A Garota Boa do Diabo - Capítulo 52

52: Melhor se acostumar com isso 52: Melhor se acostumar com isso “É o Fil?”

“O quê?” Uma das mulheres do grupo caçoou, incrédula, com os olhos grudados no Fil. “Aquela é… Fil?”

Por um momento, todos só podiam olhar na direção do Fil. Uma mistura de descrença e surpresa brilhava em seus olhos, pensando na ‘mulher sem graça’ que todos se lembravam. Alguns até duvidavam dos próprios olhos. Não tinha como o Fil usar roupas tão reveladoras. Mesmo que o vestido apenas mostrasse as belas curvas que ela escondeu por todos esses anos, usar isso seria um pecado para ela.

“Caramba…” Michael soltou, prestes a se levantar para vê-la de perto. Mas justo quando estava prestes a levantar, Vincent saiu do seu lugar e marchou na direção do Fil. 
“De jeito nenhum,” Anton sussurrou, dando uma cotovelada no lado do Marcus. “Marcus, me diz que eu estou sonhando. Não é possível que aquela seja a nossa mascote.”

Marcus não respondeu, encarando Fil num transe. “Eu não sei.”

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Nesse meio tempo…

“Fil, você viu aquilo?” Elise estava maravilhada quando viu um ator famoso perto da estação do bar. Ela puxou o braço da Fil apressadamente, mal se contendo para não dar um gritinho. “Nossa, ele é tão gato pessoalmente.”

Elise olhou para Fil e franziu a testa. “Ah, espera. Cadê seu noivo, Fil?”

Fil olhou ao redor mais uma vez, sorrindo ao ver alguém se aproximando da mesa mais distante do lado da piscina. 
“Lá está ele,” Fil comentou, fazendo Elise virar a cabeça para ver o rosto do misterioso noivo da empresa.

Elise apertou os olhos, pois a parte mais distante da piscina estava um pouco mais escura do que o restante do local. Quando ela viu o rosto do homem, linhas profundas apareceram entre suas sobrancelhas. 
“Não é…” Elise gaspou, incrédula, lembrando do rosto deste homem porque Fil tinha passado o dia todo lendo artigos sobre ele. “Não pode ser.”

“Fil, você conseguiu!” Vincent sorriu aliviado, parando na frente da Fil. Ele esticou as mãos em direção a Fil, parando no meio do ar enquanto olhava para ela. “Nossa. Você está incrível.”

“Obrigada.” Fil sorriu charmosa, fazendo seu coração palpitar. “Aliás, eu trouxe uma amiga.”

“Hã?” Vincent desviou o olhar para a mulher ao lado do Fil. “Ela é…?”

“Vincent, essa é Elise. Elise, esse é meu noivo.”

“Elise.” Elise ofereceu sua mão de maneira desajeitada. “Meu nome é Elise… senhor.”

“Senhor?”

Fil riu, segurando a mão da Elise. “Elise, você não precisa chamá-lo de senhor. Vincent tem só um ano a mais que eu.”

“Ah… desculpa.” Elise limpou a garganta. “Não quis te ofender. Só estou tentando ser educada.”

“Tudo bem, querida.” Fil segurou a mão de Elise, depositando um beijo suave e demorado na mão dela. “Relaxa.”

Elise prendeu a respiração, perturbada com a ação da Fil. Embora parecesse uma mãe beijando a mão do filho para acalmá-lo, ela se sentiu seduzida. Seria pela aparência da Fil? Ou o olhar no rosto dela? Elise não era a única surpresa com a ação da Fil, Vincent e todos que estavam de olhos fixos nela. 
“Enfim, você conhece a Elise, né?” Fil voltou sua atenção para Vincent, agindo inocentemente. “Eu falei dela pra você várias vezes.”

“Ahh… claro.” Vincent deu um riso constrangido, oferecendo à Elise um olhar encantador. “Estou feliz em finalmente conhecer você.”

“Eu também.”

“Onde estão seus amigos?” Fil inclinou a cabeça para o lado, sorrindo de leve quando ouviu uma voz familiar atrás do Vincent.

“Fil!” Marcus avançou na direção deles, parando ao lado do Vincent. “Você veio!”

“Como eu poderia perder?” Fil sorriu radiante. “Vincent não parava de falar disso na última vez que estávamos juntos.”

“Hehe. Isso porque você perdeu muitos encontros.”

“Perdi mesmo?” Fil inclinou a cabeça para o lado. “Eu nunca ouvi nenhum convite, na verdade.”

Marcus mordeu a língua, lembrando que aqueles encontros eram principalmente para eles. Eles não podiam convidar Fil se Vincent estivesse levando Marianne com ele. Não que eles tivessem pensado em convidar Fil inicialmente.

“Haha. Estou brincando.” Fil riu, cobrindo os lábios com as costas da mão. “Acho que Vincent me falou sobre isso, mas eu estava ocupada demais para ir.”

Mentira… e eles sabiam que era.

