A Herdeira Divorciada Está Se Casando Novamente! - Capítulo 57

57: Um Sopro de Ar Fresco 57: Um Sopro de Ar Fresco “O quê?” Amelie pensou ter ouvido errado. “Como você conhece Johnathan Radcliffe?”

Elizabeth não achou que era o momento certo para se fazer de inocente. Ela olhou para a amiga com um olhar um tanto decepcionado e disse em um tom gentil, “Vamos lá, Amelie. Tenho certeza de que você já juntou todas as peças. Os boatos… Ele é o homem dos rumores.”

Amelie não podia negar que já estava suspeitando, mas agora que Lizzy confirmou, tudo se encaixou.

“Eu me recusei a acreditar em qualquer uma dessas histórias,” ela começou com cautela. “Especialmente porque a fonte dos rumores era duvidosa. É tudo verdade? Tudo?”

Elizabeth segurou o copo frio entre as mãos e balançou a cabeça.

“Não tudo… Meu Deus, quem diria que eu ainda acabaria falando sobre isso no fim? Acho que é verdade o que dizem: você não pode esconder a verdade para sempre.”

Amelie não disse nada em resposta; ela imaginou que Lizzy precisava de tempo para coletar seus pensamentos e estava convencida de que ela acabaria se confidenciando mais cedo ou mais tarde. Por fim, após vários momentos de hesitação, Elizabeth respirou fundo e começou,
“Eu o conheci há vários anos, quando ele estava procurando por uma editora que aceitasse seu trabalho. Sabe, minha família possui algumas editoras, então nós trabalhamos não apenas com revistas ou jornais, mas também com livros.

Eu encontrei o manuscrito dele por acaso, um dos editores o deixou desatendido no corredor e o nome me deixou curiosa. “Rachaduras Invisíveis”… Quem diria que o romance seria sobre um amor despedaçado? Era realmente bom, Lily. Aquele livro… Eu realmente gostei dele.

Então eu contatei o editor-chefe e o instiguei a aceitar o trabalho dele para publicação. E enquanto as coisas andavam, eu encontrei com o cara várias vezes para discutir o livro pessoalmente.

Ele me fascinou. Ele era livre, inspirador e tão cheio de vida… Ele era o completo oposto do enfadonho e trabalhador Daniel que só sabia falar sobre mercado de ações ou golfe. John falava comigo sobre as coisas que eu mais gostava –– livros, filmes, pinturas… Ele era aquele sopro de ar fresco que eu precisava depois de ser sufocada pelos limites do meu casamento arranjado.

E antes que eu percebesse… Eu estava tendo um caso.”

Elizabeth fez uma pausa e ofereceu a Amelie um olhar culpado, como se estivesse confessando ter cometido um assassinato. Talvez lhe doesse falar sobre isso porque o adultério era exatamente o que estava torturando sua amiga agora.

“Minha filha… Emma… Ela é filha dele, Lily. Filha do John.”

Amelie não sabia o que dizer no começo. Ela se sentia conflituosa e perdida porque, embora as duas fossem melhores amigas, essa era a primeira vez que ela ouvia falar disso. Ela se sentiu um pouco traída.

“Você escondeu isso como um segredo todo esse tempo? Por que você nunca me contou, Lizzy?”

Elizabeth balançou a cabeça como se quisesse dizer à amiga que ainda não entendia por que não tinha tido coragem de contar isso a ninguém.

“Eu me sentia tão culpada, Lily. Me sentia culpada porque traí meu marido, mas o pior é… Traí minha filha. A vergonha me consumiu todo esse tempo e ainda assim… Eu não pude parar de vê-lo. Ele é gentil, ele entende tudo, mas eu sei que ele também está ferido. E eu… Eu estou com tanto medo, Lily. Tenho medo de ser julgada. Tenho medo de um escândalo.”

Amelie cerrava os punhos de frustração. A irritava –– não, a enfurecia como sempre eram as mulheres que deviam sentir esse tipo de culpa e quase nunca –– os homens.

Mas ela entendia o fardo que pesava sobre os ombros de Lizzy. Uma coisa era Richard dormir com outra pessoa; mas se ele viesse até ela com uma criança nos braços e pedisse para ela agir como mãe da criança e criá-la como se fosse sua… Isso seria a coisa mais baixa que um homem poderia fazer a uma mulher. Essa era a linha que ela nunca cruzaria.

Amelie entendia a culpa de sua amiga. Mas ela também entendia sua dor.

“Sim, você está certa. Você é culpada por enganar seu marido. Ele cuidou de uma filha que acreditava ser dele… E agora é o mesmo que se ele a perdesse.”

Elizabeth assentiu e enxugou as lágrimas com as mãos tremendo.

“Eu sei. Meu Deus, Lily, eu sei! E eu vou fazer! Vou enfrentar as consequências e aceitar a punição que devo aceitar, mas por favor… John só estava tentando me proteger. Ele não merece arcar com toda a culpa. Por favor, Lily, você tem que ajudá-lo a sair dessa.”

A Sra. Ashford soltou um longo suspiro. Richard estava loucamente apaixonado por Samantha e, como ela bateu a cabeça ao cair na piscina, ele nunca deixaria isso passar, e poderia até arrastar Johnathan para o tribunal.

Ela balançou a cabeça e tentou explicar.

“Não há provas de que Samantha foi quem começou os rumores, especialmente porque muitas pessoas já estão falando sobre isso há semanas. Mesmo que sua família processe-a por tentar difamar sua reputação, sem evidências concretas e com Richard a apoiando com suas próprias conexões, será uma longa batalha, e temo que as chances de terminar a seu favor sejam muito pequenas.”

Então, Amelie dedicou mais alguns momentos para pensar antes de continuar de novo, “Johnathan é um escritor, o que significa que Richard encontrará uma maneira de garantir que ele nunca mais seja publicado. Pelo menos não neste país.”

Lizzy cobriu o rosto com as duas mãos e soltou um gemido de dor como se fosse um animal encurralado. Depois, ela esfregou as palmas das mãos nos olhos já vermelhos e finalmente sussurrou.

“Meus advogados aconselharam que eu fique quieta por enquanto, mas… Mas eu tenho algo que você pode usar para fazer seu marido retirar as queixas e encerrar o caso.”

“Você tem?” Amelie levantou as sobrancelhas e Lizzy assentiu, colocando um pequeno cartão de visitas nas mãos da amiga. “Jason Sanson. Você precisa encontrá-lo.”