A HERDEIRA ESQUECIDA - Capítulo 202

202: Salvar Vidas É Mais Importante 202: Salvar Vidas É Mais Importante As palavras de Eleanor eram tão hilárias que tanto a mãe quanto o filho caíram na gargalhada.

“Tenho certeza de que ele vai entender, querida. Eu adoraria ver como o convidado ilustre estaria quase se curvando para a nossa pequena Eleanor enquanto ela coloca as guirlandas em seu pescoço,” disse Kathleen com pesar.

“Claro que você estará lá, mamãe. A escola preparou um lugar especial para todos os pais, então você verá tudo que está acontecendo de lá.”

“Desculpe, amor, mas talvez eu não consiga ir à sua escola amanhã.”

“O que você está dizendo, mamãe?” A expressão de Eleanor se entristeceu com uma ruga de preocupação. “Você tem que ir. Todos os outros pais estarão lá.”

Com um sorriso de pedido de desculpas, Kathleen disse, “Receio que haja uma operação importante da qual tenho que participar amanhã. Vai durar muito tempo e o horário planejado para a operação coincide com o horário do seu evento esportivo, então vai ser difícil para mim comparecer,” ela explicou pacientemente.

Desapontada, a cabeça de Eleanor abaixou enquanto ela murmurava um patético, “Ah.”

O coração de Kathleen doía ao ver a expressão triste de Eleanor.

“Filhos, vocês podem perdoar a mamãe, desta vez novamente? Me sinto tão mal por não estar aí por vocês quando vocês precisam de mim, mas eu prometo compensar vocês depois que meu trabalho terminar amanhã.”

“Nós entendemos, mamãe, você não precisa se sentir mal,” Elvis, o mais racional e confiável dos dois quando se trata de situações como essa, falou.

“Salvar vidas é mais importante e nós não estamos com raiva de você. É só que teria sido tão bom ver você entre os outros pais durante nossas apresentações.”

As crianças aprenderam ao longo dos anos que, entre o prazer pessoal deles e o trabalho da mãe, salvar vidas era mais importante e tiveram que sacrificar em várias ocasiões para que a alegria de uma família não fosse quebrada para sempre pela perda de um ente querido por causa do próprio egoísmo deles.

Ele segurou o ombro caído da irmã e o apertou em sinal de conforto.

Vendo a interação entre os dois filhos enquanto eles se consolavam, Kathleen se sentiu mais triste e culpada.

Ela não estava confortável com o comportamento maduro deles. “Eu tenho que encontrar uma solução rápido,” ela pensou.

No passado, quando ainda estavam em Luxemburgo, sua mãe sempre compensava sua ausência e as crianças nunca se sentiram tão mal, mas ela estava a milhares de milhas de distância de Baltimore.

Se ela soubesse antes, teria feito arranjos para ela voar até lá.

Enquanto ela refletia sobre o problema, ela se lembrou de repente que Jason ainda não tinha voltado.

“Ok, pessoal, adivinhem o quê?”

“Você vai cancelar a operação, mamãe e vir para a nossa escola?” Eleanor perguntou, com um vislumbre de esperança.

“Não, querida.” Quando ela notou a luz se apagando dos olhos de Eleanor novamente, rapidamente acrescentou, “Que tal chamarmos seu tio e sua tia para irem com você?”

“Tio Jason?” repetiram os dois filhos em coro.

“Mm-hmm.”

“Isso seria bom, mamãe,” Eleanor falou, mas então a preocupação retornou.

“Mas o tio Jason está sempre muito ocupado. Até a Tia Cheryl já está cansada dele. Como podemos fazê-lo vir?”

“Deixem comigo. Só precisamos pedir a ele com jeitinho,” Kathleen disse com um sorriso travesso no rosto.

Você pode ter certeza de que se Jason estivesse dirigindo com eles no carro naquele momento ele teria sentido uma dor de cabeça vindo.

Entretanto, ele ainda espirrou de modo lastimável em seu escritório enquanto tentava terminar as coisas para o dia nas Corporações Wyatt.

Cheryl, que estava sentada à sua frente esperando que ele terminasse o trabalho para que ela pudesse levá-lo para jantar, levantou-se para lhe servir um copo d’água.

“Não é água que eu preciso,” disse Jason, mas mesmo assim pegou o copo das mãos de Cheryl.

“Tenho certeza de que alguém com intenções malignas está tramando contra mim em algum lugar. Mas eu os asseguro de que não terão sucesso.”

Cheryl não pôde evitar achar graça. “Desde quando você se tornou tão supersticioso? É apenas um sinal de que você precisa de uma pausa. Vamos, arrume suas coisas e vamos embora antes que você morra de fome.”

“Você está assim tão ansiosa para me ter só para você?” provocou Jason.

“Tsk! Não se iluda, Senhor. Quem quer você só para si?” Cheryl respondeu com um sorriso sarcástico. “Estou apenas cuidando de você.”

“Ainda é bom saber que você se importa tanto comigo.”

“Eu não chamaria isso de cuidar de você. Eu só não quero ser responsabilizada por não cumprir meus deveres como sua namorada.”

O coração de Jason se aqueceu com a linda mulher que estava claramente preocupada com ele, mas fingindo não se importar.

“Falando em cumprir seus deveres, há muitos que você tem negligenciado, no entanto.”

Fingindo não entender do que ele estava falando, Cheryl arqueou uma sobrancelha. “Não me lembro de nenhum.”

“Bem, eu não estou com pressa. Posso usar a noite inteira para te lembrar um por um, se você não se importar,” provocou Jason.

“Não sei do que você está falando.”

Enquanto ele falava, ele já estava de pé ao lado de Cheryl e ela sentiu uma sensação quente se espalhar por todo seu corpo, seu rosto corado expondo sua pequena mentira.

Ela odiava a si mesma por se derreter toda vez que Jason muda seu humor para o que ele estava mostrando atualmente.

“Tem certeza de que ainda não sabe do que estou falando?” A respiração quente de Jason fez cócegas nos seus nervos, evocando os mais primitivos desejos que ela nunca admitiria sentir.

Ele pegou lentamente uma mecha do seu cabelo escuro e lustroso que caía sobre seu ombro, empurrou-a para o lado, revelando o pescoço atraente e flexível como o de um cisne.

Seus movimentos eram gentis e sensuais, fazendo Cheryl inconscientemente prender a respiração.

“Que tal eu refrescar sua memória um pouco com isto.” Suas palavras foram imediatamente seguidas pela ponta de sua língua traçando um padrão ao longo de seu pescoço delicado.