A Garota Boa do Diabo - Capítulo 79

79: Segunda fase da tentação: Contemplação. 79: Segunda fase da tentação: Contemplação. [De: Marcus
Obrigado pelo hoje. Já cheguei em casa há uma hora. Amanhã te mando o material de estudo que você precisa.]
Fil segurava seu telefone, lendo a mensagem enquanto secava o cabelo com uma pequena toalha. De roupão, ela jogou a toalha pequena por cima do ombro enquanto segurava seu telefone.

[Para: Marcus
Muito obrigada. Eu realmente aprecio isso.]
[De: Marcus
De nada.]
As pálpebras de Fil caíram enquanto seus olhos giravam com descontentamento. Era ridiculamente incrível como Marcus agia tão diferente agora. Embora tivesse sido educado e gentil com ela no passado, ele estava mais acessível agora. Mas o que realmente a surpreendia era como ele poderia agir assim depois de mandar um homem inocente para o hospital após espancá-lo tão terrivelmente.

“Acho que está na natureza deles carregar várias faces ao mesmo tempo,” ela sussurrou. “Assim, eles têm múltiplas opções de qual delas usar para cobrir a feiura escondida por trás de suas máscaras.”

[De: Marcus
Boa noite, Fil.]
Fil ergueu as sobrancelhas, pois não planejava responder a ele. Ela não queria parecer tão acessível quanto ele. Afinal, isso poderia desanimá-lo, e ser muito agressiva poderia se voltar contra ela. Mas já que ele estava dando uma abertura, ela queria testar o quanto poderia avançar.

[Para: Marcus
É cedo demais pra você dormir.]
[De: Marcus
Está tarde.]
[Para: Marcus
Pra mim, sim. Mas pra você, não. 😛 ]
Fil lentamente sentou-se à beira da cama, com os olhos no telefone. Ela podia vê-lo digitando, e depois não.

“O que ele está tentando dizer e não consegue?” ela se perguntou genuinamente, inclinando a cabeça de lado.

[De: Marcus
Você me pegou. Estou aqui fora da casa do Michael. Ele quer relaxar.]
“Ele não tinha que me contar,” ela riu, divertida com a resposta que recebeu. “É tão fácil mentir, mas por que ser honesto agora?”

[Para: Marcus
Aproveite. *rosto sorridente*]
[De: Marcus
Você vai dormir agora?]
“Claro que não.” Fil olhou para a porta, pensando em Jackson, que saiu por um momento. “Eu prometi algo a ele.”

Fil ponderou por um momento, considerando que tipo de resposta Marcus gostaria de ouvir.

[Para: Marcus
Vou tentar.]
[De: Marcus
Tentar?]
[Para: Marcus
Às vezes tenho dificuldade para dormir, então acabo revisando alguns designs até pegar no sono.]
[De: Marcus
Entendi.]
[Para: Marcus
Mas se eu não estiver tentando te impressionar e for honesta, às vezes acabo assistindo filmes.]
Marcus, do outro lado, riu ao ler sua última mensagem. Ele apenas continuou digitando em seu telefone, parado no banco do motorista em vez de entrar no prédio onde Michael morava.

[Para: Fil
Você precisa de alguém pra conversar?]
[De: Fil 
Estou bem. Estou acostumado a ficar sozinho, então vou ficar bem. Apenas aproveite o tempo com seus amigos. Boa noite.]
Marcus sorriu sutilmente sem perceber, murmurando enquanto respondia com um simples “Sim, boa noite”. Ele olhou para o celular, rolando para cima caso ela enviasse outra resposta. Quando percebeu o que estava fazendo, Marcus estalou os olhos e seu sorriso desapareceu imediatamente.

“Por que estou esperando por ela?” ele murmurou, balançando a cabeça, e então olhou para o telefone novamente. 
Um suspiro profundo o escapou ao se lembrar da pergunta que ela fez enquanto estiveram juntos. Por algum motivo, ele meio que sentiu pena dela. Depois de passar apenas meio dia com a Fil, ele podia garantir o quão divertida ela poderia ser. Ainda assim, ela estava desperdiçando sua energia preocupada se o homem dela a amava mesmo, porque o Vincent nem estava fazendo nenhum esforço para apreciar a sua mulher. 
“Como ele vai ter tempo de apreciar a Fil quando tá com a Marianne?” ele disse a si mesmo, recostando enquanto contemplava. Ele batucou os dedos sobre o volante, pensativo. 
“Marcus, você tá pirando,” ele murmurou depois de um longo momento. “Mesmo que o Vince não esteja tratando ela direito, ainda não é certo se meter.”

Não tinha como o Marcus se colocar numa situação dessas. Um terceiro na relação? A Fil podia ser tudo que ele procurava numa mulher, mas Marcus era mais do que apenas um terceiro. Havia um suprimento ilimitado de mulheres que poderiam satisfazer seus desejos e necessidades. 
Por que ele arriscaria ficar perto de uma mulher noiva que nem deixaria ninguém beijá-la até o casamento?

“É só um momento de confusão,” ele disse a si mesmo, desafivelando o cinto e então, sem querer, olhando para o celular novamente. “Não fico com mulher nenhuma há meses. Então, provavelmente tô só carente de ação.”

Com esse pensamento, Marcus expulsou a Fil de seus pensamentos. E ainda assim, ele não escondeu seu celular, como se subconscientemente estivesse esperando que ela mandasse uma mensagem ou talvez pedisse ajuda.

