A Garota Boa do Diabo - Capítulo 87
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87: Muitos peixes no mar 87: Muitos peixes no mar “Bem, isso foi constrangedor.”
“Você acha que foi?” Fil entrou em pânico, pulando em sua cama com o telefone na mão. “Jack, eu estraguei tudo?”
“Você vai estragar se deixar ele te beijar,” Jackson, que estava do outro lado da linha, comentou sarcasticamente. “Devemos fazer um contrato sobre esse nosso caso?”
Ela franziu a testa. “Claro. Desde que você concorde com os meus termos.”
“E quais são?”
“Meu corpo, minhas regras.”
Houve um longo silêncio na linha enquanto Jackson não respondia. Fil bufou e saltou da cama, marchando para fora para se servir de uma taça de vinho.
“Você falou,” ela disse depois de um longo momento de silêncio, pausando ao lado do balcão da cozinha. “Homens gostam de desafios. Se forem desafiados, farão de tudo para provar que conseguem.”
“Hah.” Jackson balançou a cabeça.
“Vincent e Marcus têm uma natureza competitiva. Na verdade, todos eles — exceto Michael, eu acho.” Fil manteve o telefone entre o ombro e a bochecha enquanto se servia de uma taça. “Vincent aguentou esse tempo todo sem nunca me tocar. O mais perto que ele chegou foi um beijo na bochecha e segurar mãos.”
“Aquele maldito bastardo…”
“Você me tem.” Fil fez uma pausa, revirando os olhos. “Por que essas coisinhas te irritam?”
“Querida, eu também sou competitivo por natureza.”
“Pena que você não apareceu para mim há vinte anos.”
“Se eu soubesse que você estava lá, eu teria ido.”
Ela riu, fechando a tampa novamente, e então segurou o telefone direito. “E então, vinte anos depois, você é o que está nos sapatos do Vincent.”
Mais uma onda de silêncio seguiu. Fil sorriu sutilmente, tomando um gole da taça de vinho. Ela se encostou no balcão da cozinha, colocando o telefone em modo viva-voz.
“Voltando ao assunto. Ainda não tenho certeza se ele vai morder a isca,” ela comentou, girando o vinho em sua frente. “Você acha que o Marcus vai vencer os vinte anos de abstinência do Vincent? Vamos fingir que ele não andou pulando a cerca por trás das minhas costas desde sei lá quando começou a se aliviar com a ajuda de outra mulher.”
“Você está insegura, você diz, mas ainda tem expectativas.”
Ela sorriu maliciosamente. “Claro. Isso é como criar um design, sabe? No início, é tudo apenas uma ideia até você começar a trabalhar nela. Quanto mais você faz, mais fácil fica e mais clara essa ideia se forma.”
“E então?” A voz dele transbordava interesse. “O que você acha que ele vai fazer? Você acredita que ele vai vencer vinte anos?”
“Não.” O sorriso dela se alargou. “Ele vai pedir minha mão assim que tiver a chance.”
Jackson não falou imediatamente. “Quer ouvir uma bobagem?”
“Acabei de dizer uma,” ela brincou, rindo. Mas após alguns segundos, seu sorriso desapareceu e seu tom mudou para menos brincalhão. “Jack, apesar do presente, eu acreditava que Vincent me amava. Talvez ainda ame.”
“Isso é outra bobagem? Era para eu rir agora?”
“Não, estou falando sério.” Ela respirou fundo e bateu os lábios. “Fiquei me perguntando por que Vincent adiava nosso casamento. Depois de algum tempo, percebi que não era porque ele queria desistir.”
“Ele adia porque ainda quer desfrutar de seu status de solteiro o máximo que puder.”
“Exatamente.”
“Heh. Humanos.”
“Tss. Sua aparência pode parecer celestial, mas você também é humano,” ela argumentou levemente. “O que eu quero dizer é que o Marcus é diferente do Vincent. Quer dizer, ele é outra variante de lixo.”
“Amor, os três tipos de descarte de lixo já são suficientes para me confundir,” Jackson respondeu com indiferença. “Mas vamos ouvir.”
