A Garota Boa do Diabo - Capítulo 144

144: Encontrando você no meio do caminho 144: Encontrando você no meio do caminho “Mamãe! Você prometeu!” 
“Caramba! O que eu vou fazer agora!?”

“Você disse que ia cuidar daquela mulher!? E me disse que eu podia usar seu cartão por enquanto, mas não está funcionando! Mamãe!”

Fil e Marcus se olharam. Embora imaginassem que Valerie estava apenas na área normal da loja, eles não podiam deixar de ouvir. Nesse ponto, todos só podiam ouvir ela fazer um escândalo. 
“Mamãe!” Valerie chamou mais uma vez. “Por que você está fazendo isso comigo? Você disse que acreditava em mim! Eu não bati nela, tá bom? Estou sendo punida injustamente. Além disso, por que está fazendo isso comigo? Por que mentir para mim? Você me deu o cartão, mas agora, disseram que está bloqueado. Você sabe como isso é humilhante?”

“Fazer um escândalo em público é muito mais humilhante do que ter uma conta bloqueada,” Fil murmurou, revirando os olhos enquanto se encostava no sofá. “Acho que não vamos a lugar algum até que ela esteja aqui.”

“Mais tempo para mim.” Marcus sorriu enquanto se recostava. “Não me olhe assim. Eu não a convidei para estar aqui.”

“Caramba.” Fil balançou a cabeça, levantando os olhos quando a funcionária se aproximou deles. 
“Senhorita Fil,” chamou a funcionária, e por algum motivo, Valerie parou de falar. 
O fôlego de Fil falhou enquanto Marcus a observava pelo canto do olho. A funcionária franziu a testa para a reação horrorizada que Fil teve apenas por chamar seu nome. 
“Fale baixo,” Marcus sussurrou, oferecendo a mão para pegar a compra de Fil. “E também, controle a criança lá fora. Ela diminui o glamour da loja.”

“Claro. Desculpe pela interrupção. Vamos acompanhá-la para fora.” A atendente sorriu depois de entregar-lhes o item. “Gostariam de um pouco de champanhe?”

“Claro.”

Após dizer isso, a atendente os deixou sozinhos e não perguntou se eles iriam embora. Enquanto isso, Marcus deu uma olhada na pequena sacola de papel e depois lançou um olhar para Fil. 
“Você parece… aterrorizada,” ele apontou, esticando o braço sobre o encosto do sofá. “Com medo que ela entre aqui e veja nós dois juntos?”

Fil franziu a testa profundamente enquanto o encarava. “Aquela garota me assediou há pouco tempo. E sim, estou um pouco nervosa que ela possa invadir aqui e ver nós dois.”

“Você está solteira, eu estou solteiro.” Ele deu de ombros. “Do que temos medo?”

“Pare de me provocar. Você sabe por que estou assustada.” Fil revirou os olhos irritada, cruzando os braços embaixo do peito. “Não tem graça.”

Marcus riu baixo, abaixando a mão para cutucar a omoplata dela. “Foi mal. Por favor, não fique brava.”

“Você não estava nervoso?” ela retrucou com um resmungo, encarando-o novamente. “Ou pelo menos um pouco preocupado.”

“Não.”

“Por quê?”

“Não sei?” ele deu de ombros. “Acho emocionante.”

Fil estreitou os olhos, ajustando sua posição até que estivesse encarando-o diretamente. “É isso que tudo isso significa para você? Você acha essa situação… emocionante?”

“Um pouco.”

“Caramba.”

“Mas, pensando bem, se ela descobrir, não teremos que esconder sobre nós.”

“Não tem nenhum ‘nós’, ainda. O que aconteceu com a parte do ‘teste’?” ela questionou incrédula. “Não estávamos mantendo isso em segredo para reduzir os danos se descobrirmos que é um alarme falso?”

“Estávamos. Há uma semana atrás.” Ele assentiu, levantando as sobrancelhas momentaneamente. “Tempo bastante para as coisas se desenvolverem.”

Fil piscou várias vezes, fazendo-o rir da sua fofura. “Não nos falamos por uma semana inteira e saímos apenas duas vezes. Tecnicamente, apenas uma. A primeira nem conta como um encontro.”

“Verdade. Apenas um encontro, e depois muita reflexão.” Ele sorriu inocentemente, divertido com a reação instantânea que apareceu no rosto dela. “A última vez que falei com você, para mim, sair com você é para casar. Infelizmente, não pudemos conversar sobre isso pois algo aconteceu.”

“Ah, credo. Não me lembre,” Fil resmungou, demonstrando que o que aconteceu da última vez não terminou bem. “Não quero pensar nisso.”

“Antes de falarmos de alguém de quem não deveríamos, vou te dizer uma coisa,” ele comentou. “Eu falava sério quando disse que corri um grande risco ao te convidar para sair. E passar um tempo com você me provou que você é diferente.”

Linhas profundas apareceram em sua testa. “Como eu sou diferente? Pelo que eu sei, também sou humana.”

“Haha. Essa é uma pergunta que também faço para mim,” ele respondeu brincalhão. “A única pista que tenho é que, além de não sair da minha mente, você me faz sentir coisas.”

“Hã?”

Ele sorriu até que o canto dos seus olhos se fechasse levemente. “Você também me faz querer ceder e encontrar um meio termo.” Sua voz diminuiu enquanto seus olhos lentamente caíam sobre os lábios cheios dela. “Por exemplo, me segurar para não te beijar apenas porque sei que você acabaria me dando um tapa e me expulsando da sua vida permanentemente.”

“Eu não quero isso, mesmo achando que agora seria o momento perfeito para nos beijarmos,” ele acrescentou em tom baixo, encontrando os olhos dela mais uma vez. Seus lábios se curvaram encantadoramente enquanto seus olhos brilhavam, rindo enquanto as bochechas dela lentamente ficavam rosadas. “Agora eu meio que admiro o autocontrole do Vincent. Isso é difícil.”

“Caramba. Por que você é tão honesto?” Fil se virou enquanto tocava a bochecha com o dorso da mão. “Fazer as coisas ficarem constrangedoras entre nós é um hábito que você está tentando adquirir? É um mau hábito — estou te avisando. Acho que meu coração deu uma palpitada agora. Você acha que estamos em um drama romântico?”

Marcus riu enquanto ela continuava a murmurar, tentando agir como se não fosse afetada por seus comentários. Às vezes ela realmente era adorável e era bastante divertido ver como ela parecia ser tão nova nesse tipo de situação. Ele não queria comparar Fil com as outras mulheres com quem saiu, pois parecia um insulto a ela. Mas ele não podia evitar. 
Afinal, se fosse com outra mulher, eles já estariam se pegando apenas para passar o tempo. Mas ali estava ele, entretendo-a e ficando satisfeito apenas vendo sua reação. Não parecia menos entediante também. 
‘Se ela soubesse a ótima companhia que ela é.’