*
*
*
Quando Marcus chegou no apartamento do Michael, o que o recebeu foram o Anton, o Michael e algumas mulheres. Bonitas, sexy e confiantes. Michael tava pegando uma delas no sofá, quase como um dono com outra mulher esperando sua vez do outro lado. 
“Achei que seria só nós?” Marcus comentou quando se aproximou da área de estar. “Não sabia que teríamos tantos convidados.”

“Conhecemos elas na balada,” disse Anton, o braço descansando sobre o ombro de uma mulher. “Elas são divertidas. Né, gata?”

A mulher riu para ele, se inclinando mais perto até seus seios quase expostos pressionarem o lado do Anton. Anton mexeu as sobrancelhas brincalhão, dando tapinhas sexualmente nas coxas dela. 
Marcus desviou o olhar da cena, olhando para a direita quando de repente uma mulher se sentou ao seu lado. 
“E aí, gato,” a mulher o chamou sedutoramente, oferecendo-lhe uma bebida. “Quer um pouco?”

Ele olhou para ela, admitindo que a mulher era bonita. Provavelmente uma acompanhante de luxo que ele poderia pegar por uma noite. No entanto, ele só pegou o copo e olhou para os amigos.

“O quê?” ele perguntou irritado. “Isso aqui é uma suruba? Seu fetiche evoluiu e agora você quer assistir a performance dos outros?”

Michael explodiu em risadas, afastando os lábios da mulher com quem tinha beijado intimamente. “Cara, do que você tá falando? Se você quiser dar uma, tem um monte de cama disponível.”

“A gente tava falando do Kenzo,” Anton interveio, acariciando a mulher em seus braços. “Ouvi dizer que ele acordou hoje.”

“Ah… e daí?” Marcus arqueou uma sobrancelha. 
“O Vincent ficou puto por causa disso,” explicou Anton. “O Kenzo é colega de trabalho da Fil. Ele estava preocupado que ela ficasse sabendo quem fez isso com ele.”

Marcus franziu a testa mas depois deu de ombros. “Esse covarde não vai falar nada,” ele disse com certeza. “Se ele falar, o irmão dele que vai ter que lidar com as consequências. Ele não vai querer que o irmão dele tenha o mesmo destino que ele.”

Não era como se isso tivesse escapado da mente do Marcus enquanto estava com a Fil. Ele imediatamente pensou no Kenzo quando ela procurou por ele, mas não parecia que ela sabia. Bom, o Kenzo não iria querer sobrecarregar os outros e era isso que estava errado com ele. 
“Ah é?” A boca de Anton se transformou em um “o” de surpresa. “Por isso que não ouvi nada da minha direção. Tava cagado de medo que meu CEO me chamasse.”

“Ah, qual é!” Michael brincou. “Você é a galinha dos ovos de ouro deles. No máximo, vão te dizer pra se comportar e abafam o resto.”

“E você? Não tava preocupado também?” Anton franziu para o Michael. “Se isso vazar, seu pai te mata.”

“Nah. Meu pai já aceitou que sou a maldição da família. Mesmo assim, sou filho dele. Ele não vai deixar eu destruir o trabalho duro dele por causa de uma idiotice. Ou é o que ele sempre diz.” Michael disse brincando, olhando para as gatas que o ladeavam. “Então, vou curtir. O único motivo de ter pedido pra você vir é porque você poderia precisar de um tempo pra relaxar e esquecer suas preocupações.”

“Não preciso me preocupar, e o Vincent só tá enfiando o nariz onde não é chamado.” Marcus se recostou confortavelmente, olhando para a mulher ao seu lado novamente. “Ele tem problemas maiores pra se preocupar. E daí se o Kenzo e a Fil são colegas de trabalho? Não é como se ela fosse terminar com ele porque os amigos dele bateram no amigo dela. Mas ela pode terminar se descobrir que ele tá comendo a Marianne.”

Por algum motivo, Marcus se sentiu incrivelmente irritado com os comentários que ele mesmo fez. Ele não sabia exatamente o que o incomodava, mas era uma sensação desagradável. 
“Vem comigo,” ele disse, pegando a mão da mulher e arrastando-a para fora do local. “Se é só isso que vocês querem fazer, então vou curtir por conta própria.”

“Ei!” Michael chamou, observando Marcus levar a mulher embora. “Poxa. Esqueci de falar pra ele que eu precisava emprestar uma grana.”

“Não olha pra mim,” Anton comentou enquanto levava a mulher com ele para um dos quartos. “Também vou me divertir, então nem vem me incomodar. Aproveita teu ménage ou seja lá o que você quer.”

Michael franziu o cenho profundamente enquanto o Anton levava a outra mulher com ele. Ele clicou a língua e olhou para as gatas ao seu lado. 
“Eles não são amigos de verdade, né?” ele lamentou, ganhando uma risadinha das mulheres.

“Não se preocupe, Mike,” disse a mulher sedutoramente. “A gente vai te fazer se sentir melhor.”

“É…” a outra mulher concordou, envolvendo a mão em volta do seu entrepernas, os olhos ainda nele. “Daqui a pouco, você vai se sentir melhor.”

Michael sorriu satisfeito, assistindo a outra mulher se arrastar até ele. A outra, por sua vez, guiou seu queixo para encará-la, colando seus lábios nos dele.