Fil fez uma pausa enquanto ponderava sobre suas observações até agora. “Marcus vai longe para conseguir o que quer.”
“Até de casar com você?”
“E me divorciar no dia seguinte.”
“Eu diria que ele é um tipo interessante de porcaria.”
“Ou quando ele estiver de saco cheio dos seus jogos.” Fil apertou os lábios, pensando profundamente nisso. “Ele precisa se apaixonar por mim.”
“Amor? Como assim…?”
“Como amor — o tipo que faria ele querer mudar mesmo sabendo que não pode. O amor que dói como nenhum outro.” Ela sorriu. “Devo ligar para ele hoje à noite?”
“Por que faria isso? Você não é a ex-namorada sofrendo?”
“Certo.” Ela assentiu. “Você está certo. Não devo fazer nada por enquanto.”
“Dê a eles um tempo para pensar a respeito.”
“Um tempo… quanto tempo?”
“Até que um deles ceda.”
“Hã?”
“Amor, por que não vamos pescar?”
“Jack.”
“As pessoas dizem que há muitos peixes no mar, mas nunca deixe um bom escapar,” Jackson insinuou. “O que você acha que eles fariam se vissem uma sereia nadando para um oceano diferente com outro peixe menor?”
Suas sobrancelhas se ergueram enquanto ela processava suas afirmações. Depois de um segundo, o sorriso em seu rosto voltou, assentindo em compreensão.
“Consigo imaginar você sorrindo,” ele brincou. “Cadê meu agradecimento?”
“Obrigada, Jackson.”
“Hmm. Só isso?”
“O que mais você quer que eu faça? Atravesse o globo só para agradecer?”
“Por que não?”
“Não posso.” Fil se afastou do balcão da cozinha, levando a taça e o telefone para a sala de estar. “Tenho trabalho.”
“Certo. Mulher independente e forte.”
“Você tem um problema com isso?”
“Nenhum.”
“Ótimo.” Ela riu, apenas para franzir a testa depois de um tempo. “Uhm, Jack?”
“Sim, querida?”
“Por que você está ao telefone?”
“Já estou no telefone por quase vinte minutos e você só está perguntando isso agora?”
“Você não deveria estar em uma reunião?” ela perguntou, percebendo que Jackson não deveria estar no telefone agora. Pelo que ela se lembrava, Jackson mandou uma mensagem para ela sobre estar em uma reunião. Mas então ela respondeu, e ele ligou. Ela atendeu por instinto, mas agora que pensava a respeito, ela nunca perguntou se ele deveria estar ao telefone naquele momento.
“Estou.”
“Você está na reunião?”
“Sim, querida.” Jackson sorriu de orelha a orelha até que seus dentes estavam totalmente à mostra. “Na verdade, meu telefone está conectado ao alto-falante da conferência.”
“O quê?”
“Calma. Todos estão entretidos, então não se preocupe.”
Fil abriu e fechou a boca, mal conseguindo forçar sua voz a sair. “Você está brincando, certo?”
“Haha! Claro que sim.”
“Caramba.”
“A reunião está atrasada — emergência,” ele explicou com indiferença. “Mas vai começar logo.”
“Tudo bem.” Fil assentiu com um sorriso. “Então não vou te incomodar por enquanto.”
“Tudo bem.”
“Boa noite, Jack.”
“Boa noite, minha querida Filomena. Sonhe comigo.”
Fil soltou um sibilo brincalhão antes de encerrar a ligação. Ela olhou para o telefone, rindo, balançando a cabeça. Em seguida, atirou o telefone na mesa de centro, encostando-se para trás com a taça de vinho ainda na mão.
“Tem muitos peixes no mar, é?” ela sussurrou, com um sorriso malicioso. “Mas você sabe o que mais tem lá? Lixo. Eu não preciso de um peixe inocente quando posso simplesmente pegar outro lixo boiando no oceano.”
“Quando foi que o Anton disse que precisava filmar seu videoclipe?” ela estreitou os olhos, vasculhando suas memórias para lembrar dos detalhes do videoclipe do Antônio.