A Garota Boa do Diabo - Capítulo 75
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75: Confortando um amigo 75: Confortando um amigo “Ainda bem que eu fiquei,” Marcus expressou, sentado atrás do volante enquanto dirigia pela rodovia. “Se não, eu não acho que você conseguiria pegar uma carona pra casa.”
Fil sorriu aliviada, sentada no banco do passageiro da frente. “O chefe foi gentil o suficiente para me oferecer uma carona.”
“Você confia neles?”
“Por que não?”
“Fil, você mal os conhece,” ele comentou preocupado. “Não estou dizendo que são pessoas ruins e que possam fazer algo ruim com você, mas estou dizendo que não se pode confiar tanto nas pessoas.”
“Você é bonita,” ele acrescentou, com os olhos na estrada. “Você não sabe que pensamentos você desperta nos homens.”
Fil observou o perfil dele, olhando-o com curiosidade. “Me diga, Marcus. Que tipo de pensamentos eu desperto em você?”
Um momento de silêncio se estabeleceu na brisa que entrava após sua pergunta. Marcus deu-lhe um olhar de soslaio, apenas para ver a curiosidade em seus olhos.
“Nenhum,” ele respondeu, limpando a garganta. “Isso porque eu sou seu amigo. Eu não teria esses pensamentos sobre a garota de um amigo meu.”
“Mas e se eu não fosse a namorada do seu amigo?”
“Ha ha.” Marcus riu nervosamente. “Por que você está me perguntando isso? Eu só estou falando de uma maneira geral.”
“Porque eu sou curiosa.” Ela deu de ombros, recostando-se confortavelmente. Ela desviou os olhos para a janela, assistindo a estrada lateral passar diante de seus olhos. “Vincent nunca me disse que eu sou bonita.”
Linhas profundas apareceram entre suas sobrancelhas, lançando um olhar furtivo para ela.
“No começo, isso não importava. Ele já havia me dito antes que eu era bonita, mas sempre que penso nisso, já esqueci a última vez que ele disse que eu sou bonita,” ela continuou, desta vez, sua voz estava ainda mais quieto e sombria. “É por isso que às vezes eu me pergunto se eu sou bonita.”
“Você está bonita agora,” ele rapidamente tranquilizou, observando-a pelo canto do olho. ”Na verdade, mais bonita que a maioria das mulheres com quem eu saí.”
Fil lentamente virou a cabeça, encarando o perfil dele diretamente.
“Vou ser honesto com você. Eu não estava mentindo quando disse que você estava bonita antes, mas com essa mudança de estilo — eu não entendo por que Vincent nem sequer aprecia sua beleza,” ele acrescentou. “Você não é apenas linda, mas também é inteligente e cheia de caráter.”
“Você é linda, confie em mim.” Desta vez, ele lhe lançou uma piscadela e um largo sorriso.
“Vindo de alguém que só saiu com celebridades bonitas e rainhas da beleza, tá bom.” Fil brincou, quase rindo. “Isso de alguma forma me fez sentir melhor.”
“Vince deveria te tratar melhor,” ele murmurou. “Ele pode ser um verdadeiro babaca.”
“Ele é.”
Marcus ergueu as sobrancelhas e olhou para ela rapidamente.
“O que?” ela perguntou.
“Bem, isso é uma surpresa,” ele respondeu, voltando os olhos para a estrada. “Eu pensei que você o defenderia.”
“Vincent é meu noivo, mas isso não significa que ele seja perfeito,” ela explicou com naturalidade. “Vincent tem qualidades boas, mas ele também tem defeitos. É que eu tento focar nas qualidades boas. Mesmo assim, isso não significa que eu negue os defeitos.”
“Ah.” Marcus balançou a cabeça em compreensão, sorrindo ao perceber que estava errado a respeito de Fil.
No passado, ele estava convencido de que Vincent era perfeito aos olhos dela. Isso era irritante porque Fil sempre fazia todos sentirem que Vincent era o melhor. Ela era, de alguma forma, uma ótima promotora dele. Foi por isso que deram a ela um apelido secreto, porque a existência de Fil inflava tremendamente o ego de Vincent.
“Por quê? Você acha que eu nunca vi os defeitos do Vincent?” ela se perguntou com genuína surpresa em sua voz. “Isso é estranho. Você não disse que éramos amigos?”
“Me desculpe,” ele suspirou impotente. “É só que, era isso que eu sempre pensei.”
“Agora, você sabe que estava errado.” Fil lentamente voltou o olhar para a janela, pensativa. “Eu amava Vincent, mas não cegamente.”
Como ela queria poder ter dito isso no passado. Mas não, ela amou Vincent cegamente até que ficou miserável.
Enquanto o silêncio lentamente se estabelecia entre eles, Marcus bateu os lábios. Ele limpou a garganta alto, batendo os dedos no volante apenas para não deixar o silêncio dominar. Ele lançava olhares para ela de vez em quando, percebendo seu humor decrescente.
“Você quer falar sobre isso?” ele sugeriu, ganhando outro olhar dela. “Quero dizer, você e Vincent são meus amigos. Então, eu posso te ouvir se você precisar. Eu prometo que não vou contar tudo o que você disser. Vou manter entre nós. Desabafe se precisar.”
Fil apertou os lábios e sorriu fracamente. “Tem certeza? Você pode não querer ouvir o que eu quero dizer.”
“Err. Eu sempre xingo o Vincent porque ele pode ser insuportável,” ele brincou, fazendo-a rir. “Então, não se preocupe. Mesmo que você xingue ele, eu não vou contar. Dizem que eu sou bom em guardar segredos.”
“Eu sei.” Ela sabia que ele era muito bom em guardar segredos porque, se não fosse, Vincent e Marianne jamais o usariam tantas vezes como desculpa sempre que fossem se encontrar. E Valerie não se sentiria confortável o suficiente para falar mal de Fil na frente de Marcus.
“Todos os seus amigos confiam muito em você,” ela acrescentou, vendo-o sorrir orgulhosamente. “Então, eu sei que você é alguém que guarda segredos muito bem e em quem eles podem confiar.”
“E então?” ele insistiu brincalhão. “Devo começar a falar bobagens sobre o seu noivo?”
“Não precisa disso. Não é como se eu quisesse xingar ou falar mal dele,” ela expressou com um suspiro profundo. Fil desviou o olhar dele, recostando-se confortavelmente na cadeira. “É só que… eu estou um pouco frustrada. Os rumores sobre Marianne e Vincent não me afetam, mas eles não liberarem um comunicado para esclarecer o mal-entendido de alguma forma me incomoda.”
“Ah.” Marcus mordeu a língua, quase esquecendo que Vincent e Marianne ainda estavam amarrados a um ‘rumor’.’
“Talvez, porque eu não me sinta amada o suficiente pelo meu noivo que estou me sentindo assim,” ela acrescentou com uma voz apenas acima de um sussurro. “Marcus, você é o melhor amigo de Vincent. E como seu melhor amigo, você o conhece melhor.”
Fil inclinou a cabeça para trás, lançando a Marcus um olhar curioso. “Você acha… que Vincent me ama?”