A HERDEIRA ESQUECIDA - Capítulo 232
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232: Nada Vai Mudar. 232: Nada Vai Mudar. “Você tem apenas vinte minutos para passar com o criminoso. Então aproveite bem o tempo juntos,” aconselhou o diretor.
A porta da sala de visitas rangeu ao abrir, e os olhos de Linda vasculharam o local até pousarem em sua mãe, sentada na mesa de metal desgastado.
Quando os olhos cansados de sua mãe encontraram os dela, diversas emoções atravessaram o rosto de Linda.
“Mamãe,” Linda chamou, sua voz mal ultrapassando um sussurro.
A Sra. Beazell esboçou um sorriso fraco, as linhas gravadas em seu rosto contando histórias do sofrimento das últimas semanas.
“Minha querida, é bom te ver.” Suas palavras tinham um toque de melancolia.
O ambiente estéril era sufocante, as luzes fluorescentes lançando um brilho artificial sobre mãe e filha.
Ao observar a aparência desgastada de sua mãe e seus olhos opacos, o coração de Linda se apertou e ela não pôde conter as lágrimas que rolaram por seus olhos. “Como você tem aguentado aqui, mamãe?”
“Mais ou menos,” disse a Sra. Beazell de forma displicente e soltou uma risada amarga.
Como ela ia contar à filha que a vida tem sido mais do que um inferno para ela.
Vários dias ela teve que dormir com o estômago vazio por causa das colegas de cela maliciosas que a intimidavam o dia todo.
Era ainda mais humilhante mencionar as várias vezes em que foi violada e todos pareciam fechar os olhos.
Era como se alguém a estivesse atacando deliberadamente na prisão. Além da Kathleen, ela não achava que alguém seria capaz de instigar tamanha maldade.
Ela nunca pensou que viveria para experimentar tamanha humilhação e coisas terríveis em toda a sua vida.
Olhando para sua filha, que estava vestida impecavelmente com roupas caras que acentuavam sua figura, ela não pôde deixar de suspirar e, pela primeira vez em sua vida, sentiu inveja de sua própria filha.
Memórias de sessões de compras, spas, jantares e eventos, todos refletindo seus dias de glória, em contraste gritante com seu estilo de vida atual, voltaram para assombrá-la.
“Sinto falta de estar lá fora, sabe?” Ela disse, sua voz embargada pela emoção.
“Vou fazer o meu melhor para garantir que você saia logo,” Linda confortou.
A Sra. Beazell balançou a cabeça. “Não se incomode, minha querida, além do mais, o que uma criança como você poderia fazer? O Grupo Beazell não existe mais e todos nos abandonaram. Como você pretende me tirar daqui?”
“Não perca a esperança, mãe, as coisas ainda podem mudar.”
“Nada vai mudar, minha querida.”
Os olhos da Sra. Beazell de repente se tornaram ferozes. “O único arrependimento que tenho é que não consegui estrangular aquela vagabunda até a morte quando a vi no tribunal. Pelo menos minha estadia aqui não teria sido em vão.”
“Acho que ela deve achar que tem a última risada, mas vou garantir que ela morra uma morte miserável. Mas antes disso, vou fazer com que ela experiencie tudo que passei em dobro.”
Linda concordou plenamente. “É tudo culpa dela que você está aqui, mas fique tranquila, mamãe, eu vou vingar você por fazer você passar por tudo isso.”
A Sra. Beazell deu de ombros e perguntou, “Como está seu pai?”
Linda franziu a testa. “Ele não esteve aqui? Ele mal vem para casa ultimamente. Quando volta, ele se tranca no quarto e recusa até mesmo me ver.”
O rosto da Sra. Beazell torceu-se num sorriso zombeteiro. “Entendo como ele se sente. Ele deve me detestar agora e não querer mais nada comigo.”
“Mas ele ainda é seu marido e deveria se preocupar com você.”
“Não o culpe, querida. Minha amiga Joanne ainda está em viagem?”
Com a menção da mãe do Shawn, o rosto de Linda tornou-se sombrio. “Esqueça ela, mãe.”
“O que você quer dizer? Ela pode ser de ajuda em um momento como este.”
Linda soprou friamente. “Ela voltou há mais de duas semanas e se recusou a me ver, apesar de ter procurado por ela várias vezes.”
“Eu não acho que ela está ciente do que aconteceu comigo,” a Sra. Beazell ainda insistiu. Ela se recusava a acreditar que Joanne a abandonaria depois de tantos anos de amizade.
Ela lembrou de como Joanne até jurou para ela que ninguém seria capaz de se casar com seu filho além da Linda e ela cumpriu essa promessa ao longo dos anos. Não foi por isso que colaboraram para armar para a Kathleen e expulsá-la?
“A notícia da sua prisão estava por toda parte, mãe. Quem é Joanne em Baltimore? Mesmo quando ela não sai para procurar notícias, as notícias chegam até ela. De um jeito ou de outro, ela deveria ter ouvido falar que você está na cadeia, mas ela se recusou a visitar você ou a concordar em me ver, mesmo que fosse apenas uma vez.”
A Sra. Beazell balançou a cabeça em desespero e suspirou profundamente.
“Esses são os humanos. Eles afirmam se importar quando tudo está bem, mas assim que as coisas mudam, você fica abandonado. Você precisa aprender com a minha própria experiência.”
“Eu aprendi, mãe.” Linda não precisava que lhe dissessem isso, pois todos os seus próprios amigos fizeram o mesmo. Nenhum deles que costumava bajulá-la estava por perto agora.”
A Sra. Beazell enfiou a mão no sutiã e trouxe algo.
“Quero que você entre em contato com alguém para mim. Apenas entregue a ele este papel, ele sabe o que fazer.”
Linda observou o estranho número de telefone e sequência de códigos não familiares no pedaço de papel que a mãe lhe entregou.
“Quem é essa pessoa, mãe?”
“Você não precisa saber quem ele é, mas a partir de agora, você tem que vir me visitar o máximo que puder. Você é o único contato que tenho com o mundo exterior agora.”
Linda teve a sensação de que essa pessoa poderia não ser simples, mas mesmo assim assentiu. “Tudo bem, mãe.”
O guarda sinalizou que o tempo delas estava quase no fim. Com o coração pesado, Linda se levantou, sentindo o peso da separação. “Vou visitar novamente em breve,” ela prometeu, segurando a mão de sua mãe através da barreira fria.
Enquanto se afastava, os pensamentos de Linda estavam agitados. Ela olhou para trás, captando um último vislumbre da figura de sua mãe atrás do vidro.