A Garota Boa do Diabo - Capítulo 141

141: Não pense demais a respeito. 141: Não pense demais a respeito. “Mano, isso é muito legal,” Elijah ficou impressionado ao telefone. “Nunca andei de helicóptero antes. Isso é uma experiência incrível.”

“Não esquece de se gabar disso para os teus colegas de sala.” Jackson deu risada, segurando o telefone perto do ouvido. “Você já chegou em casa?”

“Sim. Acabei de chegar.” Elijah sorriu, olhando para os pais que relaxavam com ele na área de estar. “Eles mandaram agradecer por tudo. Se divertiram pra valer.”

“Diz pra ele aparecer quando quiser,” Irene acrescentou, elevando a voz para que Jackson pudesse ouvi-la do telefone. “Eu vou fazer a torta de maçã favorita dele.”

“Ouviu isso?” Elijah sorriu. “Você deveria vir mais vezes e trazer minha irmã com você.”

“Nesse ponto, parece que é a Fil que está casando com a nossa família,” Simon deu risada, ganhando um tapinha fraco no ombro. “Oras, amor? Normalmente a gente pede pra Fil chamar os amigos dela aqui pra casa, mas agora, é o contrário.”

A ironia. 
“Enfim, você já chegou em casa?” Elijah voltou a focar sua atenção no telefone. “Ou você ainda está viajando?”

Jackson, do outro lado da linha, estava parado na frente do apartamento da Fil. Um sorriso sutil apareceu em seu rosto enquanto seus olhos se suavizavam.

“Sim,” ele disse baixinho. “Estou em casa. Agora você deve descansar.”

“Mhm. Você também! Obrigado de novo pelo agrado!”

“Mhm.” Jackson murmurou, ouvindo as palavras de gratidão de Elijah, Irene e Simon antes de encerrar a chamada um minuto depois. Colocando o celular no bolso, Jackson tirou suas chaves. 
Ele havia saído apenas para o fim de semana, mas estava curioso para saber como a Fil estava. Provavelmente ela teve um fim de semana agitado. Quando Jackson abriu a porta, seu sorriso desapareceu e foi substituído por uma carranca. Seus olhos pousaram no pequeno corredor de entrada onde Fil estava deitada. 
“Eu esperava que você tivesse tido um fim de semana produtivo,” ele refletiu, fechando a porta atrás de si. “Mas não tão produtivo a ponto de você capotar no corredor antes mesmo de chegar na cama — ou pelo menos no sofá.”

Jackson sentou no chão ligeiramente elevado e tirou os sapatos. Uma vez que terminou, olhou para trás, apenas para ver Fil ainda deitada. Um suspiro fraco escapou de seus lábios, aproximando-se dela e agachando-se ao lado dela. Ele moveu a cabeça até seu rosto estar pairando sobre o dela. 
“Por que você está aqui?” ele perguntou, observando seus olhos encontrarem lentamente os dele. “Cansada?”

Fil piscou lentamente. “O Marcus esteve aqui mais cedo hoje,” ela sussurrou, sua expressão ainda a mesma. “Não só do lado de fora, mas eu o convidei para entrar.”

“Oh?” suas sobrancelhas se ergueram, cheirando um pouco. “Isso explica o leve cheiro de bosta aqui dentro. Pensei que você tinha esquecido de tirar o lixo.”

“Eu tinha uma teoria para confirmar, então o convidei.”

“Entendi.”

Ela piscou de novo, os olhos rodopiando de curiosidade. “Você não está bravo?”

“Você se apaixonou por ele?” ele devolveu, fazendo-a franzir as sobrancelhas. “Você o ama?”

Fil não respondeu, não porque ela não sabia a resposta. Era porque ela achou a pergunta dele estranha. Ela esperava que ele perguntasse se ela tinha dormido com Marcus ou se tinha se envolvido intimamente com ele. Não essa pergunta que nem deveria estar em linha de questão em primeiro lugar.

“Não, Jack,” ela respondeu após um momento de silêncio. “Eu não me apaixonei por ele, nem nunca faria isso. A menos que você esteja perguntando se eu quero que ele se queime, aí sim. Adoraria mesmo.”

Ele deu risada. “Só conferindo. As pessoas às vezes mudam de coração da noite para o dia. Vem cá. Tem outros lugares confortáveis para descansar e repensar seus caminhos.” Jackson estendeu os braços para ela, carregando-a em seus braços até a área de estar. Enquanto isso, Fil preguiçosamente enrolou os braços em volta do pescoço dele. 
Uma vez que ele chegou no sofá com Fil em seu colo, ele se virou para ela e sorriu. “Senti sua falta.”

