A Herdeira Divorciada Está Se Casando Novamente! - Capítulo 201

201: Corra 201: Corra De repente, Samantha sentiu como se o chão tivesse sido arrancado de debaixo dos seus pés.

Ela não sabia o que estava acontecendo e não tinha ideia do que tinha que fazer para parar aquilo.

Tanto Elizabeth quanto John já haviam deixado o canto tranquilo e voltado para o coração da festa, mas Samantha estava enraizada no mesmo lugar; ela não conseguia se mover nem um pouco.

‘Presa… Eu vou ser presa… Mas por quê? Como? O que eu fiz?’
Frustração e ilusão turvavam sua mente e ela lutava para combater uma onda implacável de sentimentos perturbadores. Talvez não fosse verdade afinal? Talvez fosse apenas uma piada cruel? Tinha que ser!

Ela não podia acreditar que havia algo pelo qual pudesse ser presa e, ao mesmo tempo, não conseguia negar que a lista de suas más ações era praticamente interminável.

‘Não posso fazer isso… Não posso deixar isso acontecer comigo! Por que tem que ser eu?’
Sem ao menos perceber, seus dedos alcançaram seu cabelo arrumado e começaram a mexer, puxando mechas separadas e transformando seu penteado num completo desastre. Suas mãos continuavam dolorosamente puxando e torcendo, longos fios de seu cabelo castanho liso enroscando em seus anéis e unhas, quebrando sob pressão, mas Samantha não podia se importar menos com isso.

Ela sentia que estava enlouquecendo, mas ainda conseguia se preocupar distintamente com uma coisa –– seu futuro.

‘Tenho que sair daqui… Sim, não posso apenas ficar aqui e deixar que eles cheguem até mim assim! Quem eles pensam que são, decidindo meu futuro por mim? Presa? Não, não, não, não, não! Não vou deixar que façam isso! Eu tenho me protegido desde que aprendi a andar; não tem como eu simplesmente desistir assim!’
Um sorriso meio louco e malvado apareceu nos lábios secos de Samantha e seus olhos brilharam com forte determinação.

Ela poderia fazer isso. Ela só precisava correr; tinha que se esconder e deixar passar. Era só no que ela conseguia pensar e não havia tempo a perder.

Então ela começou a andar.

Deslizando pelo corredor como uma cobra, ela se escondia de canto em canto, encarando cada pessoa com olhos loucos e assustados como se tivesse medo que alguém pulasse nela e a imobilizasse a qualquer momento.

Ela não se importava com os olhares estranhos que alguém dava a ela enquanto ela passava rapidamente, suas mãos tremendo e seu cabelo bagunçado cobrindo metade de seu rosto pálido.

Ela tinha que sair dali. Ela tinha que fazer isso agora.

Por fim, passando pelos banheiros dos convidados, a mulher escapou pela porta principal e, uma vez que o ar frio do inverno atravessou seu corpo, enviando um arrepio enrijecedor pela sua espinha, Samantha ofegou, finalmente percebendo que estava segurando a respiração todo aquele tempo.

‘Ainda bem que todos os convidados já chegaram’, pensou enquanto o ar frio a ajudava a recuperar um pouco de clareza. ‘Eu deveria correr em direção à estrada principal que leva para a cidade… Alguém com certeza irá parar o carro para ajudar uma mulher grávida, certo?’
***
‘Onde está aquela psicopata?’, Daphne murmurou baixinho enquanto andava pela multidão que se misturava na sala de estar da mansão.

O maior evento da noite –– a prisão pública de Samantha e Richard –– estava perigosamente próximo, mas agora que a garota olhava ao redor para se certificar de que os personagens principais estavam presentes, ela percebeu que Samantha tinha sumido.

Richard já estava meio bêbado, apoiado no bar e conversando com alguém que compartilhava seu novo amor pelo álcool, então sua posição estava mais ou menos segura. A ausência de sua esposa, no entanto, fez Daphne sentir um pouco de nervosismo.

‘Sra. Bennett’, ela se aproximou do terraço onde Amelie encontrava consolo no abraço gelado da noite de inverno. Ela se sentia ansiosa também e com tanta gente ao redor, precisava desesperadamente de um ar fresco.

‘Daphne?’ Ela perguntou ao se virar. ‘Algum problema?’
‘Não consigo encontrar Samantha entre os convidados. Não acho que ela tenha ido embora, mas me sentiria muito melhor se soubesse onde ela está o tempo todo.’
Amelie ofereceu um sorriso leve à garota. ‘Ela provavelmente está por aqui em algum lugar. Vá olhar no segundo andar e eu pedirei ao Liam e ao Austin para me ajudarem a procurar por ela no primeiro andar.’
‘Certo, vou fazer isso, Sra. Bennett.’
Daphne assentiu e saiu do terraço, correndo em direção às escadas enquanto Amelie se virava de novo, olhando para a neve que caía e que já havia coberto a área da mansão com um fino manto branco que brilhava ao luar prateado.

De repente, seus olhos se arregalaram ao avistar uma pessoa correndo pelos portões da residência em direção à estrada.

‘Não pode ser… Samantha?!

Embora já estivesse bem distante, não havia como confundir –– era ela. Cabelos castanhos longos e soltos, seu vestido vermelho de grife e sua barriga redonda, impedindo-a de se mover mais rápido.

‘Não posso acreditar… Ela está totalmente louca? O que diabos ela está fazendo?!’
Amelie não sabia por que sentiu o impulso de também correr em vez de pedir ajuda a alguém, mas antes que percebesse, já estava correndo também, os pés quase escorregando no caminho congelado.

‘Samantha!’ Amelie gritou assim que diminuiu metade da distância entre elas, mas a mulher a ignorou. ‘Samantha, espera! Você não pode correr assim! É perigoso!’
Como que por despeito, Samantha começou a correr mais rápido, grunhindo alto já que estava exausta e sem fôlego. Seus dedos, agarrando sua saia, já estavam tão vermelhos quanto o tecido de seu vestido, seu corpo inteiro ensopado pela neve que caía.

Mas ela não podia parar. Ela correria para sempre se precisasse.

A mansão Bennett agora ficava bem para trás e ela só parou quando percebeu que finalmente tinha alcançado a estrada.