A Garota Boa do Diabo - Capítulo 44

44: Eu sei o que te deixa mais feliz. 44: Eu sei o que te deixa mais feliz. Assim como Vincent disse, eles foram a um drive-thru para pegar algo para comer. Fil, por outro lado, comeu o sorvete no banco do passageiro. Ela estava com fome, e isso não era mentira. Ela não comeu bem durante o jantar com Jackson. Como poderia? Ela era o jantar. Embora Jackson tenha oferecido para comer depois da longa sessão íntima deles, ela recusou porque não estava com apetite. 
No caminho para a casa dela, ela não pôde deixar de olhar para o banco do motorista. 
‘Quem diria que ele podia falar tanto?’ ela se perguntava, quase pasma com o quanto Vincent manteve a conversa desde o momento em que entraram no carro até agora. ‘Ele normalmente me dá o tratamento do silêncio, dizendo que estava cansado demais e sem energia para falar.’
Fil devagar voltou seus olhos para a janela. ‘Estou com tanto sono.’
“A propósito, Marcus vai dar uma festa e está nos convidando.” Vincent mudou de assunto quando recebeu um murmúrio curto dela como resposta. “É neste fim de semana. Quer ir?”

“Marcus?” Fil lentamente olhou de volta para ele. “Vou verificar minha agenda.”

Vincent franziu a testa, lançando-lhe um olhar rápido. “Por quê?”

“Eu te disse, nossa empresa tem um projeto muito importante.” Fil se recostou, abraçando-se enquanto colocava o sorvete no porta-copos. “Vamos lidar com a maioria dos projetos no redesenvolvimento de Cobalt Heights.”

“O quê?” Vincent ofegou, dando a ela mais um olhar de incredulidade.

Fil riu levemente, lançando o olhar de volta para ele. “Eu disse que era importante.”

“Então aquele homem…”
“Ele é o dono do Solana International Hotel and Resorts.” Seus lábios se esticaram. “É um peixe muito grande. Então, eu tenho que desocupar minha agenda para ele.”

Por um momento, essa notícia atordoou Vincent. Ele ficou sem palavras, pois isso era muito grande na indústria em que estavam. 
“Por que você… é a pessoa que vai encontrá-lo?” ele perguntou movido pela curiosidade. 
“Porque eu sou a engenheira líder do projeto.”

Dessa vez, Vincent encostou o carro ao lado da estrada e olhou para ela surpreso. Fil sorriu de orelha a orelha. 
“Fil!” ele exclamou. “Por que — Quer dizer, eu sei que você é uma engenheira incrível. Mas isso não deveria ser algo para seus superiores tratarem?”

“Bem, meu chefe me deu essa responsabilidade.”

“Por quê?”

Fil deu de ombros; isso era algo que ela também queria saber. No entanto, ela tinha certeza de que a decisão de Olivia foi algo que ela tomou por conta própria. 
“Ela simplesmente disse que sou a pessoa perfeita que se encaixa no projeto,” ela disse, dando a mesma resposta que Olivia lhe deu. “De qualquer forma, é uma boa notícia para mim. Esse projeto será bom no meu portfólio. Vai colocar meu nome lá fora, e…”
O sorriso de Vincent permaneceu até que lentamente começou a desaparecer, pouco a pouco. Ele ouviu ela divagando, e sabia que a carreira dela decolaria para a lua mesmo antes desse projeto terminar. Se isso acontecesse, Fil entraria para a lista das engenheiras mais bem-sucedidas. A engenheira mais procurada.

Se isso acontecesse…
“E também…” Fil interrompeu enquanto franzia a testa. “Você está bem?”

“Hã?”

“Vincent, você não está feliz para onde minha carreira está indo?” ela perguntou, inclinando a cabeça para o lado. 
“O quê? Claro que não!” Ele riu sem jeito, trocando de marcha para voltar para a estrada. “Claro que estou feliz por você.”

“Então o que é o tom?”

