A Herdeira Divorciada Está Se Casando Novamente! - Capítulo 151
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151: Nada Mudou 151: Nada Mudou Einar percorria o comprimento do quarto de hóspedes, com passos num ritmo constante sobre o assoalho de madeira polida. O elegante cômodo que, conforme fora informado, fora ocupado pela própria Amélie, agora parecia mais uma gaiola a cada minuto que passava. De alguma forma, ele ainda podia sentir a presença dela pairando dentro de suas paredes.
Ele estava confinado aqui desde que chegou, incapaz de ter coragem de sair, de encarar a realidade de onde estava e, mais importante, com quem estava.
Ele se sentia um completo tolo.
Ele havia aceitado o convite de Liam por um senso de dever—um esforço para reparar suas relações, pelo bem de Amélie, claro—mas agora, parado aqui sozinho, Einar se sentia um idiota. Reencontrar Amélie, vê-la tão radiante e contente em sua nova vida, havia despedaçado seu coração em um milhão de pedaços. Cada sorriso reservado que ela lhe dava, cada palavra que ela falava com tanta polidez cuidadosa, parecia sal numa ferida que nunca havia cicatrizado completamente.
Ele parou em frente à grande janela no meio da parede, olhando para fora sem realmente ver. Seus pensamentos estavam uma bagunça caótica, e ele lutava para encontrar uma maneira de dar sentido a eles.
‘Ah… Eu deveria ter ficado naquele hotel afinal. Ou melhor ainda… eu não deveria ter vindo para este país em primeiro lugar.’
Finalmente, seus olhos se focaram no jardim abaixo.
Apesar de ser outono, com a maior parte da folhagem tornando-se marrom e sem vida, o jardim ainda mantinha uma beleza inesperada. As árvores, embora seus ramos estivessem quase despidos, estendiam-se graciosamente em direção à sua janela. Os canteiros de flores, já escassos, eram meticulosamente cuidados, com flores tardias adicionando pequenos toques de cor em meio à vegetação que desvanecia. Ficava claro que os jardineiros haviam trabalhado incansavelmente para preservar a beleza que pudessem à medida que a estação esfriava.
Einar encontrou um estranho conforto na cena. Ele ficou ali, perdido em pensamentos, até um leve bater à porta o trazer de volta à realidade.
“Entre.”
A porta se abriu para revelar Mary, uma das empregadas designadas para ele. Ela trazia uma bandeja com uma xícara fumegante de café, cujo aroma refrescante enchia o quarto.
“Boa tarde, Sr. Ingvarsson,” ela disse com um sorriso educado enquanto se aproximava. “Eu trouxe seu café.”
“Obrigado,” Einar respondeu, forçando um sorriso em retorno.
Enquanto colocava a bandeja sobre uma mesinha lateral, Mary observava o homem cuidadosamente. Ela havia notado quão sombrio e reservado ele estivera desde sua chegada. Ele raramente deixava o quarto e ainda não havia se juntado à família para nenhuma refeição, preferindo comer sozinho e fora de casa. Era deprimente, ela pensava, ver um homem tão isolado em uma casa cheia de vida.
Percebendo que ele olhava para o jardim novamente, ela hesitou antes de falar. “É uma bela vista, não é?”
Einar apenas concordou distraidamente, dando um gole no café.
“Se você quiser,” Mary continuou com relutância, “você poderia apreciar seu café lá fora no jardim. Temos lamparinas aquecedoras e assentos confortáveis lá fora. A Sra. Bennett passa muito tempo lá quando não está chovendo.”
Ao mencionar o nome de Amélie, Einar estremeceu levemente. Seu aperto na xícara apertou, e por um momento, ele pensou em recusar. Mas então ele viu a expressão sincera da empregada, seu desejo de oferecer-lhe algum pequeno conforto, e ele se viu reconsiderando. Talvez o ar fresco realmente lhe fizesse bem, afinal.
“Está bem,” ele disse baixinho. “Vamos ver o jardim. Por favor, me guie.”
O rosto de Mary iluminou-se com um sorriso, e ela fez um gesto para que ele a seguisse. Enquanto saíam do quarto, quase esbarraram em Vanessa Bennett caminhando pelo corredor, seguida por uma das empregadas.
“Sr. Ingvarsson,” ela cumprimentou com um aceno educado enquanto parava em seus passos. “Eu sou Vanessa Bennett––”
Einar ofereceu um pequeno sorriso e um aceno em retorno. “Sim, sei quem você é. Prazer em conhecê-la, Sra. Bennett.”
O olhar de Vanessa recaiu na bandeja de café nas mãos de Mary. “Você está talvez indo para o jardim? Está adorável lá fora mesmo nesta época do ano. Posso me juntar a você?”
Einar hesitou, não querendo parecer indelicado, mas também incerto se queria companhia. Após uma breve pausa, ele concordou. “Claro.”
***
“Por que ele está tão quieto novamente?”
Samantha estava sentada na beira de sua cadeira no escritório de Richard, com o coração batendo ansiosamente. Ela estava preocupada desde que Richard tinha ligado mais cedo, com um tom severo e distante, pedindo para encontrá-lo aqui. Agora, enquanto ela esperava que ele falasse, a tensão na sala era quase palpável.
Richard estava sentado solenemente atrás de sua mesa, sua expressão dura. Finalmente, ele se voltou para sua esposa, sua voz expondo sua frustração. “Samantha, a partir de agora, suas despesas serão administradas por um dos meus contadores.”
Os olhos de Samantha se arregalaram de surpresa. “O quê? Por quê?!”
Richard suspirou, passando a mão pelo seu cabelo castanho escuro. “Porque você tem gastado dinheiro sem cuidado, e isso nos colocou em apuros com as autoridades fiscais. Estamos sendo auditados, Samantha.”
Samantha sentiu uma onda de pânico frio tomar conta dela. “Mas… é o meu dinheiro. Por que isso seria um problema?” ela tentou argumentar, mas sua voz tremia.
Richard a cortou com um olhar severo. “Esta é minha decisão, e você precisa aceitá-la. Não há mais nada a discutir.” Seu tom era final, não deixando espaço para debate.
Sentindo-se completamente ignorada, Samantha apenas assentiu, engolindo o nó em sua garganta. “Está bem,” ela submeteu-se em um sussurro.
Richard, aparentemente satisfeito, voltou ao seu trabalho. “Você pode ir agora. Tenho mais trabalho a fazer.”
Samantha se levantou lentamente, seu coração pesado com uma mistura de raiva e mágoa.
Desde o casamento, parecia que tudo o que Richard fazia era repreendê-la, não importa o quanto ela tentasse ser a esposa perfeita.
Quando ela deixou o escritório, ela pegou seu telefone, seus dedos tremendo enquanto ela enviava uma mensagem para Kyle, esperando por algum conforto ou conselho.
Quando sua resposta chegou, foi rápida e solidária, oferecendo o apoio que ela precisava. “Assim como antes, estou aqui para você, Sam. Se você precisar de dinheiro, estou disposto a ajudar.”
Mas, em vez de se sentir confortada, Samantha sentiu uma onda de irritação. Ela não deveria precisar do dinheiro de mais ninguém. Ela era a Sra. Richard Clark, e ainda assim, aqui estava ela, sendo tratada como se não pudesse gerenciar sua própria vida.
Num impulso de frustração, ela jogou seu telefone contra a parede, o aparelho caindo no chão com um barulho alto.
Nada mudou… Nada mudou porra nenhuma!