“Bem, não estou surpreso. Uma veterana talentosa como você com certeza tem muitas ocupações,” Marcus brincou, entrando no jogo da mentira que ela acabou de contar. “De qualquer forma, junta-se a nós. O pessoal está lá atrás.”

“Marcus, vou trazer mais alguém comigo. Tudo bem para você, certo?”

Marcus olhou para a moça bonita que Fil trouxe e sorriu. “Claro.”

“Obrigada.” Quando Fil deu um passo, Vincent segurou seu braço para pará-la.

“Marcus, por que você não vai na frente?” Vincent lançou um olhar cúmplice para Marcus. “Leve a amiga da Fil. A Fil e eu temos algo para conversar.”

“Ah… claro.” Marcus balançou a cabeça, desviando o olhar para Fil quando ela riu. ‘Como até o riso dela muda?’
Mas, pensando bem, eles nunca ouviram Fil rir sinceramente antes. Se algo, eles simplesmente achavam que até a risada dela era estranha.

“Vin.” Fil deu um passo, pousando a ponta dos dedos no peito dele. “Não temos nada para conversar.”

Ela acariciou lentamente seu peito até prender a gravata dele com os dedos, ainda olhando para Vincent. “Eu confio em você. Esse boato é loucura. Não há como meu noivo e melhor amigo estarem se pegando pelas minhas costas, certo?”

‘O quê?’ Elise mentalmente engasgou, olhando para Fil com os olhos arregalados. ‘Noivo e melhor amigo?’
“Fil,” Vincent sussurrou, seu respirar tornando-se irregular com a proximidade dela. Não era a primeira vez que ela ajeitava a gravata dele, mas era a primeira vez que ele sentia uma reação na virilha.

“Sua gravata estava torta,” Fil brincou. “Agora está ajeitada.”

Os lábios dela se estenderam de forma travessa, curtindo a expressão em seu rosto. Ela deu uns tapinhas no peito dele e virou-se, encarando Marcus, que não tirou os olhos dela.

“Vamos?” Ela sorriu até seus olhos quase fecharem.

“Ah, haha, claro.” Marcus pigarreou, virando de costas para eles para acompanhá-los até o pessoal. Mas, quando ele se virou, ele se repreendeu por estar enfeitiçado pela noiva do seu melhor amigo.

Logo, Fil junto com Elise, Vincent e o anfitrião da festa de hoje à noite juntaram-se aos amigos de Vincent. De pé na frente deles, Fil levantou lentamente as sobrancelhas. Todos estavam olhando para ela, de boca aberta em descrença pela mulher parada diante deles.

“Qual é o olhar?” Fil brincou, escaneando o rosto de todos. “Por que estão me olhando como se tivessem visto um fantasma?”

“Não acredito…” Anton murmurou em voz baixa, engolindo para umedecer a garganta.

Fil fez um bico antes que seus olhos parassem no fim da mesa. Seu sorriso se alargou ainda mais.

“Anne!” Fil segurou a mão de Elise e correu para se sentar ao lado de Marianne. “Ah, como eu senti saudades!”

“Fil.” Marianne forçou um sorriso, apenas para ele desmoronar quando ela ouviu outro comentário maldoso de Michael.

“Haha. Fil, você não deveria se sentar lá,” disse Michael, capturando a atenção de Fil e Marianne. Até Elise, que mal conseguia acompanhar o círculo de amigos do noivo de Fil, não pôde deixar de olhar na direção de Michael.

“Tenha piedade da Marianne.” Michael levantou o queixo. “Ela parece uma irmã mais velha se vocês duas se sentarem juntas. Aquela bonitinha que você trouxe com você também não está ajudando. ”
Ele levantou o dedo e apontou para as três. “A irmã mais velha, a irmã gata, e a caçula.”

O sorriso de Marianne desapareceu imediatamente enquanto outros seguravam o riso. Fil, por outro lado, franziu a testa.

“Essa foi pesada, Michael.” Fil suspirou, abraçando o braço de Marianne enquanto se aproximava. “Por que você sempre pega no pé dela?”

Não importava o que Fil dissesse em resposta, todos não puderam discordar de Michael desta vez. Agora que as duas estavam sentadas juntas, Marianne parecia… mais ou menos. Mesmo que ninguém tivesse a coragem de dizer como Michael, Marianne sentia isso. No entanto, só podia sorrir apesar da situação desconfortável.

“Apenas ignore ele, Anne.” Fil ofereceu um sorriso gentil, apertando a mão de Marianne com firmeza. Mas, no fundo da sua mente, ela não pôde deixar de rir com desdém. “Ele não falou sério. É só uma piada, né, Michael?”

“O que posso dizer? Eu sou o palhaço deste grupo.” Michael piscou para Fil. “É meu trabalho animar o ambiente.”

‘Vê se aprende, Marianne. Essas pessoas não são suas amigas.’ Fil manteve seu sorriso inocente. ‘E você não é a única que pode colocar alguém numa situação desconfortável e sorrir inocentemente. É melhor você se acostumar com a hipocrisia deles, modos nojentos, e piadas de mau gosto. Estou apenas começando.’