A Garota Boa do Diabo - Capítulo 57
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57: Ele precisa de você mais do que você precisa dele. 57: Ele precisa de você mais do que você precisa dele. “Solta a minha noiva, Marcus.”
Vincent deu passos largos em direção a Marcus e Fil, parando a um passo deles. Seus olhos lentamente se arregalaram, fazendo Marcus soltar o braço de Fil.
“Olha, cara, não é o que você tá pensando,” Marcus levantou as mãos sobre o ombro. “Eu só tô tentando ajudar ela.”
A carranca de Vincent se aprofundou, desviando o olhar para Fil. Quando seus olhos pousaram nela, ela inclinou um pouco a cabeça para o lado. Observando a expressão confusa dela, ele bufou fundo e se controlou. Não tinha como Marcus dar em cima dela. Mesmo que Fil tivesse mudado e feito todo mundo virar a cabeça para ela, ela sempre seria a Fil.
“Aconteceu alguma coisa?” ela perguntou, piscando inocentemente.
“Eu vou te levar para casa,” ele disse, pegando a mão dela e encarando Marcus. “Não cruza a linha, Marc.”
Marcus franzir o cenho, consciente de que só tinha ajudado a Fil. No entanto, ele não disse nada em resposta porque ele não podia negar que seu coração tinha acelerado por um momento.
“Vamos agora, Fil,” Vincent lançou um olhar para Fil. “Eu vou te levar para casa.”
Fil franziu os lábios e assentiu, agindo como se não pudesse sentir a tensão breve entre os dois. “Obrigada, Marcus. Eu me diverti bastante hoje à noite.”
“Hehe. Que isso.” Marcus sorriu de volta para ela, só para seu sorriso desaparecer quando seus olhos se moveram para Vincent de novo. “Tsc.”
Vincent deu um sorriso sarcástico, mas não quis discutir com ele na frente dela. Afinal, ele sabia que o que ele viu não era traição. Marcus podia estar falando a verdade; ele só ajudou Fil. No entanto, Vincent conhecia bem demais essa sequência de eventos. Foi assim que o caso dele com a Marianne começou.
“Estamos indo.”
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“Que porra é essa?” Anton franziu o nariz, deitando preguiçosamente no sofá do “lazy boy”. “E ele saiu assim, na lata?”
Marcus sentou no outro sofá, engolindo sua bebida por frustração. Ele bufou e sibilou, lembrando daquele olhar acusatório que Vincent deu nele antes de saírem.
“Haha!” Michael riu alto. Assim como Anton, ele estava quase derretendo no outro sofá com o quão relaxado seu corpo se sentia. “Esse cara tá com medo do próprio fantasma. Ele trai ela, mas tem medo de vestir chifre.”
“É chato que depois de eu cobrir pra ele, ele vai agir como se eu fosse o maluco fazendo algo horrível com a Fil,” Marcus expressou em frustração. “O que ele queria que eu fizesse? Deixasse ela cair?”
Michael arqueou uma sobrancelha. “Você ajudaria ela se ela não tivesse virado uma gata do nada?”
“Claro!” Marcus exclamou. “Eu sempre ajudei a Fil, desde antes.”
“Mas você não segura ela por tanto tempo,” Anton apontou casualmente. “Além do mais, você usa isso como pontos para ganhar favores dela. Quantos projetos você ganhou crédito por causa dela?”
“Ela queria me ajudar,” Marcus argumentou. “E além do mais, eu não roubei todos os créditos. Ela só tinha que dar uma olhada rápida.”
“De qualquer forma, o Vincent não tá errado,” Michael observou com um encolher de ombros. “De algum jeito, você achou ela atraente.”
“O quê?”
“Vamos, cara. Eu te conheço.” Michael riu. “A Fil é o seu tipo. Quer dizer, a gente nunca soube o que ela tava escondendo debaixo daquelas roupas de vó até agora. Eu aposto que o Vincent também não sabia. O cara nem tinha beijado ela. Ela tá deixando ele na vontade há anos.”
Marcus abriu a boca para argumentar, mas sua voz ficou presa na garganta. Sua mente foi para a lembrança da Fil e da interação breve deles naquela noite. Sua expressão ficou solene por um momento, lembrando como ela parecia tão linda e desejável de todos os ângulos.
