A Garota Boa do Diabo - Capítulo 85
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85: Entrega noturna 85: Entrega noturna Fil nunca imaginou que seria mais fácil fingir uma lágrima do que um sorriso. Sua jornada por vingança ampliou seus horizontes sobre as pessoas — sobre si mesma. Encarando o espelho com lágrimas nos olhos, os cantos de seus lábios se curvaram num sorriso divertido.
“É incrível,” ela sussurrou, observando suas lágrimas mancharem suas bochechas. “Meus olhos estão começando a inchar.”
Ela tocou o canto dos olhos com as pontas dos dedos, se segurando para não rir. “Estou ficando louca, Jack?”
“Você está?” A voz de Jack saiu do telefone na borda da pia do banheiro. “Para mim, você parece perfeita.”
“Haha,” ela riu, seu rosto se contraindo para forçar mais lágrimas. “Você acha que ele vai… ligar?”
“Qual deles?” Jack perguntou sarcasticamente. “O legal? Ou o outro pretendente? Obviamente não sou eu, já que estou na linha.”
“Acho que agora está bom.” Fil fungou forte, convencida de que parecia triste o suficiente. “Vou te ligar quando algo acontecer. Se cuida no seu voo.”
“Só tenha certeza de que essa coisa que você está esperando acontecer não é algo que nós façamos.”
Fil pegou seu telefone e sorriu maliciosamente. “Isso é nojento.”
“Oh…” Jackson sorriu travessamente. “Mas eu ouvi dizer que você gosta de se sujar comigo.”
“Gosto.” Um sorriso sutil apareceu em seu rosto. “Enfim, vou nessa. Tchau.”
“Mhm. Não sinta a minha falta.”
“Espero que você não sinta.”
“Você sabe que eu sentiria.”
Com isso dito, Fil encerrou a ligação e colocou o telefone na mesa. Ela lentamente voltou seus olhos para o espelho, seu sorriso sutil desaparecendo. Em vez disso, apesar das pálpebras ligeiramente inchadas, ela parecia afiada.
“Qual deles será?” ela repetiu em voz baixa. “Importa?”
Ela estava esperando que Vincent ligasse ou de repente batesse à sua porta. Essa foi a primeira vez que ela disse palavras tão grandes como terminar; Vincent certamente não esperava por isso. Logo, ele certamente agiria e pediria seu perdão ou lhe daria algum tempo se usasse o cérebro. Também havia uma pequena chance de Marcus chegar na frente dele. Marcus é um oportunista. De qualquer maneira, ela havia planejado para ambos.
“Eu…” ela sussurrou para si mesma, segurando suas bochechas. “… não te conheço mais.”
Por alguma razão, quanto mais ela se aprofundava em seus planos de vingança, mais desconhecida ela se sentia em relação a si mesma. De certo modo, ainda a assustava que ela pudesse se perder no processo — ou talvez já estivesse se perdendo. No entanto, isso não era o suficiente para detê-la.
Pessoas feridas ferem pessoas. Isso não justifica suas ações, mas de certa forma, ela entendeu por que essas palavras foram colocadas juntas. Porque era verdade; era a realidade. E alguém tinha que sujar as mãos para parar esse ciclo sem fim.
“Você não é uma heroína, Fil,” ela se disse em uma tentativa frágil de manter-se no caminho. “Você vai fazer isso para que eles não possam mais te machucar ou a qualquer um do meu lado.”
Fil acenou encorajadoramente, olhando para si mesma no espelho. Ela fungou mais uma vez, limpando suas lágrimas. Ao fazer isso, ela ouviu um som do seu telefone. Verificando quem era, seus lábios se curvaram enquanto ela pegava o telefone. Ela não leu, apenas o pressionou por um tempo.
[De: Marcus
Ouvi o que aconteceu. Só passando para saber como você está.]
“Atenção, contemplação, convicção, e agora… ação,” ela riu baixinho.
“Eu me pergunto…” ela começou, girando para se encostar na borda da pia. “Será que ele disse para o Vincent me dar espaço e tempo? Enquanto tem um motivo oculto de confortar uma mulher vulnerável?”
Que magnífico.
“As pessoas do Vincent realmente nunca decepcionam.” Ela riu com desdém, olhos no telefone, sorrindo ainda mais quando outra mensagem do mesmo remetente apareceu. “Mesmas peças nojentas de lixo.”
[De: Marcus
Não sei exatamente o que aconteceu, mas se você precisar de um ombro, posso te emprestar um.]
Fil não colocou sua mensagem como lida nem foi tentada a fazer isso. Ela simplesmente esperou para ver o que Marcus faria. Até onde ele iria para satisfazer seu desejo?
Após mais dois minutos, o nome de Marcus estava na tela. Dizia;
[Chamada recebida]
“Ele ligou. Acho que ele está realmente preocupado — ou determinado.” Fil também não atendeu a chamada, pulando seus passos para fora do banheiro e se jogando na cama. Ao se deitar de costas, ela ergueu o telefone sobre o rosto.
A chamada terminou.
“Será que ele ligaria de novo?” ela se perguntou por um segundo. “Claro que não. Porque se ele fizesse, seria muito óbvio.”
Assim como ela supôs, Marcus não ligou mais. Nem enviou outra mensagem. Assim, após esperar mais três minutos desde que a chamada não deu em nada, ela finalmente abriu suas mensagens.
[Para: Marcus
Estou bem.]
[De: Marcus
Você tem certeza?]
[Para: Marcus
Sim.]
Houve um momento de silêncio no histórico de conversas enquanto ele a deixou no visto por um instante. Quando ele respondeu, tudo o que disse foi;
[De: Marcus
Tudo bem. Me avise se houver algo com o que eu possa te ajudar.]
“Na verdade, tem sim,” ela assentiu, imaginando que cara ele estaria fazendo naquele momento.
Será que ele estava com uma expressão de preocupação? Excitação? Talvez, ansiedade?
Dessa vez, Fil esperou cinco minutos para mandar outra mensagem para ele.
[Para: Marcus
Aquele sorvete era realmente bom. Esqueci o nome da loja, então não consigo procurar online. Você sabe se eles entregam a essa hora?]
Fil rolou de bruços enquanto esperava por sua resposta.
[De: Marcus
Eles não entregam.]
[Para: Marcus
É uma droga que as pessoas precisem dormir.]
[De: Marcus
Mas eu posso.]
As sobrancelhas dela se ergueram com genuína curiosidade. Três segundos depois, o nome dele estava na tela dela de novo porque ele se cansou de mandar mensagens de texto. Desta vez, ela atendeu.
“O sorvete vai derreter,” foi a primeira coisa que ele disse. “Você pode querer sair para pegá-lo.”
Fil lentamente se forçou a sentar, franzindo a testa. “Você está lá embaixo?” ela perguntou incrédula.
Embora ela assumisse que Marcus talvez quisesse consolá-la pessoalmente, ela não contava tanto com isso. Afinal, ele não faria um movimento tão ousado tão cedo, certo? Mas ela adivinhou que estava errada. Sem palavras, Fil caminhou em direção à porta e para o corredor aberto. Ela olhou sobre o corrimão, apenas para ver Marcus parado do lado de fora do prédio com uma sacola plástica na mão.