A Garota Boa do Diabo - Capítulo 59
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59: Essa foi uma ideia assustadora. 59: Essa foi uma ideia assustadora. O prédio de apartamentos onde Fil morava não estava na favela, nem estava situado no meio da cidade onde a inflação era alta. Era o típico apartamento de classe média que tinha segurança suficiente para seus inquilinos. Ela nunca questionou a segurança do lugar até uma semana atrás, quando Jackson e um monte de gente invadiram o seu espaço. E agora, então.
“Como você entrou?” Fil estava perplexa, encontrando-se sentada à mesa de jantar enquanto o intruso agia como se estivesse em casa. Jackson estava carregando a panela da cozinha para a mesa, sorrindo para ela de forma brincalhona.
“Eu perguntei à proprietária.”
“A proprietária…” ela zombou. “E ela te deu a chave?”
“Eu disse a ela que sou sua amante e que estamos sendo discretos sobre isso.”
“…” O coração de Fil afundou enquanto sua expressão ficava instantaneamente em branco. Ela levantou o punho e o bateu contra o peito devagar com um pouco de força. “Eu sou uma cadela. Ela vai pensar que sou uma cadela.”
Jackson riu, tirando suas luvas e as colocando sobre a mesa enquanto se sentava. “Como uma cadela?”
Fil o encarou, fazendo-o erguer as mãos em sinal de rendição.
“Você realmente disse isso?” ela perguntou, inclinando-se sobre a mesa. “Diga que você está brincando, certo?”
“Oh, amor, você achou que eu estava falando sério?”
“Ainda bem.”
“Eu disse a ela que vamos sair e que vou te pedir em casamento. Eu até disse que de jeito nenhum sou o terceiro. Ela acreditou em mim. Como não acreditar? Com esse rosto, sou bonito demais para ser um terceiro.”
“…” Fil olhou para ele em branco, sem palavras.
“Aqui está.” Jack serviu uma tigela de sopa, deslizando-a à frente dela. “Coma.”
“Não sei se devo questionar a segurança aqui ou resolver isso te dando uma chave reserva.” Fil suspirou, pegando a colher para se alimentar. Assim que o caldo explodiu em sua boca, ela olhou para ele surpresa. “Você… cozinhou isso?”
“Amor, eu sou um pacote completo.” Ele sorriu coquete. “E já que estou me vendendo para você, tenho que mostrar todos os meus talentos.”
Fil ficou sem palavras mais uma vez, sem conseguir descobrir o que dizer a ele. Assim, em vez de se concentrar na comida, ela teve que focar no que era importante.
“Na próxima vez, você pode me avisar se está vindo?” ela suspirou. “Eu pensei que alguém tinha invadido minha casa.”
“Mas eu bati na porta,” ele respondeu, fazendo-a franzir a testa.
Levou alguns segundos para ela se lembrar daquela vez que disse a ele como não gostava que ele invadisse o lugar dela. Naquela vez, ele disse que bateria na porta.
“Meu Deus.” Fil apertou a ponte do nariz, o rosto contorcido. “Não foi bem o que eu pensei que fosse.”
Quando ela espiou para ele, ela pressionou os lábios em uma linha fina. Jackson ainda estava aproveitando a sopa que fez, olhando para ela inocentemente.
“Isso é um crime,” ela comentou, só para vê-lo encolher os ombros despreocupadamente. “Como você sabia que eu queria comer?”
“Amor, comer em festas é raro.”
“Especialmente com essas roupas. Você não vai querer parecer inchada.”
Fil soltou um suspiro profundo, levando outra colherada à boca. Era verdade que ela não tinha comido muito no jantar porque não queria parecer inchada. Não que ela tivesse apetite.
“Quando você chegou?” ela perguntou por mera curiosidade. “Pensei que você ficaria fora do país até a próxima semana?”
“Eu disse que poderia voltar mais cedo do que o esperado.”
“Você disse isso…?” ela murmurou, lembrando que ele de fato mencionou isso. “Eu pensei que você estava brincando.”
“Estou feliz por não estar brincando.” Jackson pegou seu telefone, mostrando a ela a foto que ela lhe enviou horas atrás. “Parece um convite divertido para mim.”
“Não é um convite.” Ela baixou a cabeça, desviando o olhar dele. “Só pensei que se eu fosse a essa festa e aparecesse quase nua na frente daqueles inúteis, eu também poderia te mostrar primeiro. Óbvio que você não precisa, já que já me viu provar.”
As sobrancelhas dele se elevaram enquanto ela explicava, sorrindo divertido. “Coma bem, amor. É fim de semana.”
“Hã?”
“Temos um fim de semana inteiro para nos divertir.” Ele sorriu, deixando-a com a boca aberta. “Você disse que eu posso resgatar um beijo, certo?”
“…”
“Eu estava tão empolgado. Então, apressei tudo.”
Fil abriu e fechou a boca, mas então, sua voz não saía de sua garganta. Tudo o que ela podia fazer era coçar a têmpora, rezando para que isso fosse uma miragem dele.
“E aquelas comidas na geladeira, posso pegá-las?” ele continuou, apontando o polegar por cima do ombro. “Eu acho que o acompanhamento vai combinar bem com essa sopa.”
“Você quer dizer… aqueles acompanhamentos?” ela gaguejou, e ele assentiu. “Não, eles não vão.”
“Eles não vão?”
“Mhm.”
“Como você sabe disso?”
“Eu só sei,” Fil riu constrangida. “Além disso, eles cheiram mal. O lugar vai cheirar se você tirá-los.”
Jackson inclinou a cabeça de lado. “Cheira como um corpo morto?”
“Não?” ela nem sequer tinha cheirado um corpo morto, mas sabia que não cheiraria assim.
“Então, tudo bem.” Jackson se afastou da mesa. “Vou pegar. Se você não quiser comer, não coma.”
Fil tentou impedi-lo, mas por alguma razão, sua garganta não estava obedecendo a ela. Tudo o que ela podia fazer era assistir ele voltar para a cozinha, verificar a geladeira e pegar alguns Tupperwares. O cheiro forte de vegetais fermentados imediatamente invadiu suas narinas, mas Jackson até os cheirou mais de perto.
“Mhm. Eu sabia.” Ele sorriu divertido. “É isso que eu venho cheirando desde que cheguei aqui.”
Quando Jackson voltou à mesa com o resto dos acompanhamentos, Fil o observou abri-los um por um, animado. Ela o assistiu em silêncio, quase incrédula de como ele estava tranquilo. Se alguma coisa, ele parecia como se tivesse de olho neles por um longo tempo e agora era sua chance de comê-los.
‘Vincent não suporta nem o cheiro e tem que fingir um sorriso sempre que um prato assim é servido na mesa para seu avô,’ ela pensou. ‘Mas esse cara… Acho que ele vai se dar bem com a Mamãe.’
Fil assustou-se com o pensamento súbito que atravessou sua mente. ‘Que diabos eu estava pensando?! Ai, que medo. Esse foi um pensamento assustador.’