A Garota Boa do Diabo - Capítulo 54

54: Insuficiente 54: Insuficiente Fil e Marianne se desculparam, o que o grupo não se importou. Elas fizeram o caminho até a estação do bar, sentando-se nos bancos uma de frente para a outra. 
“Fil, tá tudo bem?” perguntou Marianne. “Tô um pouco preocupada.”

Fil inclinou a cabeça para o lado. “Preocupada? Com o quê?”

“Suas roupas,” Marianne apontou. “Você nunca usaria algo assim se não fosse pressionada. Foi o Vincent que te disse pra mudar seu estilo?”

“Hã?”

“Fil.” Marianne fez uma pausa, segurando firmemente a mão de Fil. “Ou são os artigos de hoje? Você tá irritada com os artigos? É por isso que você tá vestindo algo diferente?”

Por um momento, Fil observou a reação de Marianne. Desde o olhar nos olhos de Marianne até seu tom e linguagem corporal, era difícil detectar a agenda oculta por trás de suas perguntas. Fil havia caído pelas ‘preocupações’ desta mulher no passado, pensando em quão lindamente sincera Marianne era com seu bem-estar.

‘Não tenho mais interesse em ver as verdadeiras cores do Vincent já que eu vi tudo,’ Fil pensou. ‘Mas olhar pra ela me faz querer rir.’
“Anne, você tá… doidona?” Fil perguntou curiosa. 
“O quê?” Marianne debochou. “Fil, o que você tá dizendo? Eu não uso drogas — você sabe disso.”

“Só tava pensando, porque você sabe que foi ideia do Vincent manter esse tipo de estilo.” Fil deu de ombros. “Eu já tinha mudado de guarda-roupa antes de os artigos serem lançados. Então, se você tá pensando que essa é minha maneira de manter meu homem interessado em mim, não é.”

Fil sorriu, dando um leve tapinha na mão de Marianne. “Vincent me pediu em casamento mesmo quando eu era de um estilo antiquado. O que te faz pensar que eu tenho que me esforçar mais?”

“Além do mais, eu não te vejo como competição,” ela adicionou, mantendo um sorriso doce enquanto pressionava todos os nervos de Marianne para ver qual deles se acenderia. “Você é minha melhor amiga, certo? Não tem competição entre amigas.”

“Cl — claro.” Marianne deu uma risada forçada, concordando com a cabeça. “Eu só tô preocupada, só isso. Mas se você tá dizendo isso, então estou tranquila.”

“Sobre os artigos, não vou mentir que eu não estava curiosa,” Fil falou. “Quando foi isso e como essa foto foi tirada?”

Marianne pigarreou, sabendo que ela e Vincent já haviam alinhado suas histórias. “É bobagem,” ela suspirou, balançando a cabeça.

“Aquela noite, meu gerente estava em uma reunião e minha assistente estava de folga. Sai para relaxar e não percebi que tinha bebido bastante. Então, chamei algumas pessoas para me ajudar um pouco. Vincent é o único que é gentil o bastante para me buscar.” Marianne fez uma careta de angústia. “Se ao menos eu soubesse que esses paparazzi mal-intencionados escreveriam uma história sobre isso sem contexto, eu teria ido pra casa sozinha. Ou talvez, só dormido no bar até estar sóbria.”

Fil franziu a testa enquanto Marianne a observava. Misturar um pouco de verdade e mentira costuma ser eficaz em criar uma história crível. 
“Quando foi isso?” perguntou Fil, fazendo Marianne pensar. 
“segunda à noite?” Marianne deu de ombros. “Não tenho certeza, mas é recente.”

‘segunda à noite? Entendi. Então, depois de me levar para casa, dizer todas aquelas coisas e agir como um cavalheiro, ele correu para outra mulher?’ Fil assentiu em compreensão, um pouco chateada com o pensamento. Mas o que mais ela poderia esperar deles?

“Não se martirize por isso, Anne.” Fil apertou a mão de Marianne, assentindo para ela de maneira tranquilizadora. “Eu confio em você e no Vincent. Esses artigos são só maldade. O que importa é que a gente conhece a história real.”

“Fil.” A voz de Marianne soou mais suave, olhando para Fil com apreço. “Você não está brava?”

“Por que eu estaria? Não é como se a grandiosa Marianne quisesse as sobras de outra pessoa.” Fil brincou. “Vincent é um pacote completo, mas tenho certeza que você é mais inteligente que isso. Você não vai querer alguém que já foi descartado por outra pessoa. Isso é como pegar o lixo de outra pessoa.”

A gentileza no rosto de Marianne lentamente rachou. “Fil, não é isso um pouco cruel?”

“Cruel? Não vejo isso como cruel. Não é como se você estivesse culpada ou qualquer coisa.” Fil balançou a cabeça, com um ar inocente. “Só estou dizendo que uma mulher esperta e bonita como você não teria um relacionamento com alguém que já está comprometido. Quero dizer, você, mais do que ninguém, deve saber que as pessoas não chamariam isso de um relacionamento, e sim de um caso. Igual ao boato desta manhã, as pessoas não vão só chamar de boato, mas de escândalo amoroso.”

Fil moveu o rosto mais para perto. 
“Vai te destruir,” ela enrolou. “Mas a parte mais insultante disso não é perder sua carreira ou sua reputação, mas o fato de você ter se arruinado por umas… sobras.”

“…”

Marianne segurou a respiração, segurando os olhos semicerrados de Fil silenciosamente. Sua mão tremia um pouco, forçando-se a concordar com a cabeça.

“Certo,” ela sussurrou. “Isso mesmo.”

“Qual é essa cara? Você tá suando tanto, Marianne,” Fil riu, afastando a cabeça. “As pessoas podem pensar que eu estou te ameaçando.”

“Ha ha… por que pensariam isso?” Marianne alcançou o copo de margarita que lhes foi servido, mas suas mãos continuavam a tremer. Justo quando ela estava guiando o copo até os lábios, um pouco dele derramou em seu colo. “Ah. Ah, droga.”

“Marianne, você tá bem?” Fil perguntou preocupada, ajudando Marianne a colocar o copo de volta no balcão do bar. “Espera, deixa eu te ajudar.”

“Tá tudo bem!” Marianne entrou em pânico, impedindo Fil de limpar seu vestido. “Tá tudo bem.”

“Mas —”
“Eu dou um jeito.” Marianne forçou um sorriso. “Tá tudo bem. Tenho mais roupas no meu carro. Eu só vou trocar por uma nova.”

Fil franziu o cenho, observando sua amiga descer do banco. Marianne lhe ofereceu um sorriso rápido antes de sair correndo, quase como fugindo. 
‘Ela sempre age toda poderosa e altiva, mas um tapinha de verdade e ela fica abalada tão facilmente,’ Fil pensou mentalmente, segurando o rosto enquanto ficava à toa na estação do bar. ‘Mas tenho certeza de que vai ser mais difícil realmente quebrá-la. Vai levar mais do que roubar a atenção que ela recebe das pessoas que ela pensou que fossem suas amigas e algumas palavras duras. Isso não é suficiente.’
Fil circulou o dedo na bebida intocada que Marianne pediu para ela. Sua sobrancelha esquerda se arqueou quando ela sentiu a presença se aproximando. Quando ela se virou e viu quem era, seus lábios se estenderam.

Marcus.