“Não parece que você sentiu,” ela fez beicinho. “Mas você se divertiu, né?”

“Mhm. Seus pais me disseram para te convidar quando eu for visitar de novo.”

“O quê?” seu beicinho se transformou em uma carranca profunda. “Eles não deveriam dizer isso pra mim, ao invés?”

Ele deu de ombros. “Acho que agora eles confiam mais no filho perdido deles do que em você.”

“Céus. Só bastou uma viagem para eles esquecerem que sou eu a filha deles, não você.” Ela suspirou profundamente antes de levantar os olhos para ele novamente.

Ela pressionou os lábios, aproximando-se enquanto travava os braços em volta dele. Fil ajustou a cabeça no ombro dele, sua testa tocando o lado do pescoço dele.

“Obrigada por levá-los para passear,” ela sussurrou. “Aposto que realmente se divertiram.”

“Eles gostaram do passeio de helicóptero até em casa.”

Fil olhou para ele novamente, apenas para ver seu sorriso. “Céus.”

“O tempo de viagem de carro é quatro vezes mais longo. Deixá-los voar de helicóptero é muito mais rápido, assim eles podem descansar mais cedo.”

“Como é que te agradeço agora?” ela murmurou, baixando a cabeça no ombro dele novamente. “Agora eu te devo mais ainda.”

Jackson riu, afagando as costas dela gentilmente. “Então, como foi o fim de semana? Além do videoclipe de sucesso e da negatividade que o Marcus trouxe pra cá? Aconteceu mais alguma coisa?”

“O Vincent sofreu um acidente.”

“Ele morreu?” ele franziu a testa. “É por isso que você estava abatida no corredor de entrada?”

“Não.”

“Pena.”

Fil deu uma risada sem jeito. “Eu odeio ele e quero que ele sofra, mas nunca desejei que ele ou alguém morresse.”

“O acidente foi verdadeiro — eu confirmei. Mas ele mal se arranhou.” Fil puxou a cabeça para trás para olhar no rosto dele. “Eu estava no corredor de entrada porque estava esperando por você.”

“Ah é?”

“Fiquei entediada o fim de semana inteiro. Eu deveria ter ido com você, mas se eu fosse, não teria conseguido esclarecer o mal-entendido que tinha com o presidente.” Fil sorriu lentamente aliviada. “Vou para a celebração de aniversário do avô do Vincent.”

“Ele me convidou pessoalmente,” ela acrescentou.

“O avô do Vincent… quer dizer aquela pessoa que o seu avô chama de melhor amigo?”

“Sim.” Ela assentiu. “Eu também disse pra ele que terminei com o Vincent.”

“E ele ainda te convidou?”

“Mhm. Ele me convidou como convidada dele, não como a noiva do neto dele.” Ela esticou os lábios em um sorriso agradecido. “Ele se sentiu envergonhado. Então, disse que queria compensar me apresentando a pessoas. É legal da parte dele querer me ajudar a me tornar alguém que o neto dele se arrependeria de ter machucado e alguém que não precisaria do Vincent.”

“Ah…” Jackson balançou a cabeça. “Isso é estranho.”

“Hmm?” as sobrancelhas dela se ergueram. “O que tem de estranho em ele querer me ajudar? Ele não é do tipo afetuoso e, além disso, ele valoriza a amizade que tem com o meu avô.”

“Pra mim soa como se ele gostasse mais de você do que do próprio neto, e isso é estranho para mim.” Ele deu de ombros. “No final das contas, o ex dele é da família dele, não é você. Dizem que sangue é mais grosso que água. E o tempo já mostrou que, não importa quanto alguém odeie seus parentes, eles têm um ponto fraco por eles.”

“Você não conhece ele,” ela fez beicinho. “Não fica analisando demais.”

“Se você diz.” Ele deu de ombros, puxando-a mais para perto dele. “Jantar?”

“Sim. Estou com fome.” 
Fil e Jackson concordaram silenciosamente em deixar o assunto de lado enquanto trabalhavam felizes na cozinha para colocar o papo em dia durante o jantar. Mesmo assim, os últimos comentários dele persistiam no fundo da mente dela. 
Felix realmente favoritia Fil mais do que o próprio neto dele, Vincent? Ou Jackson tinha analisado demais a situação? De qualquer forma, Fil decidiu não pensar nisso e aceitar como se fosse a maneira do presidente de mostrar sua sinceridade.