou sua atenção para sua adorável filha.

“Sim, papai. Eu sinto sua falta a cada minuto do dia.”

“Eleanor Wyatt! Pode se controlar? Por que você se vende tão barato? Mostre um pouco de decoro pelo menos, como uma dama,” Elvis repreendeu.

“Não estava falando com você,” ela retrucou.

“Tsk! Há quanto tempo você o conhece, para de repente estar sentindo falta dele a cada minuto do dia?”

Eleanor detestava quando seu irmão sempre expunha seu ato só porque ele conhecia todos os seus jeitos. ‘É tão chato ter um irmão assim. Ele não poderia me fazer rir só por uma vez?’ Ela lamentou.

Fazendo beicinho, ela se virou para o seu irmão estraga-prazeres. “Não se meta. Nem todos nós podemos ser frios como você. No início, todos pensávamos que você tinha herdado isso do papai, mas talvez estivéssemos enganados.”

Ela passou as suas patinhas macias no belo rosto de seu pai, que naquele momento estava coberto por um sorriso adorador. “Você não pode ser um pouco mais como o papai, que está sempre simpático e sorrindo.”

Carl não conseguiu reprimir a risada que eclodiu de sua boca ao ouvir que seu chefe estava sempre simpático e sorrindo. Ele se recusou a olhar no retrovisor com medo de ver a expressão no rosto de seu chefe.

Ele rapidamente retomou a expressão séria como se não fosse ele quem acabara de rir, mas internamente ele estava prestes a explodir.

Contrariando seus medos, Shawn naquele momento estava sorrindo de orelha a orelha, bastante satisfeito com sua adorável filha.

Quanto ao seu filho, ele não sabia onde colocá-lo em seu coração naquele momento.

Em certo sentido, ele sentia que o comportamento e a maneira de falar dele eram familiares.

“Só os homens fracos sorriem quando não há nada para sorrir. Homens fortes têm a mente séria e não toleram bobagens,” Elvis cuspiu.

Carl: ‘Caralho!’
Shawn: “….”

‘Ele me vê como um homem fraco por causa da maneira como eu tenho cedido a cada demanda da Kathleen? Eu me rebaixei tanto que até meu próprio filho pensa que eu não sou um homem?’
‘Bem, isso é problema dele, contanto que eu recupere meu amor, não me importo de ser menosprezado.’
“Humph!” bufou Eleanor, completamente irritada com o irmão. “Você tem apenas seis anos, e é apenas alguns segundos mais velho do que eu, e ainda fala sobre ser homem o tempo todo.”

Os lábios de Elvis se curvaram em um sorriso presunçoso. “Cinco minutos, vinte e oito segundos, para ser exato. Foi o que a vovó disse. Mesmo assim, ainda sou mais velho que você,” disse Elvis arrogantemente.

“Meninas como você são facilmente enganadas por homens como ele. Não se deixe enganar, irmãzinha. Aposto que ele tem vários truques na manga,” Elvis zombou e se afastou.

Qual o sentido de discutir com ela? Ela nunca vai aprender.

O carro de repente desviou para a direita, jogando toda a família um contra o outro.

‘Este garoto ainda vai ser a morte de mim,’ Carl gemeu. Sua língua é até mais afiada que a do chefe.’
‘Esta é a primeira vez que eu estou dirigindo para ele e mal consigo me concentrar na estrada.’
Ele sentiu um calafrio subir pelas costas. Ele reuniu coragem para lançar um olhar rápido no retrovisor e dois pares de olhos azul-safira o encaravam. Um maior e frio, o outro menor, mas igualmente frio.

“Desculpe, chefe,” Carl rapidamente se desculpou.

“Tenha cuidado,” Shawn proferiu, suas mãos cerradas ao lado do corpo enquanto tentava reprimir a raiva de transparecer em sua voz.