“Eu não vejo nada de errado nisso,” Anton comentou preguiçosamente. “Pensando bem. Vincent e Marianne estão se pegando pelas costas dela. E mesmo com aqueles artigos, a Fil não acreditou neles. Pobre pequena Fil.”
O canto dos olhos de Anton ficou vermelho, quase se enchendo de lágrimas ao pensar nisso. “Eu tenho pena dela.”
“Porra… tá chorando?” Michael riu alto. “Cara, você tá doidão.”
Marcus balançou a cabeça. “Vocês dois que tão doidões.”
“Eu tô, mas não tô chorando que nem aquele lá.” Michael mexeu as sobrancelhas sem vergonha. “De qualquer jeito, eu não vejo problema.”
“Problema com o quê?”
“Você e a Fil.”
“Mike, cê tá louco?”
“O Vincent tá traindo ela pelas costas e ainda leva a amante dele pros nossos rolês. Ele tá tratando Marianne como se fosse a namorada dele. Até a família dele sabe disso — exceto o avô dele. Eles recebem a Marianne de braços abertos e tratam a Fil com nada além de desrespeito,” Michael falou sem papas na língua. “Qual o problema se ela trair ele? Se ele pode fazer, ela também pode! Isso que eu chamo de justo.”
“Sua cabeça é cheia de merda, né?” Anton entrou na conversa. “Você acha que a Fil vai trair o Vincent? Mesmo que ela tenha mudado, ela ainda é a mesma Filomena. Vincent é o mundo dela.”
“E esse mundo vai desmoronar quando ela descobrir que o noivo querido e o melhor amigo de confiança estavam compartilhando noites loucas juntos,” Michael argumentou como um diabo. “Se você não quiser, eu quero.”
“Não quero mais ser seu amigo,” Anton engasgou. “É por isso que se eu arranjar uma namorada e quiser me comprometer, não vou apresentá-la para vocês.”
“Qual é, cara. Eu não mexo com a mina do meu irmão.”
“Não te acredito!”
“Entendível. Meu apelo sexual é difícil de resistir.”
Anton e Michael continuaram a jogar suas bobagens pra lá e pra cá enquanto Marcus ficou calado. Ele girou o uísque no copo, pensativo.
‘Por que eu tenho que me sentir culpado?’ ele se perguntou. ‘Ele tá agindo como um noivo protetor quando, na verdade, ele tá traindo ela. Eu já cobri ele várias vezes, mantendo a Fil ocupada sempre que ele e Marianne desapareciam juntos para se aliviarem.’
Quanto mais Marcus pensava nisso, mais profunda era a sua carranca. Ele fez tudo porque Vincent era seu amigo mais próximo — seu parceiro no crime. No entanto, Vincent olhou para ele como se ele tivesse cruzado a linha.
“Aquele filho da puta…” Marcus sibilou, ganhando um olhar de Anton e Michael. “Ele acha que eu sou um otário?”
Michael deu de ombros enquanto lançava um olhar cúmplice para Anton. Este último retrucou com o mesmo gesto, dizendo que isso não era da sua conta. Mas, ao contrário de Anton, que queria ficar longe de problemas, Michael gostava de causar confusão.
“Vincent tá se achando e pensa que pode sair impune de tudo.” Michael se descolou lentamente do sofá, inclinando-se para frente até seus braços estarem sobre as pernas. Ele mexeu as sobrancelhas enquanto Marcus fixava os olhos nele. “Não tô dizendo para você dormir com ela, mas ele também não pode ficar com todas as mulheres só para ele.”
As bordas da sua boca se esticaram de maneira maligna. “Ele sempre pensa que está acima de todo mundo, quando, na verdade, a Corporação Arkwright estava lá muito antes da Família Hale chegar ao seu primeiro meio milhão. Ele precisa de você mais do que você precisa dele.”
Marcus, mais do que ninguém, sabia que Michael era como o diabo lhe contando para ser mau. No entanto, Michael tinha um ponto. Vincent estava agindo de forma presunçosa porque todos eles eram tranquilos em relação a muitas coisas. Mas no final das contas, a fortuna da família de Marcus era muito maior que a dos Hale.
Se alguém deveria ser um capacho aqui, esse alguém definitivamente não era Marcus.