“Bem.” Ele pigarreou. “Eu estava pensando, uma vez que nos casarmos, como podemos ter filhos se você estiver muito ocupada?”

Fil piscou e piscou, olhando para ele sem expressão. “Você quer que eu fique em casa depois que nos casarmos?”

“Não, eu quero dizer… Eu só pensei que era isso que você queria,” ele disse. “É o motivo pelo qual eu trabalhei tanto, para que você não precisasse mexer um dedo. O projeto ainda nem começou, mas você já está muito ocupada e tem tanta coisa para fazer. Então fiquei um pouco preocupado.”

Apesar da repulsão que sentiu ao ouvir o comentário dele, Fil forçou um sorriso. Não era que ela tivesse problema com pais que ficam em casa, mas era confuso ouvir que parecia mais que ele estava fazendo isso para que ela ficasse dependente dele.

“Você não tem que se preocupar,” ela disse, esbanjando o sorriso mais lindo que conseguia. “Ainda nem decidimos a data do casamento. Vamos falar dessas coisas quando tudo estiver definido.”

Vincent olhou para ela, só para vê-la sorrindo tão lindamente. Ele balançou a cabeça, voltando sua atenção para a estrada.

“Não fica assim, Vin.” Fil fez bico brincalhona. “Eu recomendei as Construções Hale como parte dos fornecedores. Eu não queria te contar já que ainda não foi aprovado, mas eu falei bem de você.”

“Sério?”

“Mhm!” ela murmurou, acenando com a cabeça entusiasmada. “Mas não fica muito feliz ainda. Até eu receber uma confirmação e você assinar o contrato, não fale com ninguém.”

Vincent a olhou mais uma vez, esquecendo suas preocupações iniciais ao ouvir esta notícia. “Fil! Você é um anjo, meu amor!” 
Meu amor? Eca.

“Não me agradeça ainda.” Fil se recostou confortavelmente. “Eu te disse. Eu só recomendei sua empresa, mas não tem como garantir se a firma aprovará. Afinal de contas, já tínhamos parceiros.”

“Sua recomendação é suficiente.” Ele sorriu animado. “O redesenvolvimento é um projeto enorme. Duas ou três empresas de construção não são suficientes para suprir a demanda. Mesmo que pudéssemos fornecer apenas um material, já seria de grande ajuda.”

Fil observou Vincent com um leve sorriso. “Você parece realmente feliz.”

“Claro que estou!” A boca dele se esticou. “Você sabe o quanto eu estava de olho no redesenvolvimento em Cobalt Heights. A competição lá era acirrada — eu falei para você.”

“Você não falou.”

“Hã?” Linhas profundas apareceram entre suas sobrancelhas, confuso. 
“Você nunca mencionou isso para mim,” ela repetiu, sorrindo. “Eu só pensei em você porque talvez você achasse interessante, mas você nunca me disse que estava de olho no desenvolvimento daquela área.”

“Sério?” Vincent franziu a testa, apenas para perceber que ele mencionou isso para outra pessoa. Ele riu sem jeito. “Eu não? Eu acho que sim. Agora não tenho certeza, já que estive ocupado com reuniões aqui e ali. Nossa! Minha memória está meio bagunçada, não é? Bem, se eu não te falei, isso só faz de você a única pessoa que me conhece melhor!”

As pálpebras de Fil caíram, ela desviou o olhar dele, pois não precisava ver mais. 
Ele estava mentindo. 
Ele contou para alguém, mas não para ela. Provavelmente enquanto estava nu com uma mulher em seus braços, ele continuou tagarelando sobre isso. 
“Fil?” ele chamou preocupado enquanto ela ficava em silêncio. “Você está chateada de novo?”

“Não.” Ela sorriu, olhando de volta para ele mais uma vez. “É só que eu concordo com você. Eu te conheço melhor. Eu sei o que te faz mais feliz.” — ao mesmo tempo, ela sabia como torná-lo o mais miserável.